Esportes

Só São Caetano vence ao jogar em
casa; quarta-feira todos jogam fora

DANIEL LIMA - 09/02/2015

O futebol da região ganhou cinco dos nove pontos possíveis na terceira rodada da fase classificatória da Série B do Campeonato Paulista nos jogos que disputou no final de semana como mandante e vai jogar nesta quarta-feira no Interior do Estado. O desafio é saber até que ponto será possível sustentar um lugar no G-4, o grupo de classificação à Série A quando terminar os jogos de quarta-feira. Por enquanto, apenas o São Caetano, terceiro colocado com sete pontos em nove disputados, está entre os quatro primeiros, atrás de Rio Branco de Americana e Guarani de Campinas com nove pontos e à frente da Ferroviária com os mesmos sete e menor saldo de gols. Santo André e Água Santa de Diadema somaram quatro pontos até agora.


 


O São Caetano dá mostras de que pode concorrer para valer a uma das quatro vagas que vão se abrir na Série A do ano que vem. A vitória de 3 a 0 em casa diante do Batatais revelou um time em evolução técnica e tática. A marca de competitividade do técnico Luiz Carlos Martins é escancarada: o São Caetano é o único concorrente que não sofreu um gol sequer em três rodadas.


 


O Santo André jogou em casa sábado à tarde com o União de Santa Bárbara e desperdiçou oportunidade de vencer. O empate de 1 a 1 teve a vantagem de alertar um time que sofre com a ausência de um centroavante definidor. Já o Água Santa saiu na frente diante do Paulista, no Estádio do Juventus, na Capital, mas sofreu o empate no segundo tempo.


 


O São Caetano vai jogar em Limeira com o Independente, o Água Santa em Araraquara com a Ferroviária e o Santo André em Jundiaí com o Paulista nesta quarta-feira à noite. Se ganhar cinco pontos como visitante o futebol da região compensará os mesmos cinco pontos que ganhou no final de semana como mandante.


 


Vitória do São Caetano


 


O São Caetano ganhou ao que parece um novo titular no jogo em que derrotou o Batatais por 3 a 0 no Estádio Anacleto Campanella. O centroavante Diogo Acosta, que atuou no São Bernardo sob o comando do mesmo Luiz Carlos Martins, ajudou a destruir o sistema defensivo do adversário.


 


O primeiro tempo terminou em zero a zero e com perspectivas sombrias ao São Caetano. O meia-atacante Wesley, o melhor do time, saiu contundido antes do apito final. Dos pés de Wesley surgiram as melhores oportunidades. Foram pelo menos três grandes momentos, contra apenas um do adversário que, embora optasse por forte sistema de marcação, também buscou o gol do São Caetano.


 


Com Diogo Acosta o São Caetano passou a ter uma referência de atacante finalizador no ataque. É verdade que Diogo não ficou parado entre os zagueiros. Ele soube se deslocar entre os dois zagueiros, dos laterais e também às costas dos volantes. Até então o São Caetano não contava com um centroavante de ofício. Robson é mais um atacante de velocidade pelas extremas.


 


O jogo não oferecia perspectiva de tranquilidade ao São Caetano quando o volante Esley acertou um chute forte, rasante, de fora da área, e surpreendeu o goleiro, aos oito minutos de um segundo tempo que parecia igual para os dois times. O gol desmontou o sistema defensivo do Batatais. Aos 15 minutos Robson fez o segundo gol, em seguida Xuxa desperdiçou duas oportunidades e tudo parecia se encaminhar com facilidade até que Esley, aos 24 minutos, recebeu cartão vermelho por interromper um contragolpe do Batatais.


 


O time visitante foi à frente, mas o São Caetano se fechou no velho estilo de Luiz Carlos Martins, até que aos 42 minutos Diogo Acosta foi premiado pela atuação desenvolta e fez 3 a 0, após ganhar de um zagueiro na ocupação de espaço numa bola longa da defesa, dominar e fuzilar ante a saída do goleiro.


 


O São Caetano da vitória de 3 a 0 oscilou pouco durante o jogo. Deu poucas oportunidades ao adversário, que finalizou praticamente apenas de fora da grande área. O técnico Luiz Carlos Martins impõe durante todo o tempo rigorosa marcação ao adversário. Por isso o desgaste físico do São Caetano é acentuado e as substituições imprescindíveis.


 


A entrada do volante Igor logo após a expulsão de Esley rearrumou a marcação e levou o São Caetano ao terceiro gol. A bola parada do São Caetano, que representou um dos gols da vitória no meio da semana contra o Velo Clube, em Rio Claro, gera sempre a expectativa de que pode compensar a ainda inconstância de infiltrações centrais e triangulações laterais. Pelo andar da carruagem de treinamentos intensos, o São Caetano deve aumentar o arsenal ofensivo e se tornar ainda mais monolítico na defesa.


 


Empate do Santo André


 


O Santo André que empatou de 1 a 1 com o União de Santa Bárbara sábado à tarde no Estádio Bruno Daniel foi bem melhor no segundo tempo. Mesmo assim, poderia ter terminado o primeiro tempo em vantagem. Mas desperdiçou três oportunidades contra uma do adversário. As substituições de Ramalho e Paulo no intervalo pelo técnico Ivan Izzo mudaram completamente a equipe. Ramalho errava demais os passes e não tinha dinamismo, enquanto o lateral-esquerdo Paulo era uma avenida para os avanços do lateral-adversário.


 


Renato Peixe entrou na lateral-esquerda, Anderson Bartolla foi colocado à esquerda para inibir as subidas do lateral e também para fustigar os zagueiros, enquanto Garré passou a jogar mais recuado, como espécie de segundo volante que Ramalho não conseguira ser. Um encaixe perfeito. O Santo André dominou o jogo no segundo tempo, fez o gol com Muller Fernandes cobrando um pênalti claríssimo mas não cuidou da marcação à frente dos zagueiros após a cobrança de escanteio e um chute preciso de Rodrigo Maranhão, no ângulo, igualou o placar. Foi o suficiente para o Santo André perder o equilíbrio emocional e só retomar o controle do jogo no final, quando poderia superar o adversário.


 


Pelo menos por enquanto o estilo de jogar do Santo André é bem diferente do apresentado pelo São Caetano. O Ramalhão é mais vagoroso, menos intenso e valoriza a aproximação dos jogadores para enquadrar o adversário. Já o São Caetano marca mais forte, tem mais velocidade no contragolpe, encurta os espaços entre os setores com mais frequência e acabou de encontrar um centroavante que estava a lhe faltar e que segue a faltar ao Santo André.


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