Esportes

Que o espírito do Água Santa
incorpore o futebol da região

DANIEL LIMA - 15/02/2019

O futebol da região tem um referencial nesta temporada que precisa se multiplicar aos demais times que disputam as duas principais competições estaduais: o Água Santa de Diadema lidera de forma invicta a Série B (também chamada de Série A-2) do Campeonato Paulista depois de sete jogos e 19 pontos ganhos, ou seja, com seis vitórias e um empate. O Santo André está no meio da tabela e o São Bernardo entre os últimos na mesma competição que vai classificar os dois primeiros à Série A do ano que vem. Uma Série A na qual o São Caetano está seriamente ameaçado de rebaixamento, como último colocado após seis rodadas e apenas três pontos ganhos.  

A Série B do Campeonato Paulista é mais democrática em equivalência de forças técnicas e econômicas. Não há, como na Série A do São Caetano, os quatro grandes e tampouco equipes tradicionais que disputam o calendário nacional, casos de Guarani e Ponte Preta de Campinas, por exemplo. 

A Série B, de minguadas receitas de patrocinadores, é mais igualitária. Tanto que ninguém seria louco de apostar num determinado time como campeão antes que a última rodada se efetive. Na Série A basta mirar para os quatro grandes. 

Por essas e outras alimenta-se a expectativa de que tanto Santo André como São Bernardo poderiam se juntar ao Água Santa na fase decisiva, de mata-mata.

Classificação iminente

Está certo que o time de Diadema não está classificado matematicamente, mas só mesmo muita bobagem o retiraria da próxima etapa. Com 19 pontos na liderança, tem vantagem de 10 pontos sobre o Internacional de Limeira, nono classificado. A diferença é enfática porque passarão à próxima etapa os oito primeiros colocados. Com 24 pontos a disputar (são 16 equipes que se enfrentam em turno único) o Água Santa pode se dar ao luxo de fazer experiências, como anuncia o técnico Marcio Ribeiro. Há tanta gordura que não custa nada aperfeiçoar uma máquina de vitórias que até agora marcou 13 gols e sofreu apenas quatro. 

O Santo André está no limite classificatório, ou seja, o oitavo lugar. Ganhou três jogos, empatou um e perdeu outros três. Não tem saldo de gols porque marcou e sofreu cinco gols.  

O São Bernardo ganhou apenas quatro pontos em 21 disputados; marcou cinco gols e sofreu oito. Só supera o Penapolense (também com quatro pontos) e o Sertãozinho (três) na classificação geral. O rebaixamento passou a ameaçar a equipe, mas o melhor mesmo é acreditar em reviravolta. O técnico Sérgio Soares chegou e mesmo a derrota na estreia contra o Juventus no Estádio Primeiro de Maio não pode indicar a continuidade de fracassos.

Técnico de qualidade 

Sérgio Soares foi auxiliar-técnico de Péricles Chamusca no Santo André campeão da Copa do Brasil de 2004 e comandou a equipe na decisão do título paulista de 2010. Sem contar que sua passagem pelo São Bernardo em 2016, pela Série A, foi estrondoso sucesso. Tirou a equipe do rebaixamento iminente e a levou ao mata-mata com o Palmeiras. 

A capacidade de acertar taticamente uma equipe em pouco tempo torna Sérgio Soares um respiradouro de confiança ao São Bernardo. 

A vantagem da Série B em relação à Série A é que nas circunstâncias que se apresentam na classificação, a perspectiva de reviravolta do São Bernardo é muito maior do que, por exemplo, a do São Caetano. Enfrentar equipes do mesmo tamanho, como serão os oito oitos que restam ao São Bernardo, é bem menos incômodo do que os seis jogos que restam ao São Caetano numa competição em que o afunilamento restringe o grupo de equipes suscetíveis à queda. 

Olho na concorrência 

Hoje o São Caetano está de olho em alguns concorrentes como salvação da lavoura do rebaixamento, especificamente Botafogo de Ribeirão Preto (quatro pontos) e São Bento de Sorocaba (três pontos). Também correm numa raia de risco o Mirassol com cinco pontos e o Ituano com sete. 

Uma análise mais detalhada e comparativa de perspectivas de rebaixamento nas duas divisões precisa levar em conta, sempre e sempre, os diferentes tamanhos dos concorrentes, se grandes, médios ou equivalentes. Na Série B o pressuposto é do império da equivalência. Por isso não há nada perdido ou com baixa capacidade de reação para o São Bernardo e, no caso do Santo André, de uma melhora suficiente para chegar ao mata-mata. 

O maior problema da temporada do futebol regional ainda é o São Caetano. Fugir do rebaixamento à Série B do ano que vem é uma jornada de seis rodadas muito mais complexa do que o São Bernardo ganhar pontos suficientes na Série B para chegar entre os oito.



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