Esportes

São Caetano joga o esperado;
clássico tem placar extravagante

DANIEL LIMA - 02/02/2015

Das três equipes da região que iniciaram no final de semana a disputa da Série B do Campeonato Paulista, apenas o Santo André tem motivos de sobra para reclamar: foi goleado em Barueri pelo mandante Água Santa de Diadema por 4 a 1, no primeiro clássico da história entre as duas equipes. O São Caetano empatou de zero a zero em casa com o Atlético Sorocaba ao jogar o que se esperava em forma de solidez defensiva mas frustrando a torcida ao desperdiçar oportunidades demais para traduzir o domínio em vitória.


 


O técnico Luiz Carlos Martins levou a campo um São Caetano aparentemente mais sólido e preparado do que o da competição do ano passado, quando o rebaixamento foi uma tormenta até a última rodada. O sistema defensivo é responsabilidade de todos os jogadores mesmo atuando em casa diante de um adversário que se fechou por completo.


 


Em nenhum momento o São Caetano proporcionou espaços aos contragolpes do Atlético Sorocaba. Nem mesmo quando Martins substituiu o volante Leandro Carvalho pelo meia-atacante Clebinho para tentar infiltrações em jogadas de aproximação. O São Caetano abandonara ali o 4-2-3-1 e se dedicou ao 4-1-4-1, com o jovem Robson mais avançado mas muito dispersivo.


 


O São Caetano perdeu ao menos quatro oportunidades que poderiam ter resolvido o jogo. Basicamente houve indecisão na hora do arremate no interior da grande área. De fora da área o São Caetano acertou duas vezes a trave no segundo tempo, em chutes de Clebinho e Wesley. O Atlético só ameaçou em dois chutes de longa distância.


 


Problemas ofensivos


 


Se o sistema defensivo do São Caetano comprova que Luiz Carlos Martins é especialista na arte de reduzir espaços aos adversários, o sistema ofensivo pode ter complicações se a impressão inicial for confirmada nos próximos jogos. Faltaria pelo menos um meia-atacante com velocidade e poder de arremate, além de muita mobilidade e experiência. Wesley e Neto, escolhidos por Martins, movimentaram-se pouco e fizeram raras jogadas de infiltração diante de um adversário que não se descuidou um instante da marcação à frente da grande área. O veterano Esley, escalado ao lado de Leandro Carvalho para cuidar da defesa, foi o destaque do jogo.


 


Mas os destaques poderiam ser outros. Os laterais Ângelo e Bruno Recife tiveram nos primeiros 20 minutos toda a liberdade para avançar sem bola para receberem lançamentos dos dois zagueiros de área e também de Esley. Uma jogada de laboratório que se encerrava com penetração em diagonal ou cruzamento. Bruno Recife quase fez um gol logo aos 40 segundos. Quando o técnico do Atlético Sorocaba descobriu os riscos que estava correndo, mobilizou jogadores para acompanhar os laterais do São Caetano. Foi aí que faltou ao São Caetano a alternativa de infiltrações centrais. O meia Xuxa fez boa partida, com o poder de articulação dos armadores, mas a passagem sem bola no espaço vazio dos companheiros de meio de campo e de ataque foi abaixo da necessidade.


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