Na edição de fevereiro da revista LivreMercado (a de janeiro, que marca a retomada do controle editorial por este jornalista será lançada na próxima terça-feira à noite no Tênis Clube de Santo André) vou fazer balanço completo do governo Lula da Silva em relação ao Grande ABC, quando terei oportunidade de detalhar a constatação que imprimi digitalmente antes dos festejos do Ano-Novo: perdemos grande oportunidade de utilizar a força política do presidente detentor do maior nível de aprovação popular desde a redemocratização. Vou mostrar mais uma vez que nossa institucionalidade é baixíssima. Entendam institucionalidade como a soma de esforços e planejamento de organizações públicas, sociais, culturais e econômicas de um determinado endereço. O Grande ABC é o endereço em questão, com 2,6 milhões de habitantes partidos e repartidos em sete municípios que fingem manter diálogos.
Vou segurar o ímpeto de destrinchar antes disso um apanhado geral que faltou aos veículos de comunicação do Grande ABC. Mesmo que o façam — e é possível que acordem para a importância do assunto — nada obstruirá a autenticidade e a personalização do trabalho que efetivaremos. Lula da Silva, como Fernando Henrique Cardoso, esteve durante o tempo todo em nossa alça de mira crítica.
Se me perguntassem que nota daria ao governo FHC se o alvo da análise fosse exclusivamente o Grande ABC, não passaria, com muito esforço, de 1.
Se me perguntassem que nota daria ao governo Lula da Silva se o alvo da análise fosse exclusivamente o Grande ABC, não seria inferior, sem esforço algum, a 6.
Não é que a Imprensa local tenha se omitido completamente na abordagem de eventuais legados e omissões do governo Lula da Silva. A realidade é que alguns veículos até experimentaram o terreno, mas o fizeram de forma rasa, sem contextualização, sem conhecimento, sem o que chamaria de comprometimento histórico com a passagem de um ex-torneiro mecânico pelo cargo mais importante do País. Outros, em contraste, tentaram dar um brilho excessivo a determinadas questões que mal brotaram.
Repararam bem na importância desse resgate performático do governo Lula da Silva?
Entenderam a razão de me preocupar com extremo zelo e de me meter nessa empreitada?
Não teria cabimento, nem às atuais gerações, muito menos àqueles que, mais adiante neste século, procurarem informações sobre o que representou Lula da Silva para o Grande ABC no período em que esteve baseado em Brasília, a ausência de evoluções jornalísticas que contribuam ao entendimento dos fatos.
Sei que escrevendo o que estou escrevendo possivelmente alguém acordará do sono acomodatício e fastfoodiano do jornalismo de registros e mergulhará no emaranhado aparentemente insondável de Lula da Silva no Grande ABC. Nada disso me preocupa.
Muito pelo contrário: adoro disputar, no bom sentido, uma boa e enriquecedora pauta com os veículos da região. E mesmo com os da Capital cinderelesca que se enfiam por nossas entranhas geralmente sem competência para entender a cultura regional. Exceto quando o autor do trabalho é egresso deste espaço gataborralheiresco. Como é o caso, por exemplo, da matéria que o jornal Valor Econômico publicou nesta terça-feira sobre o Espaço Cerâmica, em São Caetano.
Estou decidido a escrever neste CapitalSocial ainda mais sobre o governo Lula da Silva e o entranhamento com o Grande ABC, sem, é claro, desvendar as informações que reservarei para a edição de fevereiro de LivreMercado. Não tivesse voltado à publicação, já teria destrinchado completamente o assunto. Mas essa tabelinha digital-impresso é o que de melhor se pode fazer em termos jornalísticos.
Total de 476 matérias | Página 1
26/11/2024 Clube dos Prefeitos perde para Câmara Regional