Esportes

São Caetano precisa soltar amarras
para seguir competitivo no G-4

DANIEL LIMA - 01/10/2012

O São Caetano que joga nesta terça-feira à noite no Estádio Anacleto Campanella contra o Guaratinguetá pela Série B do Campeonato Brasileiro precisa da vitória para seguir no G-4, o grupo das equipes que vão disputar a Série A no ano que vem. O time do técnico Emerson Leão começa a inquietar porque está perdendo o poder de fogo ofensivo. A derrota de 2 a 1 para o Paraná na noite de sexta-feira deve ser observada como sinal de alerta porque sugeriu um São Caetano à espera de erro do adversário ao invés de atuar ofensivamente. Duas bolas paradas de faltas na entrada da área originaram os gols que decretaram a derrota da equipe que começou vencendo com um arremate de Éder logo no começo do jogo.


 


É pouco provável que o técnico Emerson Leão não tenha detectado o problema do São Caetano, que já se manifestara no jogo anterior, na vitória de 3 a 2 ante o CRB com três gols de bola parada. Sem um lateral-direito de ofício, desses que sabem o que fazer quando tem a bola dominada, sem soltar mesmo que regradamente um dos volantes, sem dar liberdade ao lateral-esquerdo, sem exigir que os meias articuladores verticalizem as jogadas e insistindo demais em monopolizar ações ofensivas com Danielzinho e Somália, o São Caetano caiu no convencionalismo de um jogo moroso, pouco denso, sem compactação, sem aproximação e quase inofensivo no Paraná.


 


Está certo que o jogo desta terça-feira ante o Guaratinguetá, um dos oito times ameaçados de rebaixamento, não está entre os mais problemáticos na reta de chegada do campeonato, mas convém não facilitar. Confiar demais nas bolas paradas ou nas escapadas cada vez mais manjadas de Danielzinho pela esquerda é supor que os adversários não recorrem a gravações para estudar detalhadamente o que os espera.


 


Rastreamento completo


 


O futebol está cada vez mais decodificado porque as comissões técnicas recorrem exaustivamente à tecnologia. Foi por não inovar que Sérgio Guedes deixou a direção técnica para Emerson Leão. Depois de sequência esfuziante de resultados, o São Caetano de Sérgio Guedes subiu na classificação e passou a ser analisado pelos adversários. Foi o suficiente para o rendimento cair. Pode estar ocorrendo o mesmo fenômeno com Emerson Leão. Deixar apenas Danielzinho como alternativa mais consistente de ataque, sempre pela esquerda, sempre às costas do lateral, sempre à espreita de um milímetro de espaço, é subestimar os concorrentes. Goste ou não, o técnico Emerson Leão terá a capacidade de arrumação de equipe cada vez mais testada até o final da Série B.


 


O Paraná soube neutralizar o São Caetano depois de congestionar o meio de campo com três volantes. A medida impediu a organização do setor principalmente com Éder e Marcelo Costa, jogadores sem velocidade para infiltrações centrais e de pouca mobilidade para deslocarem-se às extremidades do campo. Sem que se movimentassem mais intensamente, sem que buscassem adentrar a área adversária, Somália ficou isolado entre os zagueiros à espera de rebarbas. A escalação de Augusto Recife mais uma vez na lateral transformou o São Caetano numa equipe paralisada à direita. Praticamente o setor não foi ocupado ofensivamente, o que facilitou a tarefa do adversário, que soltou o impetuoso lateral Fernandinho.


 


Trocas inúteis


 


Pior que a derrota ante o Paraná foi a constatação de que o São Caetano não merecia outra sorte porque abdicou da vontade de ganhar durante quase todo o jogo. Emerson Leão não quis correr riscos, exceto nos últimos 30 minutos quando fez substituições que só pioraram o rendimento do grupo. Trocar o lateral Diego pela improvisação de Éder no setor e a entrada de Pedro Carmona foi uma operação complexa demais, porque desarrumou o setor esquerdo da defesa e comprometeu ainda mais o baixo dinamismo do meio de campo.  Somália também foi trocado por Leandrão. Uma alteração que poderia dar algum efeito positivo, porque entrou um jogador descansado, mas a bola insistia em não chegar. A saída estava nas extremas, mas sem dois laterais e em seguida sem Danielzinho, trocado por Vandinho, de características completamente diferentes, o desastre foi compulsório.


 


Sorte do São Caetano que a rodada não foi inteiramente desastrosa, como prometia se consumar após as vitórias de sexta-feira de Joinville, Goiás e Criciúma, concorrentes diretos às três vagas que restam já que o Vitória é líder disparado e dificilmente deixará escapar a classificação. O outro candidato a uma das três vagas, o Atlético Paranaense, perdeu sábado à tarde em Bragança Paulista para um Bragantino que tenta escapar do rebaixamento. Numa contabilidade agregada, o São Caetano terminou a rodada com déficit de nove pontos, exatamente as vitórias de Criciúma, Joinville e Goiás. A melhor maneira de assegurar pontuação positiva nesse tipo de campeonato em que a interdependência de resultados dilacera os nervos é ganhar, porque o resto será lucro.


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