Esportes

São Caetano ganha com autoridade
e torce por vitória do Caxias à noite

DANIEL LIMA - 29/09/2014

Depois de ganhar com autoridade de mandante os primeiros três pontos de improváveis mas não impossíveis 11 necessários para escapar do rebaixamento à Série D do Campeonato Brasileiro, o São Caetano torce nesta noite de segunda-feira por vitória (ou na pior das hipóteses, por empate) do mandante Caxias ante o Guarani de Campinas no encerramento da penúltima rodada da Série C. A vitória de 3 a 2 ontem no Estádio Anacleto Campanella diante do Guaratinguetá foi o melhor momento do São Caetano na competição. Integrante da Série A do Campeonato Paulista ao usar a camisa do Audax, o Guaratinguetá foi dominado na maior parte do tempo por um São Caetano que, pela primeira vez na competição, marcou três gols em 90 minutos.


 


A carga pesada que o São Caetano enfrenta para fugir do rebaixamento foi superada em importante degrau com a vitória ante o Guaratinguetá, mas o Guarani tem de fazer a parte que é mais provável do que a que se apresentava até domingo ao time da região. O São Caetano precisa somar seis pontos diretos, vencendo o Guaratinguetá e o Duque de Caxias, no próximo sábado no Rio de Janeiro. Perder para o Caxias que luta pela classificação é o resultado mais provável no Rio Grande do Sul, mas o Guarani só manterá o São Caetano na Série C caso perca ou empate em casa na próxima rodada no confronto com o líder Tupi, em Campinas.  A soma direta e indireta de 11 pontos é compulsória para o São Caetano permanecer na competição na próxima temporada.


 


Diferença a manter


 


A diferença de dois pontos que separam o São Caetano (18) e o Guarani (20) deverá se manter nesta noite. Mas, na pior das hipóteses, o Guarani não pode passar de empate que o levaria a 21 pontos. Tudo ficaria esticado à rodada final. O São Caetano tem cinco vitórias contra quatro do Guarani, primeiro critério de desempate. Por isso, se vencer os dois jogos e somar 21 pontos (com seis vitórias) e se o Guarani empatar um e perder o outro (21 pontos e quatro vitórias), o São Caetano escaparia de rebaixamento.


 


Deixar que tudo se resolva na última rodada é o sonho do São Caetano, após ser considerado praticamente rebaixado pelo site Chance de Gol, com 95% de probabilidades. Na última rodada o São Caetano joga no Rio de Janeiro com um Duque de Caxias que já iniciou reformulação do elenco após ser rebaixado e que vem de goleada ante o Tupi, em Juiz de Fora, por 4 a 1. O Duque de Caxias somou apenas sete pontos no campeonato.


 


Já o compromisso do Guarani em Campinas é muito mais indigesto: enfrentará um Tupi que soma 33 pontos e faz a melhor campanha entre os 20 integrantes da Série C, divididos em dois grupos. Ganhar do Guarani poderá ser a única alternativa para o time mineiro terminar a fase de classificação como líder geral e, assim, jogar todas as partidas das próximas etapas de mata-matas decidindo em casa. O Tupi está ameaçado pelo Fortaleza, líder do Grupo A com 32 pontos após empatar fora de casa na rodada do final de semana com o Botafogo da Paraíba. A vantagem de um ponto e de uma vitória (nove contra oito do Fortaleza) praticamente obriga o Tupi a ganhar do Guarani, porque o Fortaleza joga em casa no próximo sábado com o ASA de Arapiraca, terceiro colocado e que luta pela classificação.


 


Pelo Grupo A, outro jogo desta noite e que complementará a penúltima rodada envolve, o mandante Mogi Mirim e o Macaé do Rio de Janeiro. Com 28 pontos, o Mogi Mirim ainda sonha com o primeiro lugar no grupo, enquanto o Macaé, com 23, quer defender posição no G-4, o grupo das equipes que disputarão o mata-mata. Tupi e Mogi Mirim já estão classificados, enquanto Madureira (26), Macaé (23), Guaratinguetá (22), Caxias (22), Juventude (22) e Guarani (20) ainda sonham com uma das duas últimas vagas.


 


Vitória redentora?


 


Os 3 a 2 que o São Caetano aplicou ontem no Guaratinguetá no Estádio Anacleto Campanella poderão ser um resultado qualquer em meio a uma frágil participação na Série C do Campeonato Brasileiro desta temporada mas, se os jogos restantes da competição colaborarem, ganharão outra conotação. Seria o jogo da redenção técnica, tática e emocional de um grupo de jogadores considerado carta fora do baralho da Série C do ano que vem. O São Caetano ganhou com amplos méritos de um time da Série A do Campeonato Paulista, disfarçado de Guaratinguetá mas de fato Audax. O resultado apertado não diz o que foi a partida. Durante quase todo o tempo o São Caetano foi melhor. Corajosamente melhor.


 


As virtudes do São Caetano foram inúmeras. O sistema 4-4-2 e os jogadores foram os mesmos do empate sem gols ante o mesmo Guaratinguetá no jogo de ida no Vale do Paraíba. A diferença foi o ritmo de jogo. Se naquela oportunidade interessava não perder, porque o time precisava somar pelo menos um ponto, desta vez jogou o tempo todo no ataque. Mais que isso: contra um adversário quem tem na posse de bola, nos deslocamentos, na aproximação entre os jogadores, as principais virtudes, o São Caetano utilizou antídotos virais: marcou pressão a saída de bola, fechou espaços internos à penetração dos adversários, marcou pelas laterais, cometeu poucas faltas, usou contragolpes com bola bem dominada e bem passada e não se acomodou com o resultado parcial de 3 a 1 da mesma forma que não se desesperou ao sofrer um a zero aos 17 minutos.


 


Duas revelações


 


Como se tudo isso fosse pouco, o jogo serviu para confirmar uma tendência afirmativa que já não inspira tanta cautela: os jovens atacantes Robson Fernandes e Alison, este autor dos três gols, têm muito a dar se em vez de chutões a equipe jogar com bola no chão, com inteligência, com inversão de jogadas. Os dois meninos deram uma canseira e tanto ao adversário entre outros motivos porque o meio de campo formado por Moradei, Esley, Ramalho e Helton Luiz não rifou os contragolpes e os laterais, principalmente o mais acionado Ângelo, se apresentaram ofensivamente.


 


Pelo futebol do São Caetano ante o Guaratinguetá, os jogadores bem que merecem mais que torcerem esta noite por uma vitória do Caxias ante o Guarani – merecem a vitória do time mandante. Entrar na última rodada para tentar uma salvação até outro dia improvável seria um prêmio ao poder de recuperação em 90 minutos, quando tudo fazia crer que o time seria um amontado a ser rifado. Nada disso. O arranjo coletivo, com o encurtamento da distância entre os setores, aniquilou a principal virtude do Guaratinguetá – o domínio e o controle do espaço com movimentação sistemática de todos os jogadores em sincronia abusada e jamais vista entre os times pequenos do futebol brasileiro. 


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