Esportes

Oito jogos para o São Caetano
dar um nó no rebaixamento

DANIEL LIMA - 28/01/2019

Pegue a tabela de jogos da Série A do Campeonato Paulista. Considere os jogos deste meio desta semana. O que interessa à região é o São Caetano, nosso representante na principal competição estadual do País. Com dois pontos ganhos em três jogos, o São Caetano precisa de um bom resultado em Sorocaba diante de um São Bento que integra a Série B do Campeonato Brasileiro e, portanto, tem estrutura para se manter em atividade regular durante toda a temporada. 

Encerrado esse jogo, o São Caetano terá dois terços do campeonato para escapar do rebaixamento. Perder para o Palmeiras por dois a zero ontem à noite no Estádio Anacleto Campanella faz parte do roteiro. O que pode complicar a vida do São Caetano são os enfrentamentos que virão. A saída é, portanto, a recuperação rápida. 

Para avaliar o potencial de resistência do São Caetano o melhor mesmo é dividir os 12 jogos da primeira etapa em terços de quatro jogos. O primeiro ciclo se encerra em Sorocaba. O segundo será menos complexo que o primeiro e o terceiro também. Ou seja: o primeiro terço foi o mais duro, porque enfrentou dois times grandes (empatou fora com o Corinthians e perdeu em casa para o Palmeiras), empatou em casa com o Ituano, que está estabilizado na Série A há 18 anos e, para completar, tem o São Bento pela frente. 

O segundo terço terá o São Caetano em Ribeirão Preto contra o Botafogo, duas vezes seguida em casa diante do Oeste de Barueri e do Bragantino e uma visita ao Guarani de Campinas. No terceiro e último terço, enfrenta pela ordem o Mirassol no Anacleto Campanella, joga duas em seguida fora com Novorizontino e Ferroviária e encerra em casa com o São Paulo. Dá para tomar alguma coisa antes?

Tabela complicada 

Não se deve ter ilusões porque a Série A do Paulista com 16 equipes e dois condenados ao rebaixamento é mesmo osso duro. Mas não se pode negar que a tabela reservada ao São Caetano é rigorosa. Sobretudo pelo primeiro terço que está para se encerrar. Terminar o ciclo com apenas dois pontos ganhos em 12 disputados seria uma catástrofe. A equipe terá de reagir acentuadamente. 

E é exatamente nesse ponto que a roda pega. Por mais que se deva relativizar o desempenho diante de um Palmeiras milionário, o São Caetano não poderia ser tão facilmente dominado. E, pior que isso, repetido algumas deficiências que poderão ser fatais. 

O time de Pintado não valoriza a posse de bola com intensidade ofensiva, insiste em jogadas de passes longos sempre mais apropriadas aos zagueiros adversários, entrega ao veterano Cristian uma liderança técnica que as pernas não sustentam e não tem a compactação defensiva desejada, mesmo com dois volantes. Há espaços demais entre as linhas. 

Pelo que foi mostrado até agora, parece que a poção quase milagrosa que poderia dar ao São Caetano complementariedade entre meio de campo e ataque é o jovem Vitinho, emprestado pelo Palmeiras e que por isso mesmo não pode ser utilizado ontem. Vitinho entrou contra o Ituano no segundo tempo e deu mais dinamismo à equipe. Poderia ter substituído Christian, não o volante Pablo, porque assim o time não teria se fragilizado defensivamente. Mas Christian parece ter licença para fazer o que bem entender em campo. Inclusive ou principalmente muito pouco.

Forças desproporcionais

Seria covardia exigir que o São Caetano fizesse qualquer coisa que lembrasse pressão contra o Palmeiras. A disparidade de forças é estonteante. Mas o time não tinha o direito de jogar tão mal, principalmente no primeiro tempo. No segundo, com algumas substituições, ganhou mais vitalidade no meio de campo e até ameaçou em situações esparsas o comodismo palmeirense. 

Se no primeiro gol faltou atenção para conciliar defesa avançada e cuidado com o deslocamento de um atacante adversário, no segundo deu-se o esperado porque o São Caetano marca mal pelas laterais e proporciona cruzamentos constantes. Num desses o Palmeiras matou o jogo. Matou o jogo é força de expressão, porque o jogo praticamente estava decidido desde o primeiro apito. 

A gestão dos jogos que restam e que será quase que exclusivamente contra equipes de tamanhos técnicos semelhantes (as variáveis em detrimento do São Caetano fazem parte da ausência da equipe no calendário nacional) é a engenharia estratégica que fará do técnico Pintado herói ou vilão na Série A do Paulista. 

Deixar para a rodada final diante de um São Paulo a sorte de permanecer na competição no ano que vem seria muito arriscado. O São Caetano tem, portanto, os próximos oito jogos para sair relativamente ileso do alto grau de risco que o ronda. 



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