Depois de vencer o lanterninha Ipatinga sábado à noite na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o São Caetano tem na noite desta terça-feira no Estádio Anacleto Campanella o maior desafio até agora na Série B do Campeonato Brasileiro: manter-se no G-4, o grupo dos quatro primeiros colocados que vão subir para a Série A. Qualquer resultado que não seja a vitória colocará em risco o posicionamento, porque o time de Sérgio Guedes poderá ser ultrapassado por pelo menos uma das duas equipes que o perseguem mais diretamente, o Goiás e o América de Natal. Vencer o vice-líder Vitória da Bahia é, portanto, uma questão que supera a matemática. É a própria consolidação da autoestima da equipe -- que saiu da última colocação após as duas primeiras rodadas e engatou 11 jogos sem derrota -- que está em jogo.
Para superar o time baiano que é um dos maiores favoritos à disputa da Série A na próxima temporada o São Caetano vai ter de jogar muito mais que o pobre futebol de sábado
Ganhar do Vitória é muito importante não só porque manteria o São Caetano no G-4 além das 72 horas que separam o jogo de sábado e o desta terça-feira. Está em xeque o equilíbrio psicológico do grupo, bem como a capacidade de reagir após oscilar para baixo ante o lanterninha da competição. Aquele futebol contra os mineiros foi uma exceção à regra do São Caetano de Sérgio Guedes, fruto principalmente da indolência de acreditar que a classificação no campeonato seria suficiente para garantir os três pontos. Pois o lanterninha Ipatinga, em crise técnica e financeira, com três meses de salários atrasados, resistiu mais que o imaginado. E faltou pouco para acabar com a série invicta do São Caetano.
Baixa concentração
O melhor para o São Caetano talvez seja esquecer os 90 minutos
Tanto Nei Paraíba quanto Allan, que entraram aos 28 minutos do segundo tempo, e Geovane, de volta no começo do segundo tempo, não alteraram significativamente o rendimento do São Caetano. A gênese da baixa produtividade técnica e do desconforto tático tem explicação simples: excesso de confiança associado à baixa concentração. O mundo da bola cansa de provar que equipes que subestimam o adversário teoricamente batido dificilmente se organizam quando sentem em campo situações adversas. Com o São Caetano não foi diferente. Tanto que no intervalo do jogo o sempre comedido e experiente Augusto Recife lamentava a baixa combatividade da equipe. Menos mal que Gabriel não constava da lista de autossuficiência, além do próprio Augusto Recife, o jogador mais regular da equipe juntamente com Moradei ao longo das duas últimas temporadas.
O jogo com o Vitória da Bahia nesta terça-feira poderá dar uma dimensão mais confiável dos avanços do São Caetano desde a chegada de Sérgio Guedes, algo que transcende os resultados já alcançados porque significa a fixação de estacas com vistas ao futuro na competição. O passado já provou, embora com outros jogadores, que resultados nem sempre são sinônimos de sucesso sustentável. Com Márcio Araújo o time chegou a ficar 10 jogos invictos na Série B do ano passado, desempenho que o livrou do rebaixamento, mas o dia seguinte não foi dos melhores: no Campeonato Paulista deste ano, com o mesmo treinador, o São Caetano correu risco de rebaixamento até a penúltima rodada.
Tão importante quanto vencer nesta terça-feira é o São Caetano afastar o fantasma de que retomaria a rotina de sinuosidade de outros tempos, algo que parecia completamente afastado do figurino com que foi moldado por Sérgio Guedes até o jogo de sábado
Total de 985 matérias | Página 1
05/08/2024 Conselho da Salvação para o Santo André