Esportes

Água Santa lidera ranking da
região no Campeonato Paulista

DANIEL LIMA - 22/02/2016

O Água Santa de Diadema é o melhor time da região neste começo de temporada do Campeonato Paulista da Série A e da Série B. O time de Diadema pratica o futebol mais competitivo entre os quatro representantes da região. O São Caetano está em segundo, o São Bernardo em terceiro e o Santo André em quarto. Até agora a região disputou 24 jogos nas duas competições, com aproveitamento de 56,94%: 41 do total de 72. Por enquanto, a perspectiva para a temporada paulista é de dois representantes nos respectivos mata-matas e duas equipes que podem começar a ser incomodadas pelo rebaixamento ampliado de seis concorrentes.


 


Se a competição houvesse terminado no final de semana, o Água Santa estaria na fase de mata-mata da Série A do Paulista e também classificado à Série D do Campeonato Brasileiro. O São Bernardo teria escapado do rebaixamento entre os seis últimos colocados da mesma Série A. O São Caetano estaria no mata-mata da Série B do Paulista, que levará os dois primeiros colocados à Série A do ano que vem, e o Santo André fora da sequência do campeonato, mas livre do rebaixamento.


 


Um time de intensidade


 


O Água Santa está solidificando uma forma de jogar que vem do passado de acessos seguidos. A velocidade nos contra-ataques, a força física, a combatividade intensa, a seriedade de disputar cada palmo de gramado – tudo isso foi imposto ao mais técnico e entrosado Audax, sábado à noite em Osasco, num jogo em que estavam em disputa seis pontos, porque as duas equipes concorrem à Série D do Brasileiro. O Água Santa jogou mais uma vez com muita intensidade. Virou um jogo num segundo tempo de gramado menos encharcado que parecia favorecer o time da casa mais qualificado individualmente. Até agora o Água Santa está imune a falhas individuais. Coletivamente, depois do desastre da goleada diante do São Paulo, porque esqueceu de combater nas laterais exploradas pelo adversário, encontrou uma maneira de fechar todos os espaços.


 


Um time instável demais


 


O São Caetano é o segundo do ranking regional, embora tenha o maior índice de rendimento entre as quatro equipes locais, porque segue bastante instável entre uma organização coletiva admirável seguida de passividade resistente. O empate de dois a dois com o Paulista em Jundiaí sábado à noite foi uma mescla de triunfo e derrota. Triunfo porque foi conseguido quando a equipe só contava com nove jogadores em campo, já que dois foram expulsos. Derrota porque terminou o primeiro tempo dominando totalmente o adversário e o segundo tempo descortinava como tempo suficiente para conquistar os três pontos. O problema é que o técnico Luiz Carlos Martins, sempre cuidadoso, surpreendeu ao inventar o deslocamento do meia-atacante Neto à função de lateral-direita, de onde retirou Paulo Fernando por conta de um cartão amarelo recebido no primeiro tempo. Pois Neto não só recebeu no começo do segundo tempo um primeiro cartão amarelo como foi expulso logo depois, ao barrar contragolpe do adversário. O São Caetano sofreu um desmonte tático com a troca de Luiz Carlos Martins e só encontrou o caminho da salvação do empate porque o técnico teve participação decisiva com as jogadas de laboratório exaustivamente treinadas: os gols tiveram origem em bolas paradas. Não à toa o São Caetano conta com uma das maiores medidas de altura do campeonato.


 


Um time congelado


 


O São Bernardo que empatou em casa com o Linense de um a um pela Série A do Campeonato Paulista parece se firmar como a prova viva de que é incapaz de evoluir na competição, depois de um começo de muita aplicação defensiva. O primeiro tempo foi apático e o segundo, com desvantagem no placar, pelo menos houve transpiração e alguma verticalidade combinada com intensidade. Mas o São Bernardo está distante demais do necessário para chegar ao mata-mata. Se não melhorar acentuadamente, vai ter de correr para fugir do rebaixamento sêxtuplo, do qual está distante apenas um ponto. Um miolo de defesa confuso que nas bolas aéreas e em diagonal, laterais que sobem pouco, volantes que não sabem se infiltrar e um ataque sem a companhia de outros setores para encontrar e ampliar espaços – eis o resumo do São Bernardo de deficiências.


 


Um time morno demais


 


Já o Santo André alcançou a proeza de, sábado à tarde, perder em casa para um União Barbarense que chegou em cima da hora ao Estádio Bruno Daniel, depois de ameaçar suspensão da viagem por conta de salário atrasado. O time do Interior ganhou três redentores.  Todos os manuais de competitividade foram destroçados pelo movimento de greve interrompido no começo da tarde de sábado, a tempo de se providenciar um almoço rápido e a viagem de ônibus. O Santo André dá sinais de que o toque de bola fluente não tem a agressividade mesmo que suave de elencos anteriores que levaram a equipe inclusive à final do Campeonato Paulista contra o Santos de Neymar e Paulo Henrique Ganso. Sem contar que a arrumação coletiva deixa a desejar. Há distanciamento excessivo entre os setores. O gol do União já nos descontos foi um desastre anunciado em tentativas anteriores de contragolpes. Bastou um lançamento em profundido, às costas dos zagueiros, e uma penetração rápida que culminou no chute rasante contra a saída do goleiro. Talvez o Santo André já deva começar a se preocupar com o rebaixamento. Para disputar o G-8, precisa parar de piorar. 


Leia mais matérias desta seção: Esportes

Total de 985 matérias | Página 1

05/08/2024 Conselho da Salvação para o Santo André
26/07/2024 Futuro do Santo André entre o céu e o inferno
28/06/2024 Vinte anos depois, o que resta do Sansão regional?
11/03/2024 Santo André menos ruim que Santo André. Entenda
05/03/2024 Risco do Santo André cair é tudo isso mesmo?
01/03/2024 Só um milagre salva o Santo André da queda
29/02/2024 Santo André pode cair no submundo do futebol
23/02/2024 Santo André vai mesmo para a Segunda Divisão?
22/02/2024 Qual é o valor da torcida invisível de nossos times?
13/02/2024 O que o Santo André precisa para fugir do rebaixamento?
19/12/2023 Ano que vem do Santo André começou em 2004
15/12/2023 Santo André reage com “Esta é minha camisa”
01/12/2023 São Caetano perde o eixo após saída de Saul Klein
24/11/2023 Como é pedagógico ouvir os treinadores de futebol!
20/11/2023 Futebol da região na elite paulista é falso brilhante
16/10/2023 Crônica ataca Leila Pereira e tropeça na própria armadilha
13/10/2023 Por que Leila Pereira incomoda tanto os marmanjos do futebol?
10/10/2023 São Bernardo supera Santo André também no futebol
10/08/2023 Santo André prestes a liquidar R$ 10 mi de herança do Saged