Entrevista Especial

Veja as respostas do
vereador Colombo

DANIEL LIMA - 29/04/2024

Não vou traduzir uma vírgula do que se segue em forma de Entrevista Especial com o vereador Marcio Colombo. Repito o que fiz (ou não fiz) nas edições anteriores deste projeto que visa democratizar para valer o debate político, principalmente, nesta temporada de voto. Como já cansei de escrever, qualquer coisa que eventualmente avalie agora pode introduzir um elemento estranho às respostas. Por isso, deixo para outro dia algumas interpretações que me imponho entre outras razões porque o interesse público está em primeiro, em segundo e em terceiro lugares.

CAPITALSOCIAL – O senhor gosta mesmo de polêmica para obter retorno nas mídias sociais ou os posicionamentos ideológicos são uma essência da qual não abre mão e explicariam pelo menos dois fatos que protagonizou. O primeiro: a sugestão de mudança do nome do Parque Celso Daniel, que voltaria à origem de Duque de Caxias; e o segundo, mais tarde: a retirada do Paço Municipal da estátua em homenagem aos trabalhadores.

MARCIO COLOMBO – Se defender as bandeiras anticorrupção, pró-mercado, combater a ideologia da esquerda, ser austero e respeitar o dinheiro do contribuinte, defender a vida e as tradições da sociedade, é ser polêmico, eu aceito o adjetivo de polêmico. Eu faço questão de honrar a todos que confiaram seus votos em mim, e me colocaram como vereador da cidade de Santo André. Por isso mantenho mandato ativo e atento para que em todos os momentos possa retribuir a confiança depositada em mim nas urnas. Durante toda minha trajetória política liderei manifestações anti-PT, a favor da lava-jato, contra privilégios, pelo livre mercado e contra aumento de impostos.

Com relação aos pontos questionados, muitos andreenses não aprovaram a “desomenagem” feita contra Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro, ao renomear o até então Parque Duque de Caxias para Parque Prefeito Celso Daniel. Até os dias de hoje é muito comum frequentadores do espaço utilizam a expressão “Duque” para se referirem que estão indo ao parque.

A esquerda sempre usa de artifícios para tentar apagar a história da qual não tem ligação ideológica. O ex-prefeito Celso Daniel já foi homenageado na estação de trem no centro da cidade, por isso foi muito desrespeitoso retirar o nome de uma figura pública importante para a história do Brasil, que foi Duque de Caxias. E não é um projeto polêmico, mas aprovado por muitos andreenses, reparador de um erro que foi “desomenajear” alguém.

A esquerda também tentou mudar o nome do Viaduto Castelo Branco em mais uma tentativa de apagar a história do Brasil em detrimento de sua ideologia nefasta. Obviamente trabalhei contra e consegui articular apara a derrubada dessa tentativa na Câmara.

Quanto ao monumento do Paço, encomenda do Sindicato dos Metalúrgicos durante o governo do petista Carlos Grana para representar a infinita luta dos trabalhadores, nada fiz que cumprir o que uma obra artística desperta na sociedade, ou seja, o questionamento, a reflexão o pensamento.

Ao questionar a cor vermelha, associada às lutas sindicais e das alas esquerdistas da sociedade, de forma provocativa e com a voz de milhares de trabalhadores que não querem ser associados ao sindicalismo e muito menos ao pensamento esquerdista,  foi gerado o debate, a discussão, atendendo assim o que uma expressão artística provoca.

Também proibi a utilização de pronomes neutros ideológicos nas escolas públicas da cidade através de um PL e um requerimento que se transformou em normativa pela Secretaria de Educação da cidade. Aprovei também o show sem partido, que retira o cachê do artista contratado pelo Poder Público que, ao invés de se apresentar artisticamente,  utiliza o momento para fazer campanhas políticas ideológicas e partidárias.

Aprovei também a proibição de utilização do dinheiro público para fazer propagandas abortistas na cidade. Aprovei o estatuto da desburocratização que transforma o ambiente da cidade mais propicio para atrair novos negócios e elimina etapas burocráticas visando simplicidade e agilidade das repartições públicas, facilitando assim o empreendedorismo na cidade. Gero economias diárias no meu gabinete por recusar usar o carro oficial, gasolina, cartas e selos postais, celulares da câmara, dentre outras despesas, alcançando até o momento uma economia próxima a 700 mil reais.

Busco recursos com meus parceiros deputados estaduais e federais (Guto Zacarias e Kim Kataguiri). Já superei a marca de 16 milhões de reais em emendas trazidas para Santo André para obras como o Hospital da Vila Luzita, Poupatempo da Saúde, Clinica da família do Bairro São Jorge, Centro de enfrentamento à dengue, motocicletas, carros 4X4, armas, munições e drones para a GCM. Já atendi mais de 2000 demandas diretas de moradores de Santo André.

Fiscalizo diariamente as unidades de Educação e de Saúde da cidade. Trabalho em conjunto com o governo Paulo Serra para diariamente tornar nossa cidade mais desenvolvida e melhor em todos os aspectos para todos que aqui moram ou visitam.

Esse pequeno resumo demonstra que, apesar de não fugir das polêmicas, pois sou transparente em meus atos, não meço esforços para entregar o que as pessoas esperam de mim enquanto agente político. Me dedico para que minha contribuição para com a cidade seja a mais eficiente e eficaz possível.

CAPITALSOCIAL – Como o senhor analisa a oposição ao prefeito de Santo André no Legislativo do qual faz parte? Há muitas reclamações sobre  blindagem do Executivo. O senhor considera a reclamação justa?

MARCIO COLOMBO – A oposição ao Governo Paulo Serra é pequena e quase inexistente. Partidos opositores, como o PT e PSOL, não ganharam muita representatividade nas ultimas eleições municipais, e considero que  têm dificuldades em se opor a um governo que trouxe muitos avanços nas mais diversas áreas da gestão pública.

Lembro que a cidade foi entregue pelo PT totalmente colapsada, endividada, sucateada e com os serviços públicos na UTI. Nos dias de hoje, até mesmo o governo reconhece que ainda há muito a se fazer e avançar. Porém,  olhando de onde partimos e onde a cidade está hoje, fica notória e justificada a popularidade acima de 80% do prefeito Paulo Serra. Não creio que há blindagens no executivo.

Não entendi ao certo esse termo na pergunta, porém transparência é um dever da Administração Pública moderna, e o ato de fiscalizar é um dever do vereador. Há muitos caminhos formais para acompanhar os contratos do Executivo e também os serviços prestados por eles, através dos mecanismos da própria Câmara ou o portal de transparência, por exemplo. Resta à oposição tentar encontrar meios para reclamar e tentar apontar eventuais falhas, porém as reclamações por parte deles não são justas, soam mais como justificativa de um trabalho muito pobre e enfraquecido de opositor.

CAPITALSOCIAL – Recentemente, o vereador Ricardo Alvarez, antípoda ideológico do senhor, respondeu à Entrevista Especial de CapitalSocial. Creio que o senhor a leu. Qual ponto haveria de aproximação ou similaridade de interpretação com aquilo que o senhor pensa? E qual o ponto mais relevante em forma de discordância?

MARCIO COLOMBO – Não tive a oportunidade de ler a entrevista do psolista Ricardo Alvares, porém faço ferrenho enfrentamento ao seu espectro ideológico ao longo desses quase quatro anos. Não vejo aproximações convergentes entre nós. Minhas bandeiras são anticorrupção, pró-vida, livre-mercado, desburocratização, austeridade com o dinheiro público, concessões e privatizações públicas. Em todo momento em que estive defendendo essas bandeiras, ele contrapôs e seguiu a cartilha da esquerda. Logo, entendo que temos muitas diferenças. Ainda não identifiquei nenhuma similaridade política entre nós.

CAPITALSOCIAL – Como o senhor encarou o fato de que não constou da lista de nove nomes de potenciais candidatos da situação às eleições de outubro próximo? O senhor ficou frustrado por ter sido alijado ou houve tratativa anterior que o dispensasse dessa escolha preliminar múltipla?

MARCIO COLOMBO – Eu me coloco à disposição da cidade; meu nome é lembrado frequentemente por muitos andreenses. A todo momento, recebo mensagens de incentivo para concorrer ao Paço, porém há de se respeitar o tempo e o momento certo para movimentos políticos eleitorais. Ainda estamos fechando a indicação do Governo Paulo Serra para sua sucessão, bem como para a sucessão do vice-prefeito.

Repito, estou à disposição da cidade e também da Gestão Paulo Serra. Entendo que estamos num momento em que a cidade tem o desejo de continuidade. Qualquer movimento egoísta, baseado em pretensões meramente pessoais, já nasce errado e natimorto. Logo, como tenho a cidade em primeiro plano, frustração por essas questões não é uma palavra que me descreva, mas sim, manter esse grupo capitaneado pelo prefeito Paulo Serra unido, para que a cidade continue no caminho implementado pelos próximos anos.

É um risco muito grande mudar rumos quando entendemos que a direção foi acertada. A nossa grande missão é identificar um nome capaz de manter os grupos e o modelo de gestão que vem sendo amplamente aprovado em Santo André. Contribuirei sendo candidato à reeleição, candidato a vice-prefeito, candidato a prefeito, apoiando o candidato apontado diretamente pelo prefeito Paulo Serra. Sou um soldado e me posicionarei para que a cidade continue a avançar, e isso nunca pode ser uma decisão unilateral e pessoal, mas de grupo, pela cidade.

CAPITALSOCIAL – Quem subsidiariamente garantiria mais votos ao candidato do Paço Municipal em outubro: Lula da Silva, Jair Bolsonaro ou Tarcísio de Freitas? Para simplificar: os conservadores dariam mais votos ao candidato do Paço do que os esquerdistas?

MARCIO COLOMBO – As eleições municipais são as que, de fato, fazem parte do dia-a-dia das pessoas, das coisas cotidianas: saúde, segurança, educação, empregos, lazer, etc. As questões ideológicas têm peso, mas não são os únicos critérios. Creio que a cidade irá buscar a continuidade da gestão atual, que é uma gestão que se demonstrou conservadora, pró-mercado, austera, moderna e com resultados visíveis a todos que vivem em Santo André.

Creio que a ordem natural, independente do cenário nacional, é que a cidade opte pela certeza da continuidade do modelo de gestão do Paulo Serra. Desta forma, em meu ponto de vista, dentro de um cenário eleitoral municipal, um prefeito com tanta popularidade, como é Paulo Serra, será a maior referência no processo de decisão do voto para a próxima eleição.

CAPITALSOCIAL – Como o senhor avalia os trâmites legais que culminaram na concessão do Semasa à Sabesp? O senhor acha que o processo atendeu  aos requisitos de transparência que a sociedade exige?

MARCIO COLOMBO – A concessão dos serviços de água e esgoto à Sabesp trouxe ganhos imediatos à cidade. A Semasa tinha uma dívida na ordem de R$ 4 bilhões frente à Sabesp, resultado de uma política errônea iniciada pelo ex-prefeito Celso Daniel, que perdurou por décadas e foi sanada pelo Prefeito Paulo Serra.

A substituição da rede de distribuição, que era muito antiga e não aguentava a pressão da água, resolveu a questão da perda de água no processo de distribuição. Investimentos também garantiram a universalização da água na cidade e também para que a cidade alcance a meta de ter 100% do esgoto tratado.

Dito alguns destaques que resultaram da concessão à Sabesp,  creio que a discussão do modelo de gestão pró-mercado, parcerias público-privadas e privatizações foram adequadas e respeitaram a vontade do eleitor, que optou em 2016 para que a cidade tomasse esse tipo de caminho. Passados alguns anos da concessão, é notório como a cidade e todos que aqui moram se beneficiaram da concessão. Todo processo se deu dentro do devido processo legal, tanto que o contrato foi homologado pelos tribunais de contas e Poder Judiciário.

CAPITALSOCIAL – Se o senhor fosse prefeito da cidade e tivesse que decidir a estratégia de sucessão, reuniria tanta gente numa mesa e colocaria em disputa, ou falsa disputa, os dois cargos legalmente vinculados à gestão da Prefeitura a partir de janeiro do ano que vem? Para que não haja dúvida: teria sido exótica, para não dizer outra coisa, a multiplicidade de concorrentes sem que se colocasse no horizonte o que de fato ocorreu, ou seja, dissensões e críticas?

MARCIO COLOMBO – A maior preocupação que teria, se fosse prefeito, seria assegurar que a cidade entregasse todos os compromissos e projetos iniciados durante o mandato; assegurar que a economia da cidade fosse entregue ao novo prefeito de forma estável e em crescimento; assegurar estabilidade política-administrativa para que a cidade continue a avançar sem riscos de solavancos com a passagem da gestão da cidade.

A maior preocupação, caso fosse o prefeito de Santo André neste momento, um prefeito bem avaliado com mais de 80% de aprovação popular, seria não antecipar as eleições, e, no momento mais adequado, anunciaria, juntamente com a base de apoio, os nomes que representariam a continuidade do atual governo, para que os eleitores pudessem ter certeza que a cidade está acima de qualquer interesse eleitoreiro, e que todo processo de sucessão se dará naturalmente durante o período estipulado.

Para tal, certamente, quando o momento chegasse, os nomes que representariam a continuidade do governo seriam divulgados, com o único critério de garantir a manutenção da base e a governabilidade dentro do modelo de gestão corrente.

CAPITALSOCIAL – Comprovadamente, em estudos que desenvolvemos com dados oficiais, Santo André aumentou a carga tributária da população em geral, em forma de recursos amealhados pela Prefeitura, em relação à massa salarial. O senhor acha que esse é o caminho adequado para a recuperação econômica da cidade?

MARCIO COLOMBO – Não tive acesso a tal estudo, porém a cidade sempre fica refém de uma política fiscal-tributária nacional. A tributação brasileira é uma das mais altas do mundo. O custo da máquina pública também figura dentre o mais caro do mundo. A complexidade de todo sistema tributário precisa de uma simplificação radical, de modo a beneficiar todos os entes da Federação e também o cidadão que paga tributos.

O caminho adequado para a cidade é atrair investimentos e gerar novas receitas e rendas dentro de nossas divisas. Desta forma, empregando mais pessoas que num ciclo virtuoso proporcionara uma cidade ainda mais rica. O aumento de impostos vai na contramão disso, é uma medida fácil, inclusive sendo implantada pelo Governo Federal que prefere tirar ainda mais dinheiro dos bolsos dos trabalhadores que cortar gastos da própria carne.

A cidade de Santo André cortou cerca de 40% dos cargos comissionados; cortou carros e telefones dos secretários e prefeito; devolveu inúmeros prédios, que antes eram alugados; tomou políticas em forma de PPP. Tudo isso resultou em equilíbrio nas contas. Sempre vou me posicionar contra tributações abusivas, contra máquinas públicas que gastam mal e infladas, e contra o modelo tributário atual do Brasil.

Santo André, na medida do possível, fez esforços para diminuir o custo da máquina pública e, com isso, dentro de sua competência, gerar menos necessidades tributárias além das alíquotas existentes. Toda oportunidade que tive de debater impostos e tributos na Câmara me posicionei contrário, nos debates e nos votos.

CAPITALSOCIAL -- Como o senhor interpretou o que poderia ser chamado de

revolta dos agentes fiscais de Santo André ao denunciarem sucateamento das entranhas da Prefeitura num setor que consideram vital à justiça tributária?

MARCIO COLOMBO – Algo natural, os sistemas da gestão pública são antiquados e ultrapassados. A atual gestão vem buscando meios mais eficientes para as operações municipais com simplificações, modernizações e tecnologia. A cidade de Santo André estava 100% sucateada quando o PT deixou o poder, e, através de políticas modernas e boa gestão, todas as áreas avançaram. Há muito a se fazer e a meta de todo governo responsável é, dentro da realidade do município e das ações possíveis, que as prioridades da gestão determinem buscar eficiência e melhores resultados.

Uma coisa é certa: hoje a cidade não está sucateada, está organizada e num momento muito mais favorável para ajustes importantes que ainda estão remanescentes. Toda manifestação de agentes públicos é válida quanto busca melhor estrutura para desempenharem suas funções.



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