Esportes

São Caetano, Santo André, Água e
São Bernardo na Série A de 2016?

DANIEL LIMA - 24/03/2015

O futebol da região pode obter um feito inédito na história ao contar com quatro representantes na Série A do Campeonato Paulista do ano que vem. Afinal, os números estão aí para permitir e estimular essa conjectura. Mas o melhor mesmo é não acreditar que vamos superar o recorde de três equipes (Santo André, São Bernardo e São Caetano) na Série A de 2012. Naquela temporada o Santo André foi rebaixado e na temporada seguinte foi a vez do São Caetano. Quem imagina essas três equipes na Série A do ano que vem, e também o Água Santa, de Diadema, pode considerar-se regionalista de mão cheia. Agora só falta combinar com os adversários.


 


Na Série B a tendência é de que apenas o São Caetano consiga chegar entre os quatro primeiros, o chamado G-4, e com isso asseguraria retorno à Série A do ano que vem. A equipe que enfrenta nesta quarta-feira, no Estádio Anacleto Campanella, o líder Oeste, ocupa a quarta posição e conta com uma sequência de jogos menos complicada que os outros dois times da região.


 


Com 21 pontos em 33 disputados, o São Caetano sustentou posição no G-4 na rodada de final de semana mesmo com a derrota em Santa Bárbara do Oeste diante do União por 2 a 0. O transtorno foi ver o Grêmio Horizontino e o próprio União chegarem para valer, também com 21 pontos mas menor saldo de gols, um dos critérios de desempate.


 


Os dois jogos desta semana são importantíssimos para o São Caetano. Vencer o líder em casa e derrotar o lanterninha Guaratinguetá no Vale do Paraíba seriam resultados que significariam até mesmo a liderança da competição ao final da rodada do próximo final de semana.


 


Melhor campanha


 


O São Caetano tem a melhor campanha entre as equipes da região na Série B porque ganhou 21 pontos, marcou 15 gols e só sofreu sete. O Santo André tem 18 pontos, marcou 15 gols e sofreu 14. O Água Santa, 17 pontos, conta com o melhor ataque da competição ao lado do Oeste, com 21 gols, mas a defesa foi vazada 14 vezes.


 


Esses números são emblemáticos da realidade de cada equipe. O São Caetano ganhou 13 pontos dos 18 que disputou fora de casa porque tem um sistema defensivo forte e costuma ser mortal nas bolas paradas e nos contragolpes. A dificuldade de vencer em casa, onde em cinco jogos ganhou apenas oito pontos, está paradoxalmente condicionada às virtudes defensivas. O São Caetano ainda não encontrou o equilíbrio tático em casa porque não aprendeu a lidar com a escassez de espaços que os adversários impingem. A falta de maior índice de infiltrações centrais está na raiz da quebra de produtividade fora de casa.


 


O Santo André só melhorou após a chegada do técnico Vilson Tadei há três rodadas. As alterações fizeram efeito. Ele reforçou o sistema de marcação com a escalação de Marcinho Guerreiro e Dudu à frente da zaga e passou a explorar mais as laterais de campo. Nada diferente do que fez no ano passado, quando, também contratado após um mau começo de competição, quase levou a equipe à classificação. O jogo desta quarta-feira em Novo Horizonte diante do Novorizontino é uma prova dos nove: se voltar com resultado que mantenha a equipe no máximo a três pontos da zona de classificação, a perspectiva será interessante.  Qualquer distância acima disso poderia complicar a sorte da equipe.


 


Já o Água Santa de Diadema expressa pelos números que faz do futebol ofensivo marca aparentemente inegociável. Estar em décimo lugar na classificação detalhada mas contar com o mesmo número de gols marcados pelo líder da competição têm significado explícito: o Água Santa joga para vencer em casa e fora de casa. O problema é a distribuição de gols. O time já marcou quatro gols em três jogos diferentes, mas o equilíbrio dos resultados não prevalece porque também sofre gols em número relativamente excessivo.  


 


Apenas o Independente de Limeira, entre os 10 primeiros colocados que lutam para valer pelo acesso, sofreu mais gols que o Água Santa em 11 rodadas – 16 no total. Nos 11 jogos disputados até agora o Água Santa só não marcou pelo menos uma vez sábado no Estádio do Inamar, quando foi derrotado pelo Batatais por um a zero. E só não sofreu gol em dois jogos -- na vitória de um a zero contra o Guarani e na goleada imposta ao Independente de Limeira por 4 a 0, em jogos disputados como mandante no Estádio da Rua Javari.


 


Reação extraordinária


 


É muito pouco provável que tanto o Santo André quanto o Água Santa reajam de maneira tão extraordinária a ponto de chegar entre os quatro primeiros. O piso classificatório de acesso é bastante elevado. Após a rodada do final de semana subiu para 38 pontos o total necessário. Mesmo que baixe e repita a classificação final do ano passado, de 36 pontos para o quarto colocado, a empreitada exige superação.


 


O Santo André precisaria de outros 18 pontos nos oito jogos que faltam. Ou seja: para chegar a 36 pontos precisaria realizar em oito jogos o que alcançou em 11. O índice de aproveitamento atual de 54,54% precisaria chegar a 63,63%. Isso significa que nos oito jogos que restam o Santo André precisaria de seis vitórias. Se sofrer mais que duas derrotas estará praticamente fora do acesso. Para quem joga fora de casa contra três dos 10 primeiros colocados – Novorizontino, Ferroviária e Mirassol -- a tarefa é indigesta. Se for considerado o total de 38 pontos, como encaminhou a rodada do final de semana, o Santo André precisaria de seis vitórias e dois empates nos últimos oito jogos.


 


A situação do Água Santa também é desafiadora: com 17 pontos, precisaria somar outros 21 e chegar aos 38 precariamente ou não determinantes ao acesso. Isso equivale a sete vitórias em oito jogos, dois dos quais contra concorrentes diretos à vaga, Oeste e União, fora de casa, e o São Caetano em Diadema.


 


São Bernardo dramático


 


Já para continuar na Série A do Paulista o São Bernardo precisa somar pelo menos sete pontos nos quatro jogos que lhe restam. A começar no final de semana em casa contra o Botafogo de Ribeirão Preto. Na terça-feira seguinte enfrenta a Portuguesa na Capital, depois sai para enfrentar o Linense e encerra participação na temporada diante do Marília no Estádio Primeiro de Maio. Talvez sete pontos não sejam suficientes. Segundo o site Chance de Gol, apenas com 16 pontos estaria integralmente assegurada a permanência da equipe na Série A. No caso, o São Bernardo precisaria mesmo de duas vitórias e dois empates. Se fizer 15 pontos (duas vitórias e um empate), a garantia de seguir na Série A é de 95%. Já se vencer dois dos quatro jogos e perder os outros demais, o nível de segurança para continuar no principal campeonato estadual do País cairia para 70%.


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