Esportes

Paulo Pinheiro é reforço de peso do
São Caetano na Série A do Paulista

DANIEL LIMA - 14/01/2013

Paulo Pinheiro não é goleiro, nem zagueiro nem lateral. Muito menos meio-campista ou atacante. Paulo Pinheiro é o prefeito de São Caetano. Paulo Pinheiro já está acompanhando de perto o São Caetano nos gramados. Esteve domingo de manhã na Rua Javari, na Capital, para ver o amistoso com o Juventus, em preparação à disputa da Série A do Campeonato Paulista. Saiu satisfeito com a vitória do São Caetano por 1 a 0. Paulo Pinheiro teria chegado num ótimo momento para ajudar a recolocar o São Caetano no topo da hierarquia do futebol brasileiro, depois de o projeto bater na trave no ano passado, quando a equipe só não se juntou aos bambambãs da Série A por conta de critérios de desempate na classificação. Poucas equipes que subiram ao longo dos anos fizeram tantos pontos quanto o São Caetano em 2012. É a matemática do futebol com suas travessuras.


 


O prefeito José Auricchio Júnior jamais deixou de prestigiar o São Caetano, mas refluiu participação presencial nos últimos tempos, nos estádios, por conta, entre outros motivos, do próprio histórico de arrefecimento técnico da equipe, dona do melhor currículo de resultados no ranking da primeira década deste século entre os clubes médios. Naquele período, colecionou dois vice-campeonatos brasileiros, um vice da Taça Libertadores da América, um título estadual e também um vice-estadual.  Rebaixado à Série B do Brasileiro em 2006, o São Caetano dá sinais de que voltaria a frequentar o clube dos bem-aventurados, embora o contexto dos últimos anos tenha se alterado significativamente com a imersão total da TV no financiamento dos clubes mais populares, com consequente desprezo aos demais.


 


Exatamente porque o mundo do futebol mudou radicalmente e cada vez mais a perspectiva de distanciamento entre grandes e médios e médios e pequenos se cristaliza, mimetizando-se questões demográficas que privilegiam o distanciamento territorial entre incluídos e excluídos, o São Caetano não pode ficar descolado nem estrategicamente e muito menos em potencialização econômica da Administração Pública.


 


Respostas municipais


 


As respostas à desproporcional ação televisiva em favor dos clubes de massa precisam ser emitidas com vitalidade pelas forças vivas dos municípios sem que se estabeleçam alternativas incestuosas. O Poder Público tem massa crítica suficiente para oferecer respostas dinâmicas à consecução de iniciativas que isoladamente os clubes municipais muito provavelmente deixarão de alcançar porque o redemoinho de concentração de recursos financeiros da TV nos clubes grandes tem efeito retroalimentador aos beneficiados e retrolimitador aos desconsiderados, vistos apenas como sparings, quando não descartáveis por gente elitista que desconhece as consequências da seletividade extrema das agremiações.


      


Convenhamos que a sinalização de suporte da Administração Municipal ao São Caetano não é um excesso de otimismo, tratando-se como se tratou de uma presença física num simples amistoso e nas informações de que o prefeito Paulo Pinheiro tem o Azulão no coração. Ante essa informação e uma combinação de outros vetores, projetar dias mais agudamente festivos para o futebol da cidade não é sonhar alto. Os tempos do prefeito Luiz Tortorello são automaticamente evocados, embora o estilo do prefeito atual não guarde qualquer relação de caciquismo, estrelismo, fanatismo e interpenetrações daquele que possivelmente tenha sido o executivo mais popular de toda a história do Município. Inclusive porque abraçou e beijou o São Caetano em todos os instantes.


 


Que fatores seriam esses a preparar o terreno para novos saltos do São Caetano? Ora, o ex-Secretário de Esportes de São Paulo durante a Administração Gilberto Kassab foi deslocado a São Caetano por conta de mexidas políticas com toda a sua experiência e laços de relacionamentos que podem ser mais que providenciais nessa nova empreitada de repopularização do São Caetano. Também o ex-prefeito José Auricchio Júnior está a reforçar o governo de Geraldo Alckmin, exatamente como secretário da área. Com tudo isso e um equilíbrio diretivo evidente do São Caetano, a ponto de manter praticamente intocável, quando não reforçar, a equipe vitoriosa da última campanha nacional, o que esperar nesta nova temporada senão série de resultados que dignifiquem ainda mais uma história que, convenhamos, poucos clubes médios ousariam colocar em demonstração.


 


Participação coletiva


 


Há muito a fazer fora de campo para que o Município de São Caetano esteja à altura do São Caetano dentro de campo. Uma das mais emergenciais e ousados medidas é levar mais torcedores ao Estádio Anacleto Campanella. Sobre isso, a Administração Paulo Pinheiro pode fazer muito, em parceria com o próprio clube e com empresas instaladas naqueles 15 quilômetros de Primeiro Mundo que ainda não se deram conta que podem elevar ainda mais a imagem de sucesso nacional se colocar o futebol como prioridade de marketing. Até porque o São Caetano é o melhor marketing de São Caetano, é o cartão postal mais popular de São Caetano, é tudo o que existe de mais importante positivamente de São Caetano quando observado sob olhar estadual e nacional.


 


É verdade que a rivalizar com o futebol do São Caetano no ranking de externalidades da imagem do Município de São Caetano existem os indicadores sociais e econômicos, mas a força popular da equipe sempre exposta a adversários de todas as regiões brasileiras em horários nobres ou não nas emissoras de TV por assinatura cada vez mais vistas é desmesuradamente maior, porque a sensibilização do futebol é reconhecidamente insuperável.


 


Desta forma, a presença do prefeito Paulo Pinheiro nos jogos da equipe do Município que dirige provavelmente é apenas a senha de novos tempos para valer de incursões que dariam maior representatividade nas arquibancadas do Estádio Anacleto Campanella, situação que apenas extratificaria um conjunto de iniciativas que podem e devem ser planejadas, coordenadas e executadas em diferentes módulos de tempo para enriquecer ainda mais a marca do Município e do próprio clube.


 


O São Caetano precisa ser devolvido ao coração dos moradores de São Caetano. Melhor dizendo: a população de São Caetano provavelmente está apenas a aguardar um empurrãozinho público para acondicionar o São Caetano no coração esportivo e, com isso, elevar ainda mais a autoestima de pertencer e participar para valer de uma sociedade diferenciada na Região Metropolitana de São Paulo.


 


A torcida do prefeito Paulo Pinheiro é uma ótima notícia para o São Caetano. O empenho para contribuir com o fortalecimento da equipe fora de campo será melhor ainda.


Leia mais matérias desta seção: Esportes

Total de 985 matérias | Página 1

05/08/2024 Conselho da Salvação para o Santo André
26/07/2024 Futuro do Santo André entre o céu e o inferno
28/06/2024 Vinte anos depois, o que resta do Sansão regional?
11/03/2024 Santo André menos ruim que Santo André. Entenda
05/03/2024 Risco do Santo André cair é tudo isso mesmo?
01/03/2024 Só um milagre salva o Santo André da queda
29/02/2024 Santo André pode cair no submundo do futebol
23/02/2024 Santo André vai mesmo para a Segunda Divisão?
22/02/2024 Qual é o valor da torcida invisível de nossos times?
13/02/2024 O que o Santo André precisa para fugir do rebaixamento?
19/12/2023 Ano que vem do Santo André começou em 2004
15/12/2023 Santo André reage com “Esta é minha camisa”
01/12/2023 São Caetano perde o eixo após saída de Saul Klein
24/11/2023 Como é pedagógico ouvir os treinadores de futebol!
20/11/2023 Futebol da região na elite paulista é falso brilhante
16/10/2023 Crônica ataca Leila Pereira e tropeça na própria armadilha
13/10/2023 Por que Leila Pereira incomoda tanto os marmanjos do futebol?
10/10/2023 São Bernardo supera Santo André também no futebol
10/08/2023 Santo André prestes a liquidar R$ 10 mi de herança do Saged