Esportes

São Caetano redescobre fórmula do
acesso e vence clássico dramático

DANIEL LIMA - 09/04/2015

O São Caetano passou a concentrar a esperança de a região contar com mais uma equipe na Série A do Campeonato Paulista, juntando-se ao São Bernardo que escapou do rebaixamento nesta temporada. A vitória de ontem à tarde em Diadema no clássico com o Água Santa praticamente definiu a sorte das duas equipes na Série B. O São Caetano é quem tem mais possibilidades de subir. Está a apenas um ponto da zona de acesso, o chamado G-4. O Santo André perdeu na noite de terça-feira para a Ferroviária de Araraquara por 3 a 1 e praticamente deu adeus a qualquer probabilidade de acesso.


 


O clássico em Diadema foi dramático e serviu de reencontro do São Caetano com a fórmula de sucesso: além de carregar uma camisa vitoriosa, que fez história no futebol brasileiro neste começo de século, o Azulão redescobriu que é preciso entregar-se fisicamente para valer numa competição em que os adversários não economizam esforços. Foi justamente assim, com dedicação individual e coletiva muito acima do que apresentou durante toda a temporada, que o São Caetano superou um adversário não por acaso dono do melhor ataque da competição, porque joga sempre em direção ao gol com volúpia dos esfomeados.


 


O jogo tinha tudo para se encaminhar a um zero a zero de muita combatividade até que aos 38 minutos do primeiro tempo o árbitro transformou em pênalti uma tentativa de drible frustrada do atacante Guina, obstado por Esley. Uma jogada normal que virou cobrança fatal. Quando o São Caetano voltou para o segundo tempo sem o atacante de mobilidade lateral Moacir substituído pelo grandalhão Tiago Resende, que passou a dividir a preocupação dos zagueiros do Água Santa com o artilheiro Diogo Acosta, o jogo ganhou nova configuração tática.


 


Não bastasse isso, a contusão do goleiro Dheimison que se chocou com a trave ao salvar a escanteio um chute longo e preciso de Neto acabou levando insegurança defensiva a um time acostumado a atacar a qualquer preço. Não demorou e Diogo Acosta empatou de cabeça após cobrança de escanteio. Antes que o jogo terminasse, aos 38 minutos, o zagueiro Rafael Tavares rebateu na direção do atacante Tiago Resende um cruzamento rasteiro de Esley. O gol da vitória do São Caetano foi decretado.


 


Prêmio ao melhor


 


O resultado final acabou premiando um time com mais personalidade e que não se intimidou com o ambiente hostil de mais de cinco mil torcedores barulhentos. O São Caetano manteve-se monolítico na defesa com o sistema 4-2-3-1 convertido no segundo tempo ao 4-2-2-2. Aplacou a sanha ofensivista do adversário com o melhor antídoto possível: a posse de bola, o passe bem calibrado, e saídas rápidas pelas extremidades.


 


O controle tático do jogo foi a maior virtude do Azulão. O que não é fácil porque o Água Santa não é uma surpresa por acaso do campeonato: joga com disposição física impressionante, solta os laterais e está sempre de olho nos espaços ofensivos para infiltrações centrais e em diagonal às costas dos zagueiros de área ou dos laterais. O lance que originou o pênalti mal marcado pelo árbitro saiu de rápido contragolpe, único cedido pelo São Caetano em todo o primeiro tempo.


 


A recuperação conceitual de jogar do São Caetano ainda é uma prova a ser confirmada nos quatro jogos que restam para o encerramento do campeonato, a partir deste sábado à tarde contra o Guarani no Estádio Anacleto Campanella. É impensável que a equipe despreze de um jogo para outro a fórmula ideal de somar à tradição e à camisa respeitada pelos adversários a dose certa de entrega física e tática.


 


A apenas um ponto do G-4, atrás do Independente, do Novorizontino e do Independente (todos com 30), e da líder Ferroviária (com 34 pontos) o São Caetano conta com a vantagem de reunir o melhor sistema defensivo da competição, com apenas nove gols sofridos. Um ajuste ofensivo como o do segundo tempo em Diadema pode determinar o sucesso nas rodadas finais. 


 


Piso de 38 pontos


 


A rodada do meio de semana elevou para 38 pontos o piso de pontuação ao acesso à Série A do Campeonato Paulista. Isso significa que se nas próximas rodadas não houver redução do índice, o Santo André está fora de qualquer possibilidade porque tem 23 pontos e chegaria ao máximo de 35. Com 25 pontos (perdeu ontem à noite por 1 a 0 para o Novorizontino, no campo adversário), o Guarani de Campinas está praticamente no limite. Uma derrota diante do São Caetano neste sábado eliminará qualquer passo adiante na competição.


 


O Água Santa tem 26 pontos, como o Mirassol (empatou de 1 a 1 com o Velo, em Rio Claro) e chegaria ao limite de 38 pontos se vencer os quatro jogos que lhe restam. Neste final de semana enfrenta o Rio Branco em Diadema, enquanto o Mirassol joga em casa com o Atlético Sorocaba. O União Barbarense derrotou o Catanduvense por 4 a 2 em Catanduva e chegou a 27 pontos. Joga neste domingo em casa com o Matonense.


 


O São Caetano de 29 pontos ganhos pode voltar ao G-4 no final de semana se além de vencer o Guarani contar com tropeço de uma das três equipes com 30 pontos (Independente, Novorizontino e Oeste) já que a líder Ferroviária (34 pontos) dificilmente perderá uma das quatro vagas de acesso. O melhor para o São Caetano é torcer para a Ferroviária vencer em casa o Novorizontino no outro jogo envolvendo diretamente os 10 primeiros colocados. O Oeste de Itápolis dificilmente será surpreendido em casa pelo Guaratinguetá, pior equipe do campeonato com apenas três pontos ganhos. Outra opção para o São Caetano voltar ao G-4 caso derrote o Guarani é o confronto em que o Velo recebe o Independente de Limeira.


 


Os demais jogos da rodada deste final de semana não terão grande influência nas primeiras colocações. Entretanto, alguns valem mesmo na luta para fugir do rebaixamento, dos quatro últimos colocados. O Matonense (10 pontos) joga em Santa Bárbara com o União, o Catanduvense (12 pontos) enfrenta o Paulista (20 pontos) em Jundiaí, e o Comercial (13 pontos) joga com o Santo André no Estádio Bruno Daniel. Velo, Batatais e Monte Azul (16 pontos) seguem ameaçados de rebaixamento porque estão a apenas três pontos do Comercial, que abre a zona dos piores do campeonato. O Batatais joga em casa com o Monte Azul. O Rio Branco que enfrenta o Água Santa em Diadema também não corre riscos: tem os mesmos 20 pontos do Paulista e, juntamente com o Atlético Sorocaba, está praticamente livre da Série C.


 


A sequência e os adversários das 10 equipes que disputam os quatro primeiros lugares no campeonato:


 


Ferroviária – Joga em casa com Novorizontino, fora com Guaratinguetá e São Caetano e em casa com o Guarani.


 


Independente – Joga fora com o Velo e o Matonense, em casa com o Atlético Sorocaba e fora com o Oeste.


 


Novorizontino – Joga fora com a Ferroviária, em casa com o União e o Mirassol e fora de casa com o Batatais.


 


Oeste – Joga em casa com o Guaratinguetá, fora com o Monte Azul e o Matonense e em casa com o Independente.


 


São Caetano – Joga Guarani em casa, Catanduvense fora, Ferroviária em casa e Paulista fora. 


 


União Barbarense – Joga em casa com o Matonense, fora com o Novorizontino, em casa com o Paulista e fora com o Mirassol.


 


Guarani – Joga fora com o São Caetano, em casa com o Batatais e o Velo e fora com a Ferroviária. 


 


Mirassol – Joga em casa com o Atlético Sorocaba e o Santo André, fora com o Novorizontino e em casa com o União. 


 


Santo André – Joga em casa com em casa com o Comercial, fora com o Mirassol e o Catanduvense e em casa com o Guaratinguetá.


 


Água Santa – Joga em casa com o Rio Branco, fora com o Atlético Sorocaba, em casa com o Monte Azul e fora com o Velo. 


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