Esportes

Água Santa supera São Caetano
na luta por uma vaga na Série A

DANIEL LIMA - 13/04/2015

Os resultados da 16ª rodada do Campeonato Paulista da Série B colocaram o Água Santa à frente do São Caetano como maior concorrente da região a uma das quatro vagas na Série A da próxima temporada. O time de Diadema venceu em casa o Rio Branco de Americana por 2 a 1 enquanto o São Caetano foi derrotado pelo Guarani de Campinas no Estádio Anacleto Campanella por 1 a 0. O Santo André empatou de zero a zero com o Comercial no Estádio Bruno Daniel e agora tem poucas possibilidades de ingressar no G-4, o grupo das equipes que obterão o acesso ao final de 19 rodadas.


 


A vida não será fácil para o Água Santa e o São Caetano nas três últimas rodadas do campeonato, mas possivelmente será mais tormentosa para o Azulão. Com 29 pontos, as duas equipes teriam de vencer os três jogos que restam para garantir participação no principal campeonato estadual do País. A pontuação projetada é de piso de 36 pontos para o acesso. Ou seja: as duas equipes da região estão praticamente no limite das probabilidades. O Santo André tem 24 pontos e só chegará ao G-4 se a margem mínima de classificação for 32 pontos. Praticamente impossível. No ano passado, quando o campeonato foi disputado no mesmo formato, o quarto colocado somou 36 pontos.


 


O Água Santa tem uma sequência de jogos menos problemática que o São Caetano porque só enfrenta equipes da parte de baixo da tabela: Atlético Sorocaba (fora), Monte Azul (em casa) e Velo (fora). Dos três adversários o mais indigesto é o Velo, que, com 16 pontos, está apenas dois acima do limite do rebaixamento. Como será o último jogo da temporada, o Água Santa poderá enfrentar um adversário já livre de queda.


 


O São Caetano enfrenta o Catanduvense neste final de semana e na sequência joga com a Ferroviária no Estádio Anacleto Campanella e o Paulista em Jundiaí. O Catanduvense tem 12 pontos e está no Z-4, o grupo dos rebaixamentos, a quatro pontos de distância do Batatais, primeiro fora da zona de desespero. Ou seja: o São Caetano enfrenta uma equipe que precisa da vitória. O único jogo em casa deverá se dar com uma Ferroviária possivelmente classificada à Série A porque, com 37 pontos na liderança, joga com o lanterninha Guaratinguetá fora de casa no próximo final de semana. A última partida do São Caetano, contra o Paulista de Jundiaí, com 23 pontos, é complicadíssima -- o adversário empreendeu grande recuperação nas últimas nove rodadas.


 


O Santo André precisa de um milagre para chegar entre os quatro primeiros. O melhor mesmo é não nutrir grande expectativa. A equipe joga neste final de semana com o Mirassol no Interior, pega em seguida o Catanduvense também fora de casa e encerra participação ante o Guaratinguetá em casa.


 


Agrupamentos distintos


 


Com muita boa vontade, 10 equipes continuam listadas como pretendentes às quatro vagas de acesso. O Santo André é a última desse bloco com 24 pontos, seguido de União Barbarense com 27, Guarani com 28, São Caetano, Mirassol e Água Santa com 29, Oeste e Novorizontino com 30, Independente de Limeira com 33 e Ferroviária com 37. O Oeste pode chegar a 33 pontos hoje, no complemento da rodada, porque enfrenta o Monte Azul em Itápolis.


 


As demais equipes que disputam a Série B estão divididas em dois blocos: as que não aspiram o acesso mas também não estão acossadas pelo rebaixamento e as que lutam para não cair. No primeiro grupo estão Paulista (23), Monte Azul (20), Rio Branco (19) e Atlético Sorocaba (18). Seis equipes, do segundo grupo, jogam para fugir da queda: Velo e Batatais têm 16 pontos e estão fora do Z-4, ocupado por Comercial (14), Matonense (13), Catanduvense (12) e Guaratinguetá (3). A equipe do Vale do Paraíba já está matematicamente rebaixada.


 


A rodada deste final de semana programa dois jogos entre as 10 primeiras colocadas: o Novorizontino recebe o União Barbarense e o Mirassol enfrenta o Santo André. Os visitantes precisam vencer para manter perspectiva de acesso. A líder Ferroviária tem o jogo mais fácil da rodada ante o lanterninha e rebaixado Guaratinguetá. O vice-líder Independente enfrenta o ameaçado Matonense em Matão, enquanto o Oeste, provável terceiro colocado após o jogo de hoje, enfrenta fora de casa o Monte Azul que não corre risco de queda. Quem também joga com equipe quase nada ameaçada de rebaixamento é o Água Santa, que enfrenta o Atlético em Sorocaba. O Guarani joga e casa com um Batatais no limite da zona de rebaixamento. Rio Branco e Paulista jogam em Americana sem qualquer preocupação com o futuro. Bem diferente de Comercial e Velo em Ribeirão Preto. Uma derrota pode colocar o Velo na lista de rebaixáveis, como o Comercial.


 


A 16ª rodada teve outros seis jogos, além dos três que envolveram as equipes da região. O resultado mais expressivo foi obtido pela líder Ferroviária que, em casa, goleou o Novorizontino, um dos quatro primeiros colocados, por 4 a 0. Surpresa foi a derrota de 3 a 0 do União para o Matonense em plena Santa Bárbara do Oeste. Independente (1 a 0 contra o Velo) e Monte Azul (1 a 0 contra o Batatais) ganharam fora de casa. Mirassol e Paulista de Jundiaí ganharam em casa: o primeiro do Atlético Sorocaba por 2 a 0 e o segundo do Catanduvense por 3 a 1.


 


Fórmula esquecida


 


Se na vitória no meio de semana contra o Água Santa, em Diadema, o São Caetano deu claros sinais de que redescobrira a fórmula do acesso, unindo disciplina tática, talento e empenho físico, na derrota em casa para o Guarani o time de Luiz Carlos Martins voltou a flertar com desarrumação e baixa competitividade. Apesar de desfalques lamentados pelo técnico, principalmente do artilheiro Diogo Acosta, o São Caetano jogou muito abaixo do mínimo esperado. Não mais de 20 minutos, entre os 25 e os 45 do primeiros tempo, o São Caetano teve o controle do jogo. Nos demais períodos ou dividiu espaços com o Guarani ou foi dominado taticamente.


 


Lentidão na saída de bola, raras infiltrações centrais, desarrumação nas investidas pelas extremas do campo, distanciamento entre setores, baixa combatividade na saída de bola do adversário e muito mais explicam a derrota do São Caetano ante um Guarani que teve paciência para encontrar o espaço que tanto procurava à jogada letal. E o conseguiu aos 39 minutos do segundo tempo. Nada ocasional. Quando o técnico Ademir Fonseca trocou o falso ponta Watson pelo agressivo Malaquias, aos 20 minutos do segundo tempo, o recado era claro: ele acreditava que poderia ganhar o jogo num contragolpe em profundidade, agudo, juntando Malaquias a Nunes para dividir a preocupação dos zagueiros do São Caetano. Não deu outra: quando Ângelo avançou para apoiar o ataque num dos raros momentos em que o São Caetano pressionou o Guarani no segundo tempo, Malaquias recebeu livre às costas e chutou cruzado, rasante, contra a saída do goleiro Saulo.


 


É verdade que o resultado foi um castigo para o São Caetano. O Guarani foi superior taticamente, porque soube utilizar melhor os espaços e cumpriu rigorosamente o preceito de que time visitante normalmente joga atrás, mas as oportunidades de gol foram pouquíssimas. As duas melhores tiveram o São Caetano como responsável, ao final do primeiro tempo: Luiz Eduardo bateu uma infração que acertou o travessão e no rebote o atacante Thiago Resende, substituto de Diogo Acosta, também acertou o poste.


 


O São Caetano está correndo em direção ao título de melhor defesa da competição, mas só marcou três gols a mais que o lanterninha Guaratinguetá.  Uma combinação que dificilmente resultará em acesso à Série A.


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