O título logo acima é o resumo resumido da participação do futebol do Grande ABC na 13ª rodada da Série A do Campeonato Paulista. Ganhamos apenas três dos nove pontos em disputa. Três pontos importantíssimos, no caso de um São Caetano cheio de talentos mas que não empolga coletivamente. O Santo André foi decepcionante contra o São Paulo. Não pela derrota, normal contra times grandes, mas pela impotência generalizada. O São Bernardo sim, reagiu com valentia no segundo tempo diante do Palmeiras no Canindé. É um time com cara de Primeira Divisão. Um avanço e tanto após primeiras rodadas de Segundona.
A vitória do São Caetano se deve a individualidades. A equipe passou maus bocados durante todo o primeiro tempo, vulnerável demais ao jogo curto e rápido do Mogi Mirim. Havia avenidas abertas por todos os lados. O segundo tempo foi mais equilibrado porque o Azulão resolveu jogar em contragolpes e encostar a marcação. Luciano Mandi fez pela esquerda o que um Antonio Flávio mal posicionado mal tentou.
O time de Ademir Fonseca continua instável. Não consegue o controle do jogo mais que durante um quarto dos 90 minutos, como foi o caso dos últimos 20 minutos em Mogi Mirim. Faltam harmonia, volume de jogo, confiança em fazer a bola passear progressivamente ou mesmo lateralmente quando necessário. A vitória caiu do céu e praticamente retira a equipe do rebaixamento. Com 16 pontos ganhos, só faltam cinco em 18 para assegurar, estatisticamente, a fuga do descenso. É melhor começar a acertar o time para a Série B do Campeonato Brasileiro.
A derrota do Santo André diante do São Paulo reproduziu a distância entre um time que sabia o que fazer com a bola e um time que nos melhores momentos teve a bola nos pés como objeto estranho, quando não de estorvo. Talvez o melhor recado que o Ramalhão tenha dado aos torcedores é o de que o técnico Sandro Gaúcho não vai enfiar o time na defesa para tentar fugir do rebaixamento. Tanto que ameaçou incomodar o São Paulo no segundo tempo, quando lançou o Ramalhão ao ataque. Pena que faltem qualidade técnica e, principalmente, coletivismo. O Santo André sugere um time feito em cima da hora. O São Paulo só precisou ser brilhante em alguns trechos do jogo para ganhar com folga. Poderia ser de mais. Seria demais.
Já o São Bernardo do segundo tempo diante do Palmeiras foi um time valente, ousado, bem organizado e incômodo. Nada mais interessante, depois de um primeiro tempo massacrado pelo adversário. Principalmente por conta de uma movimentação intensa, sob os cuidados de Valdívia, que não voltou para o segundo tempo, substituído por um inútil Tinga. O São Bernardo é um time mobilizado taticamente a não dar trégua ao adversário e aos poucos vai acertando a defesa com três zagueiros. Só descerá para a Segunda Divisão se cometer muitas bobagens. Sairá com certa facilidade se Danielzinho conseguir acertar metade dos chutes. A tabela, que já foi amplamente favorável, agora reserva adversidades. Clássicos regionais são um desastre para quem precisa somar três pontos por jogo.
A maior diferença entre os times do Grande ABC é a capacidade organizacional de Estevam Soares, muito acima de Sandro Gaúcho (e do antecessor Pintado) e de Ademir Fonseca (e dos antecessores). Inocular personalidade ofensiva num grupo de jogadores que representam uma equipe mal saída da Série B Paulista é feito extraordinário. Ainda mais que a retaguarda diretiva não conta com a experiência dos times mais tradicionais do Estado. Os mesmos dirigentes que, com humildade, souberam reconhecer em tempo que precisavam lançar mão de alguém com pedigree na competição. Uma humildade que faltou na estrutura inicial do grupo, quando acreditaram contar com grupo ideal e tiveram de correr atrás de reforços recomendados por Estevam Soares, que chegou em boa hora para colocar os pingos nos devidos lugares. Mesmo assim, não está nada fácil escapar da degola.
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