Acredito sinceramente que os prefeitos dos sete municípios do Grande ABC não confundirão a iniciativa da revista LivreMercado junto ao Conselho Editorial com um cavalo bravo de rodeio. A decisão da enquete para que se abram as portas daquela instância à comunidade, eliminando-se portanto o caráter de exclusividade dos atuais ocupantes, é prova de que há muita gente preocupada com o destino regional.
O Conselho Editorial na porção que lhe compete de premissa de abertura do Clube dos Prefeitos, porque há conselheiros sim que optaram pelo modelo atual, quer única e simplesmente ver a roda da regionalidade girar sem emperramentos de qualquer natureza.
Fosse eu prefeito de qualquer uma das cidades do Grande ABC há muito teria lutado com meus pares para acabar com o Clube do Bolinha em que se converteu o Consórcio Intermunicipal.
A história está aí para provar e comprovar que a clausura é erro crasso porque a instituição não consegue legitimidade social às empreitadas que empreende. E olha que estou me referindo a prefeitos eleitos pelo povo e que, por isso mesmo, podem se achar no direito de dispensar colaboradores da sociedade, mesmo que simplesmente como agentes consultivos, como é a proposta de muitos anos de LivreMercado corroborada agora pelo Conselho Editorial.
Ninguém escreveu mais sobre o Clube dos Prefeitos ao longo dos tempos do que este jornalista. Meus arquivos estão recheados de artigos, reportagens, análises e tudo o mais. Por isso estou à vontade nessa iniciativa que teve amplo apoio dos conselheiros. O fato é que do jeito que está não pode continuar.
Todos os vícios possíveis tornam o Clube dos Prefeitos operação de produtividade às avessas porque seus titulares são muito menos respeitados nessa instância regional do que individualmente nos respectivos territórios como mandatários do Executivo.
A iniciativa da revista LivreMercado em realizar consulta com conselheiros editoriais (são 250 profissionais de diversas áreas que estão integrados à publicação, num inigualável exemplo de compartilhamento de gestão informativa sem que a publicação perca necessariamente a capacidade de gerenciar a linha editorial) não vai morrer na praia. Acredito sinceramente, repito, que os prefeitos locais vão entender que o ovo de Colombo desprezado está à mão. A regionalidade passa pelo chamamento de agentes locais, entre outras iniciativas que, aliás, estão contidas no “Decálogo do Desenvolvimento Econômico” do Grande ABC, formulado no ano passado.
O grande risco que se corre quando se abre a diferentes protagonistas os encaminhamentos mesmo que em forma de consultas é a dispersão temática. Não foi por outra razão que, ao falar a 90 conselheiros de LivreMercado na última semana, num encontro realizado em pleno horário comercial, chamei a atenção para o histórico do Fórum da Cidadania, aquela que foi a maior inovação comunitária que o Grande ABC já produziu mas que morreu de morte morrida exatamente porque suas lideranças se deixaram levar, entre outras inconformidades, pela multiplicidade incontrolável de pautas, sem estabelecer prioridades.
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26/11/2024 Clube dos Prefeitos perde para Câmara Regional