Esportes

São Caetano volta a subir na
gangorra de acesso à Série A

DANIEL LIMA - 15/08/2012

Pela quinta vez consecutiva na classificação geral da Série B do Campeonato Brasileiro, o São Caetano fez movimentar a gangorra no G-4, o grupo das equipes que terão um lugar na Série A do ano que vem. Depois de subir ao quarto lugar na 13ª rodada, de descer ao quinto na rodada seguinte, de subir de novo na 15ª e de cair na 16ª, o Azulão alcançou outra vez o quarto lugar ao final dos jogos de ontem, quando venceu o Boa Esporte por 3 a 1 em Varginha, Minas Gerais, e o Goiás foi derrotado por 2 a 0 pelo Barueri, na Grande São Paulo.


 


Esse sobe-e-desce poderá ser uma constante na acirradíssima competição, porque pelo menos 11 equipes jogam para valer pelo acesso. O time de Sérgio Guedes somou 15 jogos sem derrota. Foram nove vitórias e seis empates, o melhor desempenho em seis anos de disputa consecutiva do campeonato. 


 


Como a emoção do sobe-e-desce promete novos lances, cabe ao São Caetano consolidar-se pelo menos temporariamente no G-4, a duas rodadas do encerramento do primeiro turno. Mas a tarefa é árdua, porque joga neste sábado justamente com a equipe que vem logo a seguir na classificação: o Goiás tem um ponto a menos que o São Caetano (33 ante 32) e conta com o apoio da torcida para tentar retomar posicionamento. Basta um empate para o São Caetano sustentar lugar elevado mas ainda volátil na gangorra.


 


Para voltar de Goiás entre os quatro primeiros o São Caetano só precisa repetir a eficiência e a operosidade da vitória desta terça-feira ante o Boa em Varginha. Longe do futebol de sábado no empate de 1 a 1 ante o Criciúma, no Estádio Anacleto Campanella, quando sofreu o gol aos 47 minutos do segundo tempo, o São Caetano do jogo em Varginha foi a essência da praticidade. Atuou nos erros do adversário, errou demais na organização coletiva de ataque, mas contou com a eficiência operária de marcação em todos os setores do campo e, principalmente, com a letalidade na hora de definir as jogadas. Rigorosamente, o São Caetano transformou em gols as três oportunidades criadas durante o jogo inteiro.


 


Marcação implacável


 


O primeiro tempo foi de um São Caetano praticamente perfeito na marcação. Fechou os espaços laterais com o suporte dos volantes e dos meias, manteve o adversário longe de ataques frontais com os mesmos volantes (Augusto Recife e Moradei) sempre atentos, e a dupla de zagueiros, Gabriel e Wagner, promovia verdadeiros arrastões tanto por baixo quanto por cima. Bem posicionados, os zagueiros do São Caetano encurtavam espaços e dificultavam penetrações em profundidade ou laterais. Só o sistema ofensivo não funcionava: os laterais apoiavam atabalhoadamente, Danielzinho não conseguia conjuminar disposição física e aptidão técnica, Marcelo Costa movimenta-se um pouco mais e Pedro Carmona pelo menos dava mais qualidade no passe. Leandrão estava isolado, embora combatente incansável nas saídas de bola. Como os três meias, Marcelo Costa, Pedro Carmona e o mais avançado Danielzinho. 


 


O jogo começou a mudar aos 15 minutos quando o meia Jajá recuou a bola do meio de campo às costas do zagueiro Volnei, como se atacasse pelo São Caetano, Leandrão dominou, livrou-se do adversário, controlou a chegada de outro e finalizou com precisão. O gol deu ao São Caetano a tranquilidade de que tanto precisava para seguir defensivamente forte. O Boa foi obrigado a abrir a guarda e sofreu o segundo golpe aos 36 minutos, numa jogada toda construída por Marcelo Costa, à esquerda do ataque: ele recebeu lateral de Fabinho, ganhou a dividida do lateral Olívio, observou a chegada de Leandrão na pequena área e cruzou rasante para o complemento sem dificuldades.



Expulsão aliviadora


 


Como na Série B não há jogo definitivamente fácil, até prova em contrário, o segundo tempo se complicou para o São Caetano.  O Boa Esporte voltou mais ofensivo ao substituir o improvisado e inoperante volante Olívio, que vinha atuando de lateral, pelo atacante Serginho. O meia-atacante Petros passou a atuar de ala. O São Caetano não conseguiu assimilar a alterações, os espaços ofensivos do Boa começaram a aparecer e não demorou mais que 14 minutos para que um cruzamento em diagonal do lateral Radar encontrasse Marcelo Macedo livre às costas dos zagueiros de área sem cobertura do lateral Fabinho. O gol ameaçou colocar fogo no jogo, mas três minutos depois Serginho deu pontapé em Marcelo Costa e foi expulso.


 


O técnico Sérgio Guedes fez todas as mudanças permitidas, mas o São Caetano continuou sem densidade ofensiva. Eder no lugar de Pedro Carmona, Somália no lugar de Leandrão e Geovane no lugar de Danielzinho pelo menos deram mais força física ao meio de campo e ao ataque. O São Caetano controlou o adversário longe da área, até que aos 45 minutos Marcelo Costa, em noite mais inspirada em movimentação e articulação, recebeu de Eder pela direita, como se ponteiro fosse, descobriu Geovane entre zagueiros na pequena área e fez um cruzamento preciso para desvio de cabeça. O resultado de 3 a 1 estava consumado.


 


É possível que para o jogo com o Goiás no Estádio Serra Dourada o São Caetano volte a contar com o lateral-esquerdo Diego. Contundido, ele fez muito falta porque harmoniza marcação e apoio. Fabinho, melhor lateral-esquerdo do último Campeonato Gaúcho pelo Caxias, não fez o que costuma exibir, ou seja, a especialidade de apoiar o ataque. Limitou-se ao que menos sabe, marcar e cobrir. Um erro tático, porque foi incluído na organização do conjunto como se fosse uma réplica de Diego, o que não é.


Leia mais matérias desta seção: Esportes

Total de 985 matérias | Página 1

05/08/2024 Conselho da Salvação para o Santo André
26/07/2024 Futuro do Santo André entre o céu e o inferno
28/06/2024 Vinte anos depois, o que resta do Sansão regional?
11/03/2024 Santo André menos ruim que Santo André. Entenda
05/03/2024 Risco do Santo André cair é tudo isso mesmo?
01/03/2024 Só um milagre salva o Santo André da queda
29/02/2024 Santo André pode cair no submundo do futebol
23/02/2024 Santo André vai mesmo para a Segunda Divisão?
22/02/2024 Qual é o valor da torcida invisível de nossos times?
13/02/2024 O que o Santo André precisa para fugir do rebaixamento?
19/12/2023 Ano que vem do Santo André começou em 2004
15/12/2023 Santo André reage com “Esta é minha camisa”
01/12/2023 São Caetano perde o eixo após saída de Saul Klein
24/11/2023 Como é pedagógico ouvir os treinadores de futebol!
20/11/2023 Futebol da região na elite paulista é falso brilhante
16/10/2023 Crônica ataca Leila Pereira e tropeça na própria armadilha
13/10/2023 Por que Leila Pereira incomoda tanto os marmanjos do futebol?
10/10/2023 São Bernardo supera Santo André também no futebol
10/08/2023 Santo André prestes a liquidar R$ 10 mi de herança do Saged