Esportes

Vencedor do clássico vai fazer
companhia ao São Bernardo

DANIEL LIMA - 13/04/2016

Estou convencido de que o vencedor do clássico deste sábado entre São Caetano e Santo André pelas quartas de final da Série B do Campeonato Paulista vai fazer companhia ao São Bernardo na Série A do ano que vem. Isso significa que o perdedor vai se juntar ao Água Santa de Diadema na próxima temporada. Acho que basta construir esse cenário para deixar claro o quanto o jogo será dramático. O Santo André entra com a vantagem do placar de dois a um construído no Estádio Bruno Daniel e também com o histórico de jamais ter perdido no Estádio Anacleto por dois gols de diferença. Mas há questões muito mais substantivas que vão permear o resultado final.

Quais são os pontos principais que podem passar por cima da história? Preparem-se porque vou alinhavá-los. Estão preparados? Então aguardem até amanhã porque esta quarta-feira é de muitos compromissos e não há necessariamente sangue desatado a exigir intervenção. Certo mesmo é que vou fazer uma análise que pretende fechar todos os pontos à avaliação do resultado final. Mais que a avaliação do resultado final, acredito que vou ponderar com suficiente conhecimento para desenhar as possibilidades das equipes durante os 90 minutos. Não existe segredo no futebol. O que existe é desleixo, descaso, negligência -- e seus respectivos contrapontos.

Aliás, costumo dizer que jornalista ou quem quer que seja da área de comunicação que assiste a um jogo de futebol e ao encerramento não consegue dizer por que determinada equipe venceu, perdeu ou empatou, não é jornalista coisa alguma. É torcedor disfarçado ou mesmo um espectador ou telespectador sem foco. Quando digo sem foco quero dizer que é impossível destrinchar um jogo de futebol se a atenção não se concentrar durante todo o tempo no que se passa em campo.

Dedodurismo pedagógico

Conheço um radialista cujo nome jamais vou dizer que se trata de Jurandir Martins, porque seria indelicadeza dizer que Jurandir Martins é desleixado, conheço um jornalista, como dizia, que não só é disperso durante os 90 minutos como também força a barra para desviar a atenção de quem está em seu entorno. A mania de Jurandir Martins é falar do passado, citar jogadores, treinadores, situações de jogo, essas coisas. Enquanto isso, a bola rola em campo. Felizmente ele já se tocou de que não é uma companhia agradável e decidiu acompanhar os jogos longe de mim.

Não passa pela minha cabeça que seja dedo-duro ao apontar Jurandir Martins como exemplo de dispersão, até porque tenho por ele o maior carinho – embora confesse que esse carinho está banido permanentemente a cada 90 minutos em que nos encontramos nos estádios.

Mas, voltando ao que interessa, vou traçar amanhã os pontos cruciais que poderão determinar o resultado do clássico, porque são vetores-chave que determinam, invariavelmente, o destino numérico de cada disputa. Ou seja: não estou inventando a roda. Apenas não deixo que a roda deixe de ser vista.

Favoritismo continua?

Na semana passada, antes do primeiro jogo entre as duas equipes da região, todos os artigos e notícias que li de jornalistas colocavam o São Caetano como favorito à vitória no Estádio Bruno Daniel. Sinal de que o bom senso imperava. Não sei até que ponto houve eventual mudança, mais que natural, de rota opinativa.

De minha parte, apesar das restrições ao modelo de atuação da equipe, por conta de um treinador exageradamente conservador e reincidente em ignorar o ambiente diferenciado de um jogo de mata-mata, continuo a entender que o São Caetano deve se classificar para a semifinal.

Mesmo no jogo de sábado passado, quando foi muito menos eficiente que o Santo André, houve momentos, sobretudo no segundo tempo, antes do gol lotérico de Garré, que o São Caetano tinha total controle e poderia ter conquistado três pontos, mas trocou a objetividade pelo comodismo.

Como não acredito que volte a jogar tão mal – foi a pior partida da equipe no campeonato – e como também não acredito que o Santo André será tão organizado – foi a melhor partida da equipe no campeonato – a tendência é de que, desta vez, o favoritismo será restabelecido. Mas, para isso, a engrenagem deverá girar num sentido diferente. Como mostraremos amanhã. Desconfio da resistência do Santo André, mas, se passar pelo clássico, não seria o Taubaté ou o Barretos que atrapalharia o acesso.



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