Quem vai se dar bem na Copa Paulista, caminho mais curto que a Federação Paulista de Futebol criou para assegurar ao campeão uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro do ano que vem? No caso, quem vai se dar bem diz respeito ao São Caetano e ao Água Santa de Diadema, equipes que representam a região na competição. O Santo André de aperto financeiro preferiu guardar fôlego para disputar a Série A do Campeonato Paulista de 2017. O São Bernardo, que integra a mesma Série A, já tem vaga assegurada na Série D do Brasileiro da próxima temporada.
Se futebol fosse ciência exata, a resposta mais apropriada seria o favoritismo do São Caetano em relação ao Água Santa, mas nem por isso a garantia de que estaria de volta ao circuito nacional de futebol.
A Copa Paulista entrou no final de semana na fase de oitavas de final, com a participação de 16 das 26 equipes que jogaram a primeira etapa divididas em quatro grupos. Agora, as 16 equipes seguem divididas em quatro grupos, formados de acordo com a classificação no respectivo agrupamento da fase classificatória.
O São Caetano fez a melhor campanha geral da primeira fase juntamente com a Ferroviária de Araraquara, com 83,33% de produtividade – quando se dividem os pontos ganhos pelos pontos disputados. Já o Água Santa, que disputou o mesmo agrupamento e foi a única equipe a vencer o São Caetano, somou 18 pontos em 30 disputados, com 60% de aproveitamento.
Força coletiva
A diferença entre o São Caetano e o Água Santa não está apenas no conjunto de resultados da primeira etapa. A equipe de São Caetano sofreu poucas alterações em relação a que disputou a Série B do Campeonato Paulista, quando fez a melhor campanha e foi eliminada no mata-mata diante do Santo André, que acabou campeão. É, portanto, um time de elevada força coletiva. Tanto que marcou 20 gols e sofreu apenas três na fase de classificação.
O empate de zero a zero com o São Paulo domingo de manhã no Morumbi foi um resultado típico do São Caetano do técnico Luiz Carlos Martins: muita segurança defensiva e tentativas de surpreender o adversários em jogadas de contragolpes. É esse time que vai continuar jogando na Copa Paulista. A força do conjunto garante ao São Caetano regularidade imprescindível em competições de pontos corridos. O problema é que a Copa Paulista, assim como a Série B do Campeonato Paulista, é disputada de forma híbrida, com pontos corridos seguidos de mata-mata. Aí a regularidade e o jogo cuidadoso do São Caetano encontram obstáculos para chegar ao objetivo maior.
Ataque é doutrina
Já o Água Santa de Diadema trocou de técnico após o encerramento da primeira fase. Saiu Edinho, filho de Pelé, e entrou Fahel Júnior. Além disso, também saíram vários jogadores titulares e vieram vários reforços. Ou seja: é um time com novo comandante e uma boa parte de novos jogadores. Fahel Júnior é especialista em atacar. Passou com sucesso pelo Santo André, tornando-se campeão da Série B do Paulista em 2008. Também fez bom trabalho no Rio Claro. A vocação ao ataque é proporcional ao defensivismo de Luiz Carlos Martins. Com Edinho, o Água Santa era um time peladeiro, que atacava e defendia com voluntarismo. Com Fahel Júnior é possível que passe a ser mais tático. O tempo dirá. Como se classificam duas das quatro equipes de cada grupo, há possibilidade de o Água Santa ganhar perfil diferente nos próximos jogos. Fahel Júnior vai priorizar o ataque, como sempre. Poucos treinadores são tão corajosos como ele.
Na Série A do Campeonato Paulista de 2014, quando dirigia o Rio Claro, notabilizou-se pela capacidade de balançar as redes dos adversários e de permitir que as próprias redes também fossem atingidas. Um histórico empate de cinco a cinco com o São Bernardo, no Estádio Primeiro de Maio, é espécie de coroação do modelo ofensivista que destila aos jogadores.
Na rodada deste meio de semana – nesta quarta-feira – o São Caetano joga em casa com o Mirassol e o Água Santa enfrenta o Penapolense no Interior.
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05/08/2024 Conselho da Salvação para o Santo André