Esportes

Rodada aumenta risco do São Caetano
e diminui ameaça ao São Bernardo

DANIEL LIMA - 08/04/2013

A desmembrada penúltima rodada da fase classificatória da Série A do Campeonato Paulista aumentou o potencial de rebaixamento do São Caetano, que empatou quinta-feira com o Santos, e reduziu o risco do São Bernardo, que perdeu ontem para o Corinthians no Pacaembu de 2 a 0. A combinação de resultados praticamente deixou o São Bernardo muito próximo de uma nova temporada no principal campeonato estadual do País mas tornou a tarefa do São Caetano mais dramática para fugir do primeiro descenso estadual.


 


Na contabilidade de CapitalSocial, que leva em conta série de vetores, o São Caetano só perde para o Guarani no potencial de queda. Mas isso não significa que tudo esteja perdido. Embora divida o bloco de rebaixáveis com Guarani, União Barbarense e Ituano, o São Caetano tem duas opções que podem ajudar na operação de salvamento, casos do Mirassol e do Atlético Sorocaba.


 


São Bernardo e Paulista também constam da relação de ameaçados juntamente com o XV de Piracicaba, já que ainda não atingiram a marca de corte de 20 pontos ganhos. A mesma marca de corte que poderá ser reduzida já na próxima rodada, caso o Ituano não vença o Paulista em Jundiaí.


 


Nas contas de CapitalSocial, o Guarani reúne 99% de possibilidades de disputar a Série B Paulista no ano que vem, porque tem apenas 10 pontos ganhos e duas vitórias. O time de Campinas enfrenta o Palmeiras na Capital na próxima rodada e encerra a disputa com o União em Campinas. Chegará ao máximo de 16 pontos que, tanto o Atlético Sorocaba quanto o Ituano, podem superar na próxima rodada.


 


Combinação de resultados


 


O São Caetano depende de uma combinação de resultados para escapar da degola. Considerando-se que vença os dois jogos que lhe restam, no final de semana em Penápolis e na rodada final em casa ante o Paulista de Jundiaí, o São Caetano precisa contar com no máximo dois empates do Mirassol (joga em Campinas com a Ponte Preta e em casa com o Linense), com também no máximo dois empates do Ituano ante o Paulista (em Jundiaí) e o Palmeiras (em Itu), e pelo menos com um empate e duas derrotas do União Barbarense (joga em casa com o São Paulo e com o Santos e encerra a disputa com o Guarani em Campinas).


 


Além da baixa pontuação, o que pesa desfavoravelmente ao São Caetano nesta reta de chegada é o primeiro critério de desempate (número de vitórias), já que contabiliza apenas duas. Dos times que ocupam a zona de rebaixamento, apenas o Ituano tem mais vitórias (três). Mirassol e Atlético Sorocaba estão bem à frente (quatro vitórias cada). Por isso, é mais que provável que o São Caetano precisará chegar à frente dessas equipes no número de pontos ganhos. O saldo de gols do São Caetano, critério seguinte de desempate, é ainda pior nos embates ante Mirassol e o Atlético Sorocaba.


 


A penúltima rodada, portanto, provavelmente dará maior luminosidade à situação do São Caetano. Mas também pode ser tormentosa. A equipe mais bem posicionada da região no calendário nacional, integrante da Série B do Campeonato Brasileiro (o Santo André disputará a Série D e o São Bernardo não conseguiu vaga à mesma divisão) pode ser rebaixada à Segunda Divisão Paulista neste final de semana se perder para o Penapolense, se o Mirassol vencer a Ponte Preta em Campinas e se o Atlético Sorocaba superar o Oeste em Santa Bárbara. Uma combinação de resultados improvável, mas não impossível.


 


Um empate em Penápolis poderá sustentar as esperanças de o São Caetano decidir permanência na Série A Paulista desde que nem Ituano, nem Mirassol nem Atlético Sorocaba consigam sequer empatar seus compromissos. Também uma combinação muito difícil de ocorrer.


 


O São Bernardo que entrou no campeonato para comemorar uma das duas vagas na Série D do Campeonato Brasileiro (está atrás de Linense, Penapolense e Botafogo de Ribeirão Preto sem qualquer possibilidade matemática de obter sucesso) pode continuar na Série A Paulista com uma simples vitória ante o Mogi Mirim no final de semana no Estádio Primeiro de Maio.


 


A situação dos ameaçados


 


Veja as condições classificatórias de cada uma das equipes e o risco de rebaixamento:


 


1. Guarani tem 10 pontos ganhos, duas vitórias e saldo negativo de 16 gols. Vai jogar com o Palmeiras (f) e União Barbarense (c). Possibilidades de queda: 99%.


 


2. São Caetano tem 12 pontos ganhos, duas vitórias e saldo negativo de 14 gols. Vai jogar com o Penapolense (f) e Paulista (c). Possibilidades de queda: 80%.


 


3. União Barbarense tem 13 pontos ganhos, duas vitórias e saldo negativo de 11 gols. Vai jogar com o São Paulo (c), Santos (c) e Guarani (f). Possibilidades de queda: 70%.


 


4. Ituano tem 14 pontos ganhos, três vitórias e 11 gols de saldo negativo. Vai jogar com o Paulista (f) e Palmeiras (c). Possibilidades de queda: 70%.


 


5. Mirassol tem 15 pontos ganhos, quatro vitórias e saldo negativo de três gols. Jogará com a Ponte Preta (f) e Linense (c). Possibilidade de queda: 54%.


 


6. Atlético Sorocaba tem 16 pontos ganhos, quatro vitórias e saldo negativo de três gols. Vai enfrentar o Oeste (c) e Corinthians (f). Possibilidades de queda: 20%.


 


7. São Bernardo tem 17 pontos ganhos, quatro vitórias e saldo negativo de nove gols. Vai jogar com Mogi Mirim (c) e Oeste (f). Possibilidades de queda: 3%.


 


8. Paulista tem 17 pontos, quatro vitorias e sete gols de saldo negativo. Vai jogar com o Ituano (c) e São Caetano (f). Possibilidades de queda: 3%.


 


9. XV de Piracicaba tem 19 pontos ganhos, quatro vitórias e dois gols de saldo negativo. Vai jogar com o Bragantino (c), São Paulo (f) e Botafogo (c). Possibilidades de queda: 1%.


 


A derrota no Pacaembu


 


Provavelmente porque considera fora de qualquer possibilidade o rebaixamento à Série B Paulista, o técnico Wagner Lopes escalou um São Bernardo menos defensivo do que se imaginava ontem à tarde no Pacaembu diante do Corinthians. A derrota de 2 a 0 foi a consequência natural de dois movimentos distintos: o time da região fez o máximo dentro das limitações que ostenta e o Corinthians, mesmo com um time recheado de reservas de luxo, fez o mínimo necessário para vencer.


 


Diferentemente do empate do São Caetano três dias antes no mesmo Pacaembu diante o Santos, o São Bernardo não se meteu atrás apenas para sustentar pelo menos um empate. A situação das duas equipes da região na competição exige comportamentos diferentes. Ao São Caetano sobra pânico por conta da tábua de classificação. Ao São Bernardo, que se recuperou após a contratação de Wagner Lopes, há certa folga. Por isso foi possível escalar a equipe com dois volantes, três meias e Fernando Baiano como pivô no ataque. Jogos menos difíceis colocaram o São Bernardo na defensiva, com três volantes.


 


O resultado final se explica pela diferença técnica entre as equipes, mas o São Bernardo cumpriu com certo brilho o papel de coadjuvante de um jogo quase morno. Em nenhum momento a equipe da região limitou-se a apenas se defender. É verdade que sem a bola praticamente todos recuavam, menos Fernando Baiano, mas com a bola havia liberação dos laterais e dos meias. Ricardinho e Fernando Baiano acertaram a trave do goleiro Júlio Cesar, em jogadas de laboratório que o São Bernardo explora após a chegada de Wagner Lopes. No primeiro tempo, Bady inverteu da esquerda e colheu Ricardinho fechando à direita, nas costas de Fábio Santos. A cabeçada no pé da trave contou também com a defesa do goleiro Júlio César. No segundo tempo, um cruzamento de Régis colheu Fernando Baiano livre que, dominou de costas, protegeu, girou e quase marcou.


 


Adversário compacto


 


Foram esses os momentos mais agudos do São Bernardo durante todo o jogo, mas a equipe não foi inoperante. Houve dificuldades de suprimento porque os volantes Dudu e Daniel Pereira preocuparam-se mais em marcar, os laterais Régis e Gleydson foram comedidos, Bady raramente infiltrou e os atacantes abertos pelas pontas, Gil e Ricardinho (no segundo tempo entrou Judson no lugar de Gil) foram sempre bem vigiados. A entrada de Judson deslocou Ricardinho à esquerda, mas não deu o resultado esperado: o Corinthians fechou de vez a lateral-direita com o deslocamento de Edenilson após a contusão de Fábio Santos (Guilherme Andrade foi à esquerda) e Ricardinho ficou isolado. Judson até que tentou, porque tem mais habilidade que Gil e Ricardinho, mas raramente encontrou espaços.


 


O Corinthians teve o controle do jogo durante todo o tempo, fez um gol no primeiro tempo com Jorge Henrique, perdeu um pênalti com Guerreiro antes da virada de tempo e fechou o placar no final do jogo com um chute violento do peruano. A entrada de Danilo aos 12 minutos do segundo tempo mostrou o quanto um titular faz a diferença num time repleto de reservas: ele organizou o lado esquerdo do Corinthians, deu o ritmo que a equipe precisava para tornar o São Bernardo mais defensivo e ajudou a fechar o placar.


 


O São Bernardo deixou o Pacaembu certo de que fizera papel de figurante que contava e continua a contar com folga para não enxergar o fantasma da Série B do tamanho que apavora concorrentes mais abaixo na classificação.


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