Esportes

Depois de conhecer inferno,
São Caetano pode ganha fôlego

DANIEL LIMA - 06/02/2019

O São Caetano não conseguiu passar ileso (muito diferente disso) pelo inferno da tabela de jogos das primeiras cinco rodadas do Campeonato Paulista da Série A, agora terá quatro jogos para respirar e tentar sair do sufoco da ameaça de rebaixamento e, para completar o trajeto de um presente de grego que a Federação Paulista de Futebol lhe reservou, terá os três jogos finais como nova visita ao horror.

Como previ em novembro do ano passado, quando analisei a tabela da competição, não há equipe entre as 16 que tenha sido tão duramente castigada pela ordem de jogos. A derrota de ontem à noite diante do Botafogo em Ribeirão Preto por três a zero lançou a equipe entre as duas piores, ao lado do São Bento de Sorocaba, mas não deve ser referencial a julgamentos sobre o destino que estaria reservado ao único representante da região na competição.

Melhor e pior

Esqueçam o resultado (até porque não há outra saída) e verifiquem apenas o desempenho, como está na moda tanto para enaltecer como para suavizar o rendimento de uma equipe. O São Caetano fez a melhor partida na competição até os sete minutos do segundo tempo, quando sofreu um gol de pênalti desnecessariamente cometido. Depois disso, o time de Pintado fez pior partida no campeonato. Daí o resultado de três a zero. Não custa lembrar que o segundo gol do Botafogo também foi em cobrança de penalidade máxima. A diferença entre o primeiro e o segundo pênalti é que o segundo foi mal marcado por um bandeirinha que levou o árbitro a confirmar o erro.

O técnico Pintado estaria na corda bamba por conta dos resultados dos primeiros cinco jogos, mas é provável que escape e tenha a possibilidade de dirigir a equipe no período de potenciais menos problemas, que são os quatro jogos imediatos que virão, três dos quais no Estádio Anacleto Campanella.

Melhora sequencial

Embora o placar em Ribeirão Preto possa sugerir que o São Caetano desandou, os primeiros 45 minutos e mesmo o início do segundo tempo, quando desperdiçou um gol inacreditável com Ferreira praticamente embaixo da trave, levaram a equipe a um desempenho bastante satisfatório. Houve série de melhorias individuais e no conjunto. Tanto que o São Caetano não deixou o Botafogo ter o controle tático e técnico do jogo. E passou a ter o domínio no segundo tempo. Até o desastre do pênalti de Esley.

Esse pênalti que descontrolou o São Caetano tem parte de responsabilidade do técnico Pintado. Esley é um veterano com ótimos serviços prestados. É um exemplo de dedicação e empenho. E também de bom rendimento como médio-volante. Agora, escalá-lo de novo, como o fez diante do São Bento, como lateral-direito, é um convite ao desastre. Esley não tem nenhuma qualidade de lateral e todos os defeitos de um mal lateral. A penalidade máxima que cometeu é típica de volante que faz faltas nas proximidades da área. Esley não tem a tolerância típica dos laterais para enfrentamento individualizado supostamente complicador. O lance em questão era quase uma jogada morta.

Rodadas decisivas

Num outro texto vou explicar o que melhorou no time de Pintado nos últimos jogos. Agora o mais importante é situar o torcedor sobre o que vem aí em forma de tabela de jogos. Os quatro jogos que podem tirar o São Caetano da zona de rebaixamento e, mais que isso, catapulta-lo a uma situação mais tranquila, serão pela ordem contra Oeste, Bragantino, Guarani e Mirassol. Apenas o confronto com o Guarani será fora de casa.

Ganhar nove pontos dos 12 é essencial. Somados aos três dos primeiros cinco indigestos jogos, daria pontuação suficiente para enfrentar nova borrasca da tabela, os três jogos finais, contra Novorizontino e Ferroviária fora de casa e o São Paulo no Anacleto Campanella. Viram que se existe alguém na Federação Paulista de Futebol decidido a rebaixar o São Caetano a missão foi teoricamente perfeita?

Não sei o que anda pensando a diretoria do São Caetano nestas alturas do campeonato, mas qualquer definição que coloque de imediato o técnico Pintado na marca do pênalti seria arriscada e injusta. Desde que substituiu Christian e escolheu outros titulares (vamos tratar disso em matéria específica, certo?) o São Caetano evoluiu o suficiente para deixar evidenciado que pode sofrer com a assombração do rebaixamento, mas não seria sobretudo por causa do treinador. A FPF tem muita culpa no cartório.



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