Nada de falsas ilusões, nada de hipocrisia: o São Caetano que joga às 19h30 de hoje em Caxias com o Juventude pela Série C do Campeonato Brasileiro (com transmissão do Sportv) simplesmente coloca o futuro nos 90 minutos. Se vencer ou empatar, continuará na disputa para fugir da Série D do ano que vem. Se perder, somente um milagre o salvaria. Resta saber se o técnico Paulo Roberto dos Santos, que ganhou metade dos pontos disputados, conseguirá encaixar o tom tático de que a equipe tanto precisa. E qual é o tom tático mais adequado?
Com a vantagem de saber o que precisa nesta noite, já que os demais jogos do Grupo B foram disputados no final de semana, o técnico do São Caetano pode se dar ao luxo de colocar a equipe com cuidados defensivos para tentar voltar com um empate que levaria a decisão do rebaixamento às três últimas rodadas. Se Juventude e São Caetano tivessem se enfrentado no mesmo dia e horário dos demais jogos, essa prerrogativa não existiria. Isso é vantagem, portanto, para as duas equipes.
Mas também se converte em desvantagem para o São Caetano. O Juventude sabe exatamente do que precisa para deixar a zona de rebaixamento longe de seu destino e, por conta disso, deve ser mais deliberadamente ofensivo. Ao Juventude basta vencer o jogo. Com todos os jogos no mesmo horário, haveria a perspectiva de que a vitória não seria obrigatória.
Discussões à parte, o fato é que o Juventude tem 18 pontos ganhos contra 15 do São Caetano. Uma vitória colocaria o São Caetano fora da zona de rebaixamento, à qual deslocaria o Juventude. O empate mantém a diferença. O Guarani venceu o Duque de Caxias por 1 a 0 sábado à noite e saltou a 19 pontos. O Duque de Caxias está matematicamente rebaixado à Série D.
Lista pode crescer
A lista de potenciais rebaixáveis poderá resumir-se praticamente ao São Caetano, em caso de derrota no Sul do País. Mas poderá estender-se, além do Juventude, ao Guarani, ao Macaé (20 pontos) e ao Caxias (21), em caso de vitória do São Caetano. Se houver empate, São Caetano, Guarani e Juventude concentrariam os maiores riscos de se juntarem ao Duque de Caxias.
Resultado redentor mesmo para o São Caetano seria uma vitória em Caxias do Sul. Afinal, passaria a contar com os mesmos 18 pontos do adversário, mas o ultrapassaria no critério de desempate (cinco vitórias contra quatro) e, com isso, deixaria a zona de rebaixamento. Mais que isso: chamaria o Guarani, o Macaé e o Caxias para a dança do desespero de quem foge da queda para a Série C. Nem mesmo o Guaratinguetá, com 21 pontos, na quarta posição, estaria a salvo da queda, embora com menos probabilidades.
Tudo isso significa que o empate é bom para o São Caetano diante do Juventude, mas a vitória é bem melhor. Será que o técnico Paulo Roberto dos Santos vai abrir o jogo para ganhar os três pontos ou preferirá muita cautela para surpreender o adversário sem correr grandes riscos?
Quem conhece o treinador aposta na segunda alternativa. Paulo Roberto é cuidadoso, procura explorar os erros do adversário e não abre mão de sistema defensivo compacto. Poderia ter obtido melhores resultados nos oito jogos que dirigiu a equipe, mas os contragolpes não têm funcionado porque escasseiam e também porque são mal-aproveitados. Terá chegado a hora esta noite?
Poucas emoções
São Caetano e Juventude proporcionam poucas emoções no campeonato, caso o critério de avaliação seja sintetizado no número de gols marcados e sofridos. O Juventude marcou 10 e sofreu 11, enquanto o São Caetano marcou oito e sofreu 11. Só o Guarani tem resultados semelhantes, porque marcou nove e sofreu 11. Quase todas as demais equipes marcaram ou sofreram bem mais gols. O líder Mogi Mirim, por exemplo, marcou 18 gols e sofreu 17, o vice-líder Tupi marcou 21 e sofreu 11, o Madureira, terceiro colocado, marcou 16 e sofreu 10 e o Guaratinguetá, quarto, marcou 24 gols e sofreu 14.
Com poucos gols ou não, certo mesmo é que, quando o jogo em Caxias do Sul terminar esta noite, o São Caetano poderá comemorar um resultado salvador ou amargurar iminente rebaixamento. Quem conhece o técnico Paulo Roberto dos Santos é capaz de jurar que ele é capaz de tudo quando se trata de selar o destino da equipe que dirige numa competição. E tudo significa um vasto arsenal de ideias colocadas em prática. Será que o ataque do São Caetano finalmente desencantará?
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