Esportes

São Caetano e Água Santa
podem reforçar favoritismo

DANIEL LIMA - 06/04/2017

Ainda faltam quatro rodadas para o encerramento da fase classificatória da Série B do Campeonato Paulista, competição que vai decidir quem ocupará as vagas dos rebaixados São Bernardo e Audax de Osasco na Série A do ano que vem. A região tem possibilidades de colocar dois representantes nas semifinais que envolverão os quatro primeiros colocados. São Caetano e Água Santa de Diadema jogam neste final de semana em casa e podem reforçar favoritismo à classificação.

Além disso, também torcem por uma combinação de resultados que os aproximem ainda mais das semifinais. Preferencialmente ocupando as duas primeiras posições, as quais os colocariam como mandantes dos jogos de volta contra terceiro e quarto colocados. Será que vão festejar um fim de semana glorioso?  

Quantos pontos indiretos ganhariam na rodada, além dos três cada de forma direta? Pontos indiretos também integram a contabilidade dos clubes. Empates e derrotas de concorrentes sempre ajudam quando se pretende  resolver logo a parada da classificação. Quanto menos pontos fizerem Rio Claro, Guarani e Bragantino, os mais diretos perseguidores das equipes da região, melhor para o sonho de mando de jogo de volta em casa, com o apoio da torcida, nas semifinais.

Sete jogos pelo G-4

Nada menos que sete dos 10 jogos da rodada marcam a luta pelo G-4. E quanto se observa o outro lado da moeda da competição – a fuga do rebaixamento à Série C, que engolfará os seis últimos colocados – não há um jogo sequer sem importância. Entre o lanterninha União Barbarense e o Velo Clube, primeiro fora da zona de rebaixamento, são sete pontos. A situação do Barbarense é dramática, mas respira probabilidade matemática de escapar da degola.

A luta pelo G-4 envolve 10 equipes. São Caetano e Água Santa somam 30 e 29 pontos, seguidos de Rio Claro com 27 e de Guarani de Campinas com 26. Os outros seis concorrentes ao G-4 são Bragantino e Batatais com 25 pontos, Penapolense e Taubaté com 23, Portuguesa com 22 e Juventus com 21.

Possivelmente a rodada deste final de semana decepará expectativas. O Batatais tem mais viabilidade de vencer e eventualmente ocupar o G-4 porque joga em casa com o Velo de Rio Claro, à beira da zona de rebaixamento. Já a tarefa do Bragantino é muito mais complicada: vai ao Vale do Paraíba e enfrenta o Taubaté que precisa da vitória para respirar classificação.

Outro jogo com todo o jeito de eliminação de esperanças envolve Juventus e Rio Claro, na Rua Javari. Ao Juventus só interessa a vitória. Se perder de novo – segunda-feira foi derrotado pelo Bragantino por três a dois em Bragança Paulista – o Rio Claro poderá sair do G-4.

O Guarani dificilmente deixará de continuar em ascensão, após chegar ao G-4 na rodada passada: joga em casa com a Portuguesa. Uma derrota e o time da Capital estará praticamente fora da disputa pelo G-4.

Contra rebaixáveis

São Caetano e Água Santa não se darão por satisfeitos se ao final dos jogos em casa deixarem de conquistar os três pontos, porque enfrentam equipes do grupo de ameaçados de queda. O São Caetano recebe o Barretos e o Água Santa, o Rio Preto. Ainda não há garantias matemáticas de São Caetano e Água Santa comemorarem classificação ao G-4. Restarão três rodadas e a diferença de pontos em relação ao quinto colocado, Batatais, será inferior à margem de segurança de nove pontos. Mas tudo se encaminha à comemoração dupla.

Resta saber se São Caetano e Água Santa garantirão até o final as duas primeiras colocações. O Guarani tem sequência de jogos mais confortável e pode se beneficiar de tropeços. Nesse caso, haveria a ameaça de São Caetano e Água Santa se enfrentarem nas semifinais, eliminando-se possível acesso duplo das equipes da região.

Como no ano passado

Como no ano passado, o São Caetano chegou à 15ª rodada da Série B do Campeonato Paulista com 30 pontos ganhos e aproveitamento de 66,7%. O que difere o desempenho do time de Luiz Carlos Martins deste ano em relação ao do ano passado é que o ataque passou a marcar mais gols e a equipe também sofre mais gols. Em 15 jogos este ano o São Caetano marcou 25 gols (abaixo apenas do Rio Claro, que marcou 27) e sofreu 12 (abaixo apenas do Água Santa, que sofreu 11), enquanto no ano passado fez 20 gols e sofreu nove. O saldo de 13 gols nesta temporada e levemente superior ao saldo de 11 gols em 2016.

A diferença entre a Série B deste ano e do ano passado é que serão disputadas semifinais pelas quatro primeiras colocadas, enquanto em 2016 os oito primeiros se classificaram às oitavas. O São Caetano terminou a fase classificatória em primeiro lugar no ano passado com 39 pontos ganhos -- aproveitamento de 68,4% -- mas perdeu o mata-mata da etapa seguinte para um Santo André que encerrou a fase inicial em oitavo lugar com 29 pontos, com aproveitamento de 50,9%.

Embora os números ofensivos do São Caetano nesta temporada sejam melhores que os apresentados no ano passado, a diferença é mais acentuada em termos de rendimento geral. O técnico Luiz Carlos Martins tem mais opções ofensivas. Carlão e Ermínio são os goleadores da equipe que se dá ao luxo de contar com Lincom, ex-Bragantino, entre os reservas. O lateral Alex Reinaldo apoia e executa cobranças de faltas com mais assiduidade e contundência dos que os ocupantes da posição no ano passado. O meio de campo também se solta mais, sempre com dois jogadores de suporte ofensivo.

A explicação para certa proximidade dos números gerais das duas temporadas, apesar de o São Caetano ter fome ofensiva claramente superior, é que a competição deste ano é mais equilibrada. Com redução de 20 para 16 no número de participantes da Série A, além do limite de jogadores inscritos, a Série B passou a contar com muitos reforços que seriam utilizados no campeonato que reúne os quatro grandes do Estado.

O nível técnico subiu a ponto de não haver fundas lacunas técnicas entre as equipes de maneira a se garantir vitória por antecipação. Como se não bastassem as surpresas do futebol.

De ameaça aos primeiros lugares

O São Caetano disputa a Série B do Campeonato Paulista pela quarta temporada seguida. Na primeira, em 2014, subsequente à queda da Série A, escapou do rebaixamento na última rodada, mesmo perdendo em casa para o Santo André. A equipe que trocou de técnico várias vezes somou apenas 19 pontos em 19 rodadas, marcando 19 gols e sofrendo 22.

Em 2015, já com Luiz Carlos Martins de treinador, o São Caetano chegou em quarto lugar na classificação geral simplificada com 35 pontos. Mas na classificação detalhada, que leva em conta critérios regulamentares de desempate, caiu para o sétimo lugar, atrás de Água Santa, Mirassol e Independente de Limeira com igual número de pontos ganhos. Subiram, além do quarto colocado Água Santa, a campeã Ferroviária (44 pontos), Novorizontino (36) e Oeste (36). O São Caetano marcou 27 gols e sofreu 13 na competição, mas ganhou apenas 10 jogos, contra 11 dos demais que também somaram 35 pontos ganhos.



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