Esportes

São Caetano perde jogo mas aprende
uma lição diante de 1,2 mil torcedores

DANIEL LIMA - 05/10/2015

O São Caetano levou 1,2 mil torcedores ao Estádio Anacleto Campanella (não 4,5 mil como divulgou a mídia regional) e não poderia ter alcançado melhor resultado que a derrota de 1 a 0 para o Coruripe das Alagoas. Primeiro, o resultado não impediu que a equipe garantisse o primeiro lugar na classificação geral e confirmasse o confronto com o Botafogo de Ribeirão Preto pelas quartas de final da Série D do Campeonato Brasileiro. Segundo, a derrota foi o melhor resultado possível porque retirou o São Caetano das nuvens de equipe supostamente imbatível. Os dois confrontos com o Botafogo provavelmente vão mostrar um São Caetano mais duradouramente competitivo. Afinal, caiu na real de que não existe vitória antes do tempo.


 


A lição que o São Caetano aprendeu na derrota de ontem é que as equipes brasileiras já não contam com individualidades que decidem a qualquer momento e que, portanto, o desempenho coletivo é muito mais importante. Espécie de réplica do Corinthians de Tite, o São Caetano faz do coletivo marca registrada. É um time solidário, combativo em todos os cantos do gramado, e que raramente perde a consistência tática. Há destaques setoriais, de um sistema ofensivo em que o centroavante Jô tem sempre a colaboração dos meias e dos laterais em revezamento. E de um sistema defensivo que conta com o suporte de meio-campistas e atacantes no combate aos adversários.


 


Reação positiva


 


No jogo de ontem, diante de uma torcida mais barulhenta e festiva do que o rotineiro, o São Caetano fez um primeiro tempo bastante superior ao Coruripe, deu-se ao luxo de perder um pênalti (Robson excedeu-se no estilo e o goleiro defendeu com os pés) e transmitiu a sensação de que ganharia no segundo tempo sem susto. Uma projeção que levava em conta que o Coruripe confirmou o alerta do técnico Luiz Carlos Martins. Trata-se de um time com arrumação e valores que colocavam o resultado do jogo de ida, de 3 a 0 para o São Caetano, como anormal, fruto das circunstâncias. 


 


No segundo tempo é que se deu o choque de realidade que deverá fazer muito bem ao São Caetano. O time de Martins reduziu o ritmo, passou a tentar administrar a vantagem registrada no Litoral alagoano e aos poucos foi dominado. Tanto que sofreu um gol aos 22 minutos. Só aí, então, botou sebo nas canelas para impedir que o adversário alcançasse feito extraordinário de ameaçar levar o jogo para as penalidades máximas, conforme determina o regulamento.


 


A reação emocional e tática do São Caetano ao gol sofrido não chegou ao desespero ou a algo semelhante. Houve certa inquietação, mas a equipe não saiu da bitola e nem se esboroou na sequência. Mais que isso: colocou mais intensidade no jogo. Algo que deveria ser mais constante, porque teima em gerenciar controle dos jogos com certo excesso de racionalidade. Como o Corinthians de Tite antes da derrama de gols que colocou o alvinegro como um dos melhores ataques do campeonato.


 


Confrontos definidos


 


Três equipes do Sudeste (São Caetano, Botafogo e Caldense de Minas Gerais), três do Sul (Lajeadense de Santa Catarina, Ypiranga de Erechim, Rio Grande do Sul, e Operário do Paraná), um do Norte (Remo de Belém do Pará) e um do Nordeste (River do Piauí) vão disputar as quartas de final da Série D do Brasileiro. Os confrontos no sistema mata-mata vão reunir, além de São Caetano versus Botafogo, Ypiranga versus River, Lajeadense versus Operário e Remo versus Caldense.


 


Os confrontos foram definidos pela classificação acumulada na competição. Ou seja, valeram os pontos da fase classificatória e também das oitavas de final. O São Caetano manteve o primeiro lugar na classificação geral. Com 22 pontos, terminou com a mesma pontuação do Ypiranga, mas é superior nos critérios de desempate. Além de São Caetano e Ypiranga, também o Lajeadense e o Remo atuam nas quartas de final com a vantagem de disputar o jogo de volta com o apoio da torcida porque são as quatro primeiras equipes na classificação geral. A contagem de pontos continuará para a definição dos jogos da fase semifinal, bem como a ordem de mandante e visitante.


 


Dos oito primeiros colocados da fase de classificação, quatro fizeram valer a premissa de que é mais vantajoso atuar como mandante no jogo de volta: São Caetano, Remo, Ypiranga e River. Já Botafogo, Operário, Caldense e River surpreenderam. Nos casos do Botafogo e do Lajeadense, porque souberam aproveitar bem o mando de jogo na primeira etapa das oitavas de final ao aplicarem goleadas nos adversários. O Operário se deu bem mesmo vencendo por apenas 1 a 0 o Campinense no Paraná: perdeu na Paraíba pelo mesmo placar mas ganhou na disputa de pênalti. Já o River, perdeu por apenas um gol de diferença do Estanciano no Sergipe e fez 3 a 0 em casa no jogo de volta. 


 


Os vencedores das quartas de final vão comemorar o acesso à Série C. Os jogos das semifinais e da final servem apenas para decidir o título da temporada. Para quem quer subir, ganhar o título é apenas a cereja do bolo. Uma cereja que só deverá desafiar o São Caetano se passar pelo Botafogo. A lição do Coruripe veio em boa hora. 


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