Informações de bastidores dão conta de que não se corre risco de baixarias no clássico do Grande ABC na Série B do Campeonato Brasileiro, sexta-feira no Estádio Bruno Daniel, entre o ameaçadíssimo (de rebaixamento) Santo André e o ainda esperançoso (de acesso) São Caetano. O diretor de redação do Diário do Grande ABC, empresário Ronan Maria Pinto, já estaria mais calmo e teria repensado os excessos cometidos.
Ronan e Nairo Ferreira, presidente do Azulão, teriam chegado a acordo diplomático que restabeleceria o diálogo.
Tomara, tomara, porque desde que o Diário do Grande ABC passou a retaliar o São Caetano, tanto a Federação Paulista de Futebol quanto a Confederação Brasileira de Futebol olharam enviesamente para a região.
Se há algo que as esferas esportivas não suportam é monitorar desarranjos de dirigentes destrambelhados.
Há mais equívocos envolvendo erros de arbitragem entre equipes de dirigentes arredios às normas esportivas do que imaginam os ingênuos.
A confirmação de que a FPF e a CBF estão de olho na direção do Sansão poderá ser verificada com a indicação do árbitro. Há informações que garantem que vem gente de primeira linha. Não haveria espaço para bagunça dentro de campo. Fora de campo a responsabilidade é da polícia.
Tomara também que se confirme a aproximação entre a direção dos dois clubes. Principalmente do Santo André, que puxou a faca por conta de algo corriqueiro no futebol.
O que é corriqueiro no futebol? É um determinado reforço anunciado ou a ser anunciado parar em outro clube.
No caso do próximo clássico Sansão, o nome da crise que parece debelada chama-se Pedrão. O centroavante que fez fama e fortuna no Grêmio Barueri acenou contrato com o Santo André, mas resolveu parar em São Caetano. Foi convencido pela esposa e também por jogadores do Azulão, com os quais já atuou. Chegou à conclusão que seria mais feliz no Estádio Anacleto Campanella. Pedrão foi recomendado pelo técnico Leão, então à frente do Goiás.
Essa história de Pedrão dividido entre Santo André e São Caetano pode ser mais bem contada agora. Resolvi apurá-la. Agora sim posso oferecer juízo de valor aos leitores. Quando da matéria a respeito do assunto, preferi ficar em cima do muro até que pudesse ter mais informações. E fui à cata de informações entre outros motivos porque o caso gerou crise de relacionamento entre os dois clubes.
O que consegui apurar está disponível na Internet. No site da Globo. Não foi o São Caetano que atropelou a contratação de Pedrão, que viria para o Santo André. Foi o Ceará que o anunciou como reforço junto ao Goiás. O Santo André apareceu em seguida. Atravessou o negócio do time cearense. Aí foi a vez de Pedrão preferir a proposta do São Caetano. Uma proposta financeira a léguas de distância do que o Diário do Grande ABC, a mando de Ronan Maria Pinto, publicou com destaque. Uma tática para tumultuar o ambiente no Azulão. Uma reação que se desdobrou também na cobertura do caso da cessão do imóvel-sede do São Caetano, requisitado judicialmente pela administração municipal por razões conceituais de socialização de uso pela comunidade extra-clube. Mas essa é outra história.
O melhor mesmo é que o Santo André e o São Caetano voltem às relações amistosas. Pedrão não pode ser pretexto para guerrilha jornalística e esportiva. O Diário do Grande ABC parece ter encontrado o caminho da sensatez nas últimas edições, quando deixou de perseguir o Azulão. Nos dias subsequentes à contratação de Pedrão, o São Caetano foi vítima de estilhaços do jornal. Chegou-se ao cúmulo de a contratação do técnico Toninho Cecílio ser anunciado com ares de deboche.
Disse o jornal com todas as letras em manchete de página que o treinador fora demitido do Vitória da Bahia e que tivera problemas com a imprensa. Nada além do objetivo de atingir o técnico e os dirigentes do São Caetano. Oito em cada 10 treinadores contratados foram demitidos e registraram dificuldades com o pessoal da mídia. Paulo César Carpeggiani, anunciado pelo São Paulo, é uma das exceções à regra. Mas quem seguir a lógica da ética no futebol, condenará o time do Morumbi por tê-lo tirado do Atlético Paranaense.
Já imaginaram o que teria acontecido com o São Caetano durante o Campeonato Paulista deste ano se resolvesse contratar Sérgio Soares para técnico? Como teria reagido o presidente do Ramalhão e diretor de redação (e dono) do Diário do Grande ABC?
Ou os leitores já imaginaram se fosse invertida a história de 2008 quando o São Caetano emprestou de graça o centroavante Elton para o Santo André, introduzindo no contrato cláusula que previa restrições à escalação do atacante contra o clube de origem, uma praxe no futebol que todos os clubes respeitam? Pois o São Caetano teve de engolir a escalação no clássico. Mais que isso: Elton não só foi escalado como marcou o gol da vitória de um a zero. Tudo porque Ronan Maria Pinto simplesmente fez vista grossa ao acordo formalizado, deixando inclusive de pagar a multa. O São Caetano preferiu calar-se a, quem sabe, sofrer algum tipo de resposta mais dura por vias impressas.
Fico de alguma forma aliviado com as informações que chegam. A diretoria do Ramalhão tomou juízo e vai tratar o clássico como um clássico tem de ser tratado. Com intenso interesse de vencer o adversário, mas sem rasteiras.
O futebol do Grande ABC não tem espaço para divisionismos diretivos.
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05/08/2024 Conselho da Salvação para o Santo André