Esportes

Nova metodologia pode mesmo
reduzir pontuação classificatória

DANIEL LIMA - 03/03/2016

Depois de 10 rodadas da fase classificatória, a Série B do Campeonato Paulista parece estar se encaminhando para uma mudança no referencial de aproveitamento de pontos necessários para se chegar à fase de mata-mata da competição que dará acesso à Série A do ano que vem a apenas duas das 20 equipes participantes. Se no ano passado foi necessário o índice de 56,1% (32 pontos em 57 disputados) para ocupar o oitavo lugar, neste ano o indicador provisório é de 53,3%. A diferença entre uma temporada e outra é que no ano passado se disputavam apenas quatro vagas, as quais dariam acesso automático, enquanto neste ano os oito primeiros colocados disputarão nova etapa, da qual sairão o campeão e o vice rumo à Série A. Ou seja: houve alargamento das possibilidades iniciais de chegar à Série A e, com isso, o nível de competitividade aumentou.

O que poderá determinar a redução do índice de aproveitamento mínimo neste ano para assegurar pelo menos a oitava vaga rumo ao mata-mata é que o regulamento tornou a disputa muito mais acirrada. Primeiro porque há uma etapa complementar após a fase classificatória. Segundo porque serão rebaixadas as seis últimas equipes classificadas, contra quatro do ano passado.

Uma nova tendência

Os profissionais diretamente envolvidos na Série B, portanto, não podem fixar estacas matemáticas levando em conta os números do ano passado em forma de reprodução da realidade futura. Pelo menos é o que indica a tendência consolidada até a décima rodada.

Tudo indica que para chegar à fase de mata-mata desta temporada o oitavo colocado precisará somar 31 pontos, que corresponderiam ao índice de aproveitamento de 53,3% do Velo Clube de Rio Claro. O Velo somou até agora 16 pontos. No ano passado, o Água Santa somava 17 pontos nas 10 primeiras rodadas e se colocava em oitavo lugar. A equipe de Diadema acabou entre as quatro primeiras ao final da competição, superando São Caetano, Guarani, Independente de Limeira e União Barbarense, mais bem colocados até então.

Ainda tendo a temporada passada como contraponto, os oito primeiros colocados após 10 rodadas contabilizavam 66,25% de aproveitamento. Ou seja: de cada 10 pontos disputados, ganharam 66,5%. Neste ano, também após seis rodadas, o índice de aproveitamento é menor, de 61,25%. O primeiro colocado no ano passado, a Ferroviária de Araraquara, somava 25 pontos (83,3% de aproveitamento) após as 10 primeiras rodadas -- oito a mais que o Água Santa (17 pontos e 56,7% de aproveitamento). Neste Ano, o Bragantino lidera com 21 pontos (70,0% de aproveitamento), enquanto o Velo, oitavo colocado, soma 16 pontos (53,3% de aproveitamento). Uma distância de cinco pontos.

Já a distância entre o índice de aproveitamento médio das seis últimas colocadas ao final da décima rodada na Série B do ano passado e as seis últimas desta temporada é bastante escassa, com tendência a aumentar: em 2015 as seis últimas somavam 24,98% de aproveitamento, contra 25,00% desta temporada. O bloco intermediário, de equipes que estão entre o nono e o 14º lugares e que por isso mesmo jogam para chegar entre os oito primeiros ou para fugir da zona de rebaixamento, conquistou 44,43% dos pontos em 2015, ante 42,21% agora.

Muito mais empates

O que está fazendo e pode fazer mais diferença entre os números do ano passado e os números deste ano, por conta do novo regulamento da competição e também de suposto maior equilíbrio entre as equipes, é que nas primeiras 10 rodadas de 2015 foram registrados 20 empates, contra 28 desta temporada. Uma diferença de 40%. Quanto mais empates são registrados, mais cai o índice de aproveitamento.

Dirigentes e integrantes de comissões técnicas das equipes estão observando atentamente as novas nuances da Série B, mas poucos se deram conta ainda de que há perspectivas de mudança de rota numérica. Como o regulamento é inédito, os desdobramentos de cada rodada devem chamar mais a atenção.

No caso do São Caetano, a prevalecer a tendência do índice de aproveitamento após 10 rodadas, seriam necessários apenas mais 11 pontos nos próximos nove jogos (ou 33,33%) para garantir ao menos a oitava colocação. Ao Santo André seriam necessários 14 pontos em 33. Uma situação bem mais confortável do que há 15 dias, quando acumulava tropeços. Bastou ganhar do Guarani e do Atlético Sorocaba, em casa, para a situação melhorar consideravelmente. Tanto que ocupa a sexta posição com 17 pontos ganhos, apenas quatro do líder Bragantino.

São praticamente nulas as possibilidade de o primeiro colocado da fase classificatória deste ano repetir a campanha da campeã Ferroviária de Araraquara no ano passado. A equipe do Interior terminou a competição com 44 pontos em 57 disputados (índice de aproveitamento de 77,2%). O Bragantino, que lidera com 21 pontos, só igualará os números da Ferroviária se nos nove jogos que restam na fase classificatória ganhar 23 dos 27 pontos em disputa.

Seria uma façanha que o equilíbrio do campeonato não sugere. Entre o primeiro lugar da Ferroviária em 2015 e o oitava colocado, o Água Santa, havia diferença de 26,6 pontos percentuais (ou 31,93% ao final da décima rodada) Neste ano, até a décima rodada, o Bragantino registra vantagem de 16,7 pontos percentuais (ou 23,85%) sobre o Velo Clube. Ou seja: há estreitamento de aproveitamento entre o líder e a equipe que ocupa o último posto no interior do G-8.



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