O São Caetano vai torcer nesta noite de segunda-feira por vitória do Guarani, do Juventude ou por empate no jogo que completa a 14ª rodada do Grupo B do Campeonato Brasileiro da Série C? Depois de derrotado domingo por 1 a 0 pelo Mogi Mirim, no Interior, o trilema do São Caetano é inquietador. Qualquer que seja o resultado, a rodada poderá provocar estragos. É quase impossível fugir de estragos diretos quando se perde, como o São Caetano perdeu domingo. E também de estragos indiretos quando o entorno que tanto interessa não oferece opções satisfatórias.
Para entender a situação do São Caetano nesta noite de jogo complementar não é preciso ser um gênio da lâmpada. A equipe do técnico Paulo Roberto dos Santos está na oitava colocação com 12 pontos ganhos. O Guarani vem a seguir com os mesmos 12 pontos, mas com uma vitória a menos, primeiro critério de desempate. Guarani e Duque de Caxias integram a zona de rebaixamento da competição.
Aparentemente, seria melhor o Guarani perder em casa para o Juventude. Assim, o São Caetano permaneceria fora da zona de rebaixamento. O problema é que o Guarani jogará com o apoio de sua torcida três das últimas cinco partidas que restariam para o encerramento da fase classificatória -- mesmo atuando em Bragança Paulista, como hoje à noite. O São Caetano, inversamente, jogará apenas duas das cinco partidas restantes em casa.
Briga concentrada
A derrota do Guarani esta noite significaria que o Juventude, sétimo colocado com 17 pontos ganhos, somaria 20 e praticamente saltaria para fora da zona de degola. A briga poderia ser definitivamente concentrada no desespero do São Caetano e do Guarani. O Duque de Caxias já se inscreveu preliminarmente na Série D.
E se o Guarani vencer o Juventude esta noite? Também pode ser ruim para o São Caetano. Além de cair para a zona de rebaixamento, o São Caetano ficaria três pontos distante do time de Campinas, com o ônus de um horizonte de dificuldades maiores por conta da tabela reservada às duas equipes. A vantagem é que o Juventude poderia ser arrastado à zona de turbulência do rebaixamento. Como o São Caetano joga em Caxias com o Juventude em 15 dias, poderá ter uma situação de decisão pela frente.
O empate retiraria o Guarani da zona de rebaixamento, colocaria o São Caetano num desconforto ainda maior e daria um pouco mais de fôlego ao Juventude, que saltaria a 18 pontos. Será um bom resultado? Talvez a vantagem do empate seja o fato de que cada equipe ganharia apenas 33% dos pontos em disputa. E até prova em contrário, não se desgrudariam excessivamente da ameaça de disputar a Série D no ano que vem. Valeria a pena mesmo ou o ônus de voltar à zona de queda poderá irradiar novas turbulências emocionais no São Caetano?
O que o técnico Paulo Roberto dos Santos pensa a respeito dessas possibilidades? E os jogadores? E os dirigentes? O que escolher: ter o Guarani abaixo na classificação mesmo que a custa do desgarramento do Juventude, ter o Juventude derrotado e atraído à zona de infortúnio ou é mais interessante mesmo um meio de caminho entre uma situação e outra? Façam suas apostas.
Quatro times em um
O São Caetano que perdeu para o líder Mogi Mirim domingo no Interior foi um time dividido em quatro times, divisão de acordo com a cronologia do jogo. Nos primeiros 10 minutos foi encurralado por um adversário forte, mobilizador de espaços e ostensivamente ofensivo. Nos restantes 35 minutos do primeiro tempo foi um time mais organizado, embora continuasse preso demais à marcação, e até acertou dois contragolpes. Foi nesse período que sofreu um gol quase acidental, aos 43 minutos. A trajetória da bola em diagonal à esquerda do ataque foi desviada involuntariamente por Helton Luiz, ganhou nova rota e caiu nos pés do habilidoso armador Vitinho, que deixou o atacante Thomas livre para finalizar. Não fosse o fortuito, o posicionamento da defesa não permitiria maiores riscos.
O terceiro time do São Caetano em Mogi Mirim atuou durante pouco mais de 10 minutos. Com a entrada de Robson Duarte em substituição a Helton Luiz, o time de Paulo Roberto dos Santos trocou o 4-3-1-2 defensivo por um 4-3-3 anacrônico, sem ligação entre meio de campo e ataque. Prevaleceram os chutões. O adversário teve posse de bola e ameaçou.
O quarto time do São Caetano começou a se revelar quando tudo parecia irremediavelmente perdido: uma tempestade que não passou de ventania, embora se esperasse chuva, colocou o time da região aparentemente em desvantagem. Tudo porque o vento soprava forte contra o gol de Saulo. Mas novas alterações do técnico Paulo Roberto dos Santos reverteram completamente o quadro. As saídas de Ramalho e Alison para as entradas de Wendel e Marcelo Soares arrumaram a equipe taticamente. O São Caetano adiantou os volantes, soltou os laterais, tomou os espaços de organização tática do Mogi Mirim e encurralou o adversário. Poderia ter voltado com pelo menos um empate, mas insiste em perder gols imperdíveis.
Ataque, o caminho
Talvez o técnico Paulo Roberto dos Santos tenha tido uma oportunidade de ouro para retirar de vez o São Caetano do rebaixamento: a utilização de jogadores velozes em combinação com aproximações mescladas de lançamentos, pode finalmente ser o ponto de ignição para o São Caetano encaixar um sistema de mais força ofensiva. Pior ataque do grupo ao lado do Guarani com sete gols (o já praticamente rebaixado Duque de Caxias de seis gols marcados não entra na conta) o São Caetano precisa de gols como resposta óbvia à manutenção da vaga na Série C do Brasileiro.
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05/08/2024 Conselho da Salvação para o Santo André