Esportes

São Bernardo corre menos risco
que Santo André e São Caetano

DANIEL LIMA - 02/03/2011

Quando se encerrar a Fase de Consolidação da Série A do Campeonato Paulista, que vai da oitava à 14ª rodada, é provável que o São Bernardo esteja na liderança de suposto campeonato regional, à frente do São Caetano e do Santo André. Hoje o São Bernardo tem nove pontos e está três atrás do São Caetano e três acima do Santo André.



Faltando quatro rodadas para o término dessa etapa, depois da Fase de Estruturação dos sete primeiros jogos para cada equipe, o São Bernardo reúne grau de dificuldade 58% inferior nos confrontos que terá em relação aos jogos programados para o São Caetano e 42% aos jogos reservados para o Santo André. Ou seja: tem amplas possibilidades teóricas de passar à frente do São Caetano e de distanciar-se do Santo André.



Como se já não bastasse o fato de a equipe do técnico Estevam Soares dar claros sinais de que encontrou o caminho tático, pesa na formulação dessa projeção a ordem dos jogos do campeonato. Algo sobre o qual me debrucei desde o princípio da competição e que passa batido pela crônica esportiva. A maioria acredita, porque não estuda a tabela, que o campeonato é igual para todos. Não é mesmo. Principalmente quando se disputa apenas um turno classificatório. Não há jogos de volta que compensem as idas.



Recordam-se os leitores mais atentos que estabeleci três níveis diferentes de dificuldades às equipes da região, com variáveis de acordo com os locais de jogos, para definir conceitos de benefícios e prejuízos da tabela do campeonato às equipes da região.



Os times grandes (São Paulo, Palmeiras, Santos e Corinthians) geram grau máximo (10 pontos) de risco, em casa ou fora de casa.



Os times médios, que disputam a Série B do Campeonato Brasileiro (Guarani, Ponte Preta, Bragantino, Portuguesa, Americana e Grêmio Prudente) estão definidos como risco de sete graus nos jogos que disputam em seus respectivos estádios e de cinco graus como visitantes.



Já os demais, times pequenos, significam cinco pontos de risco quando jogam em casa e dois quanto atuam como visitantes. As circunstâncias classificatórias não entram nessa contabilidade, porque são circunstâncias, não mais que circunstâncias. Por exemplo: o fato de o Grêmio Prudente estar mal na competição não altera a hierarquia. Não podemos ficar ao sabor de sazonalidades técnicas. O que pesa mesmo é o aspecto estrutural.



Os próximos quatro jogos do São Bernardo, envoltos na embalagem teórica da Fase de Consolidação, somam 19 pontos de risco nessa ordem cronológica: dois contra o Mogi Mirim e dois contra o Mirassol no Estádio Primeiro de Maio, 10 contra o Palmeiras em São Paulo e cinco contra o Linense no Interior.



Já o São Caetano soma 30 pontos de risco porque terá grau máximo contra o São Paulo no Anacleto Campanella, grau médio de cinco pontos contra o Botafogo em Ribeirão Preto, risco de cinco pontos de novo fora de casa contra o Mogi Mirim e novo risco máximo de 10 pontos contra o Palmeiras no Anacleto Campanella. Que tabela, que tabela!



O Santo André soma um pouco menos de pontos de risco (27) porque jogará sob grau máximo contra o Palmeiras no campo do adversário, sob risco de cinco pontos em casa contra o Americana, sob risco máximo de 10 pontos contra o São Paulo no Morumbi e sob risco mínimo de dois pontos em casa contra o Oeste de Itápolis.



Depois dessas quatro rodadas vem a Fase Decisiva, quando restarão apenas cinco jogos a cada uma das 19 equipes. Período no qual serão disputados os três clássicos regionais. Que esperamos não sejam os últimos da competição neste começo de segunda década de novo século.



Aí, na Fase Decisiva, o São Bernardo contabilizará 36 pontos de risco em 50 possíveis (Botafogo no Primeiro de Maio, Americana no Interior, São Caetano no Anacleto Campanella, Santo André no Primeiro de Maio e Portuguesa na Capital).



Já o Santo André somará 42 pontos de risco (Portuguesa na Capital, São Caetano no Bruno Daniel, Grêmio Prudente no Bruno Daniel, São Bernardo no Primeiro de Maio e Corinthians no Bruno Daniel).



O São Caetano soma 37 pontos de risco nos últimos cinco jogos: (Bragantino no Anacleto Campanella, Santo André no Bruno Daniel, São Bernardo no Anacleto Campanella, Corinthians no Pacaembu e Linense no Anacleto Campanella).



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