Esportes

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das quatro linhas

DANIEL LIMA - 05/02/2003

A conquista inédita do Santo André na Copa São Paulo de Juniores é o exemplo mais notório da participação do Poder Público no esporte do Município. Quem não acompanha o dia-a-dia de um dos principais clubes do Grande ABC tem a impressão de que infra-estrutura, patrocínios e parcerias são adquiridos sem apoio direto da Prefeitura. Muito pelo contrário. Além de ceder gratuitamente o Estádio Bruno Daniel para realização de jogos das equipes de base e principal, a Administração Pública é responsável pela busca de novos investidores para o clube. A tática para atrair parceiros é simples: dialogar e tentar mostrar a importância de se investir em esportes de competição e, principalmente, na formação de futuros atletas.

“Batalhamos atrás de patrocinadores que acreditem no esporte da cidade” — comenta o diretor de esporte do Município, Celso Luiz Almeida. Rotedali, Coop e SinalRonda são empresas que hoje apostam na equipe participante da Séria A1 do futebol paulista. A Prefeitura também mantém quase 700 garotos distribuídos em escolinhas de futebol em bairros como Humaitá e os jardins Guaraciaba e Santo Alberto. Encontrar novos talentos para repassar ao Esporte Clube Santo André é um das atribuições. Adauto, que disputou o Brasileiro de 2001 pelo Atlético-PR e já jogou no futebol espanhol, e Ramalho, campeão da Copa São Paulo, são frutos desse trabalho.

A busca por parceiros fortes não se limita ao futebol. A natação de Santo André, por exemplo, atraiu as braçadas campeãs de Fernando Scherer, o Xuxa. A Bridgestone Firestone tem papel importante na vinda do atleta olímpico. A multinacional é responsável pelo salário do nadador, que defenderá o Primeiro de Maio Futebol Clube em competições até o segundo semestre deste ano. Em todos os esportes, a Prefeitura investe em ação social. Além de representar a cidade, Xuxa participa de palestras e faz visitas periódicas às cinco escolinhas de natação do Município. “Ele é um incentivo aos jovens. O esporte tem função de prevenção contra a violência” — acrescenta Celso Luiz Almeida. O trabalho tem participação das secretarias de Esportes e Lazer e de Educação.

Esportes olímpicos como voleibol e handebol também têm parceiros da região. Há três anos o Shopping ABC investe no vôlei masculino. Já o handebol feminino mantém parcerias com a Universidade Metodista, da vizinha São Bernardo, e Unimed. Por outro lado, esportes de competição pouco visados pelo empresariado regional encontram dificuldades. De tênis de mesa a judô. Do pugilismo ao ciclismo. Todos estão à procura de patrocinadores. “Os parceiros são essenciais para o fortalecimento das atividades” — enfatiza o diretor de esportes, lembrando também que modalidades tradicionais e de grande apelo popular como basquete e futebol de salão estão sem receitas de patrocinadores. “Não podemos desistir jamais” — diz. Quase seis mil alunos passaram pelas 66 escolinhas no Município apenas em 2002. O Departamento de Esportes coordena 25 modalidades.

 Não são apenas esportes de competição que conseguem atrair parceiros. Projetos sociais também fazem parte dos anseios da administração petista. A Prefeitura mantém parceria com o governo federal no programa Esporte Solidário. Praticado em área da AABB (Associação Atlética Banco do Brasil), no Jardim Santo André, desde novembro de 2002, o programa reúne quase 300 jovens que recebem reforço escolar, noções de saúde e lanches diários, além de poder praticar futebol, handebol e basquete. 

Outro exemplo vem da UniABC, que desde julho do ano passado cede 16 alunos do curso de Educação Física para as aulas do Núcleo de Natação Adaptada, na Vila Alpina. O Pólo Petroquímico também é aliado no trabalho junto a deficientes físicos. Para este ano, o Poder Público planeja lançar o Programa Bate Coração. Profissionais do Incor e professores da Fefisa orientarão a prática correta da caminhada no Parque Ipiranguinha. “Os frequentadores também receberão atendimento médico” — anuncia Celso Luiz. 


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