Não sei se os leitores vão me entender, até porque não quero que entendam tudo, porque isso aqui está mais para uma chamada de telenovela, mas vou escrever nesta quinta-feira sobre as principais razões de o São Caetano estar enrascadíssimo e o São Bernardo quase livre do pesadelo de rebaixamento à Série B do Campeonato Paulista.
Vou escrever sobre o comportamento das duas equipes no campeonato recorrendo ao que escrevi ao longo da competição, ou, principalmente, nos momentos mais incisivos durante os pouco mais de três meses de jogos. Escrevo com a autoridade de quem assistiu rigorosamente a todos os jogos das duas equipes, diretamente, ao vivo, ou gravações de madrugada. Todos os jogos, diga-se de passagem, transmitidos pela TV por assinatura.
Sei que há limitações visuais –e potencialmente interpretativas – das transmissões impõem, principalmente porque a Série A do Paulista não é dotada dos cuidados tecnológicos da emissora de TV. Um jogo da Liga dos Campeões da Europa é uma coisa fabulosa em amplitude visual proporcionada por tudo que há de mais moderno em tecnologia. Já um jogo da Série A Paulista, principalmente quando não envolve um dos times grandes, é sempre menos bem tratado.
Mas já aprendi a conviver com essa adversidade. Vejo o aparelho de TV de uma forma amplificada, além da naturalidade dos jogos de maior sofisticação de imagem. Não pretendo explicar como, porque estou com preguiça a detalhamentos, mas posso garantir que querendo, querendo de verdade, é sempre possível ver cada gramado além do que se apresenta aos telespectadores sem compromisso com análises.
Minhas origens jornalísticas estão no futebol e do futebol não me desgrudo jamais porque, ao contrário do que afirmam pobres coitados intelectualóides, trata-se de manifestação muito mais que esportiva. O futebol – e os esportes de maneira geral – é extraordinariamente pedagógico. Daí minha oposição a sentenças supostamente sábias de que o esporte mais popular do mundo não tem importância social, cultural e econômica. Muito pelo contrário e não vou aqui, também por preguiça, destilar os números do PIB do futebol no Brasil e no mundo, tampouco a interpenetração social e menos ainda os agregados de valoração artística.
A coexistência entre o jornalista esportivo e o jornalista multitemático só enriqueceu meus conhecimentos, desafiando-os, na realidade. Por isso, acompanhar as duas equipes da região na Série A do Campeonato Paulista faz parte de minha rotina e de minha cota a manifestações esportivas que reúne jogos de tantas outras equipes e seleções. Dizer que sou tarado pelo Barcelona é pouco.
Mais que assistir aos jogos, o gosto por nuances táticas e técnicas é um diferencial maravilhoso. E como todo observador de futebol, tenho algumas fontes que abastecem minha curiosidade e meus referenciais da equipe ideal que gostaria de ver em campo, seja qual for a cor da camisa. É verdade que se for alvinegra, melhor ainda -- mas isso é outra história.
Então, ficamos assim: nesta quinta-feira mostraremos aos leitores o que pretensiosamente chamaria de razões básicas que traçaram os destinos do São Caetano e do São Bernardo no Campeonato Paulista. Nada que não tenha sido escrito nesta revista digital. O que não é pouca coisa, convenhamos, porque futebol está longe de ser ciência exata e todos nós que nos metemos a tentar desvendar o que vem na próxima rodada, por exemplo, estamos fadados a quebrar a cara.
Total de 985 matérias | Página 1
05/08/2024 Conselho da Salvação para o Santo André