O São Caetano perdeu a primeira batalha das quartas de final para o Botafogo de Ribeirão Preto na noite de domingo no Interior de São Paulo, mas só precisa ganhar a batalha final desta sexta-feira à noite no Estádio Anacleto Campanella para disputar a Série C do Campeonato Brasileiro do ano que vem. Não pode ser descartada a perspectiva de o São Caetano ser rebaixado a uma hipotética Série F do Brasileiro, divisão que só existe na prática, não na oficialidade do calendário nacional. Ganhar de um a zero é suficiente para quem perdeu fora de casa por
Pela ordem não necessariamente de importância, mas de compreensão, vejam sobre que aspectos a vaga na Série C da próxima temporada vai ser decidida no confronto desta sexta-feira:
a) Organização tática
b) Estabilidade emocional
c) Ambiente no estádio
d) Desequilíbrios técnicos
Esses são os pontos cardeais que decidem jogos com características emergenciais, casos de mata-matas. Nesse tipo de disputa o conjunto da obra na competição pode ser destruído num simples lance. O São Caetano ganha disparadamente no retrospecto da competição, mas esse acervo virou passado quando se iniciou a fase de mata-mata.
Dois tempos distintos
O São Caetano terminou o primeiro tempo no Estádio Santa Cruz,
Para superar o Botafogo nesta sexta-feira por placar que o leve à Série C o São Caetano precisa de ajustes. Vejam a perspectiva para os próximos 90 mínimos:
a) Organização tática. Não é possível que o padrão do primeiro tempo
b) Estabilidade emocional. Esse foi o ponto central que levou o São Caetano ao desmonte tático. O time do segundo tempo foi contaminado pelo entusiasmo da torcida e pela matriz guerreira de um adversário inferiorizado tecnicamente, mas com apetite especial de quem sabia que aqueles 45 minutos poderiam decidir o fim da estrada antes mesmo do segundo jogo. O São Caetano passou a errar demais nos passes, perdeu a concentração e, principalmente nas jogadas ensaiadas, conhecida especialidade do técnico adversário, Marcelo Vieira. Com isso, permitiu seguidos sustos, além dos dois gols da virada.
c) Ambiente no estádio. A torcida do São Caetano, tão arredia nos últimos anos, pode não ser das maiores, mas tem identidade de orgulho da equipe que não pode ser sufocada num momento decisivo como o de sexta-feira. À falta de mídia eletrônica que a lance ao jogo de forma mais numerosa e entusiástica, é indispensável que haja mobilização nas horas que antecedem o confronto e que o ambiente na noite do jogo seja mesmo de entusiasmo. O Botafogo precisa se sentir em campo adversário. A arbitragem, danosa na marcação de uma penalidade máxima inexistente, embora desperdiçada pelo centroavante Nunes, jamais deverá contar com o conforto de campo neutro em lances aparentemente polêmicos. E os jogadores não podem se sentir isolados do público.
d) Desequilíbrios técnicos. Num jogo em que cada detalhe pode ser decisivo é inadmissível que dois lances semelhantes de bola parada redundassem em dois gols praticamente iguais, de zagueiros que subiram entre adversários estáticos. Desequilíbrios técnicos negativos e positivos fazem enorme diferença. O Botafogo foi dominado no primeiro tempo e sentiu o peso do centroavante Jô, sempre abridor de espaços e de finalização iminente. No segundo, quando foi melhor, o Botafogo contou com dois zagueiros decisivos nas bolas paradas e um cobrador oficial de faltas e escanteios. Caso de Vitinho que, além de mais dinâmico porque a marcação afrouxou nas imediações da área, soube colocar a bola no lugar exato para o companheiro mais apropriado. O São Caetano vai precisar de jogadores individualmente mais impositivos no segundo jogo do mata-mata. Como o Botafogo teve no primeiro. Isso não significa que a organização tática deva ser minimizada. Ao contrário: se o Botafogo pouco coletivo, mas muito brigador, virou um jogo na base do entusiasmo e de jogadas cirúrgicas, por que o São Caetano mais qualificado individualmente e mais pronto coletivamente não alcançaria o resultado de que precisa se também contar com algumas individualidades em noite de redenção?
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05/08/2024 Conselho da Salvação para o Santo André