Esportes

Agora São Caetano até projeta data
para sair da zona de rebaixamento

DANIEL LIMA - 11/08/2014

Depois de vencer o Guarani em Campinas por 1 a 0 ontem à noite o São Caetano já projeta data para sair da zona de rebaixamento. Na próxima rodada a equipe que representa a região no calendário da CBF vai jogar em casa com o carioca Macaé, enquanto o Guarani enfrenta o Madureira no Rio de Janeiro. Os seis pontos combinados são suficientes para projetar o que parecia improvável: o São Caetano deixar a zona de queda já na segunda rodada do segundo turno da fase classificatória.


 


A possibilidade de o São Caetano deixar o Z-2 depende de combinação de resultados nada improvável. O Guarani tem 11 pontos ganhos contra oito do São Caetano. As duas equipes têm duas vitórias na competição (primeiro critério de desempate). Se vencer por qualquer diferença de gols e se o time de Campinas perder no Rio, as duas equipes terminarão a rodada com o mesmo número de pontos. O São Caetano saltaria à antepenúltima posição porque somaria uma vitória a mais.


 


Como o jogo do Guarani é no sábado à tarde e o do São Caetano é no dia seguinte, às 16h no Estádio Anacleto Campanella, a equipe da região tem a vantagem de saber exatamente o tamanho das possibilidades de deixar a zona de rebaixamento.


 


A perspectiva de o São Caetano livrar-se do estresse causado por uma das duas últimas colocações não se esgota no final de semana. Mesmo que não supere o Guarani de imediato, haverá nova oportunidade na rodada seguinte, quando enfrenta o Caxias no Anacleto Campanella e o time de Campinas voltará ao Rio de Janeiro, agora para enfrentar o Madureira. Ou seja: o São Caetano tem tudo nas duas próximas rodadas para empreender arremetida que faria a diferença na próxima temporada, mantendo-se na Terceira Divisão do futebol brasileiro.


 


A possibilidade de disputar a Série D é quase um convite ao haraquiri. Não existe escapatória: ou se conquista uma das quatro vagas em 2015 para voltar à Série C em 2016 ou a equipe voltaria em 2016 às competições domésticas da Federação Paulista de Futebol. Caso do Santo André, excluído do calendário nacional após disputar uma temporada da Série A do Campeonato Brasileiro e cair sequencialmente. Há uma década e meia o São Caetano disputa competições nacionais.


 


Divisor de águas


 


O resultado em Campinas se confirmou como divisor de águas na campanha do São Caetano. Agora a equipe da região se distancia apenas três pontos do time campineiro, primeiro fora da zona de rebaixamento. Três pontos não são a medida ideal à análise. O que separa as duas equipes são os 36,66% de aproveitamento do Guarani e os 26,66% do São Caetano. Que poderão ser igualitariamente 33,33% caso as duas equipes empatem em pontos ganhos já na próxima rodada.


 


Embora a fuga do rebaixamento envolva aparentemente apenas três equipes (Duque de Caxias com seis pontos, São Caetano com oito e Guarani com 11), não se excluem pelo menos outras três: o Guaratinguetá perdeu em casa para o Mogi Mirim por 2 a 1 e segue com 12 pontos ganhos, o Juventude empatou o clássico com o Caxias de 1 a 1 e soma 13 pontos e o Macaé perdeu em casa para o Tupi por 2 a 0 e manteve os 14 pontos. O empate de 1 a 1 entre Duque de Caxias e Madureira completou a rodada. O Mogi Mirim lidera com 20 pontos, contra 19 do Caxias, 16 do Tupi e 15 do Madureira. Essas equipes compõem o G-4 e estariam classificadas à próxima fase do campeonato. Guaratinguetá e Macaé podem ser incluídos entre os rebaixáveis, desde que o São Caetano derrote o time do Rio e o Guará perca para o vice-líder Caxias, em Caxias do Sul.


 


Vitória com sofrimento


 


A vitória do São Caetano em Campinas foi um festival de sofrimento. O time mandante dominou completamente pelo menos dois terços do jogo. No outro terço o São Caetano mal estancou a pressão hemorrágica. Uma inversão em relação ao jogo em que o São Caetano perdeu em casa para o Duque de Caxias, na rodada anterior.


 


A virtude do time de Paulo Roberto dos Santos se concentrou na dedicação física e tática de correr o tempo todo, mas a desorganização imperou. O São Caetano errou demais no sistema defensivo e no sistema ofensivo. Deu espaços laterais para o adversário, o meio de campo abriu brechas na entrada da área entre outras razões por conta do mau posicionamento de Moradei, fora de ritmo após longo afastamento. Houve também excessos de lançamentos, de erros de passes e de cometimento de infrações nas proximidades da área.


 


Os contragolpes foram sistematicamente com bolas longas para atacantes velozes mas sem porte físico para as divididas com os zagueiros. Não havia compactação entre os setores. Ramalho foi quem mais brilhou com a precisão de passes no meio de campo.


 


Gol após estabilidade


 


Os primeiros 20 minutos foram massacrantes. O Guarani perdeu pelo menos três grandes oportunidades. Atacava pelas laterais e pelo meio. A pressão na saída de bola era combinada com o avanço dos zagueiros e meio-campistas. O São Caetano não encontrava espaços para mover-se. Somente após os 20 minutos o time da região equilibrou o jogo e, aos 42, fez o gol que lhe valeu os três pontos e novas perspectivas na competição. Tudo começou com uma batida rápida de falta de Ramalho pela esquerda, cruzamento de Renato Peixe rasante para a entrada do jovem atacante Alison. Um toque sutil ante a aproximação de um zagueiro bastou para encobrir o goleiro.


 


Sorte que no segundo tempo o Guarani não aliou o controle tático e técnico do jogo à organização do primeiro período. O nervosismo do time campineiro, embalado e cobrado por impacientes 3,5 mil torcedores, facilitou a tarefa destrutiva do São Caetano. Uma cabeçada do zagueiro João Paulo após escanteio e um chute fraco de Ângelo ao penetrar em diagonal foram tudo o que São Caetano conseguiu no segundo tempo. O Guarani acertou duas vezes a trave do goleiro Saulo, pressionou, cruzou seguidas bolas na área, mas não encontrou as redes.


 


O técnico Paulo Roberto dos Santos poderia ter aliviado um pouco a pressão do Guarani. Demorou demais para reforçar a defesa diante dos seguidos cruzamentos do Guarani. A entrada do zagueiro Cleiton aos 38 minutos poderia ter sido antecipada. Paulo Roberto preferiu, antes disso, trocar um atacante e um meia-atacante (Robson Duarte e Helton Luiz) por jogadores semelhantes (Robson Fernandes e Wendell). Correu sérios riscos, mas a noite era mesmo do São Caetano. Alcançou-se o único resultado de que a equipe precisava para respirar novos ares no campeonato. Agora a fuga do rebaixamento não é mais uma equação matemática, apenas. 


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