Regionalidade

Três tempos de uma revolução
que explica realidade regional

RAFAEL GUELTA - 15/07/2011

Você já parou para fazer uma reflexão sobre as imagens que o Grande ABC disseminou para fora dos seus limites territoriais ao longo da história recente? O que você acha que vem à mente das pessoas que vivem em outros cantos do Brasil (e também do mundo, por que não?) toda vez que se fala no rico polo industrial, liderado por montadoras de automóveis e petroquímicas, que floresceu no Planalto Paulista a partir da segunda metade dos anos 50 do século 20?

Topa fazer uma viagem no tempo? Então, vamos lá.

Duas condições foram decisivas para a existência desse polo: 1) a política de industrialização do País, deflagrada por Getúlio Vargas nos anos 1950 e acelerada pelo Plano de Metas de Juscelino Kubitschek; e, 2) a privilegiada localização da região, entre o Porto de Santos e a cidade de São Paulo, respectivamente o maior terminal marítimo e o principal centro de negócios da América Latina.

Tão logo a região começou a deslanchar, espalhou-se pelo Brasil que a riqueza, o emprego e a prosperidade estavam no Grande ABC. A notícia provocou uma corrida do ouro. Migrantes de todos os cantos do País, principalmente do Nordeste, vieram aos milhares para a região, atraídos pela perspectiva de ter bom emprego e renda para a família.

O fluxo migratório se deu até o início da década de 1990, quando a introdução de novas tecnologias de automação na manufatura industrial indicou que mudanças estruturais iriam se intensificar dali em diante. O emprego começou a rarear — e até os que se julgavam mais experientes e preparados foram surpreendidos pela exigência de melhorar a qualificação profissional.

Mas muito antes que isso ocorresse, as fábricas praticamente laçavam as pessoas que passavam na frente das suas portarias, tal a necessidade de mão-de-obra intensiva e barata, com baixíssima escolaridade ou especialização — justamente o que o fluxo migratório oferecia em abundância. A manufatura dos anos 1960, 1970 e parte dos 1980 valorizava a disposição para serviços pesados — as operações eram, em sua maioria, elementares, artesanais e repetitivas.


Imagem de região rica

Assim, podemos considerar que a primeira imagem que o Grande ABC difundiu para fora dos seus limites territoriais — bem no comecinho do seu desenvolvimento — foi a de uma região rica, onde o trabalhador não precisava ter formação escolar além do básico, ou ser especializado em alguma profissão, para conseguir um emprego com remuneração que proporcionava padrão de vida melhor que o de outras regiões do País.

Mas não demorou muito para que, sem planejamento ou políticas voltadas para o bem-estar e a organização social da avalanche de gente que vinha de todos os cantos — até porque ainda talvez não estivesse se dando conta do tamanho do fenômeno que ocorria — a região escancarasse um cenário de infraestrutura precária. Não havia moradias, escolas, hospitais, transporte e saneamento básico com qualidade (e até sem qualidade) para todos.

Comparar os números do crescimento da indústria automobilística nacional em apenas 20 anos — praticamente os seus primeiros 20 anos — dá a dimensão exata do que foi esse período. Em 1960, o Brasil produziu 133.078 veículos. Em 1980, ultrapassou a marca de um milhão — foram produzidos exatamente 1.165.174 unidades. E vale aqui um parêntese: nesses anos foi intensa a produção de caminhões e outros tipos de veículos comerciais, um sinal de que o País se expandia em altíssima velocidade.

A região rica e próspera, com emprego fácil para todo mundo, crescia sem qualidade de vida. Enquanto a emergente classe média se instalava em áreas mais nobres, favelas surgiam em profusão nas encostas dos morros, muitas em áreas de altíssimo risco. O esgoto das residências e o lixo químico das indústrias eram despejados sem o menor controle ou tratamento, poluindo rios, córregos e a represa Billings — manancial que abastece a Região Metropolitana de São Paulo.

Àquela altura, as autoridades municipais do Grande ABC não estavam nem um pouco preocupadas com qualidade de vida. Havia necessidade de fazer estoque de gente para abastecer um parque industrial que crescia exponencialmente. Assim, ao invés de botar ordem na casa, organizar a ocupação e melhorar a infraestrutura, as autoridades optaram pela prática oportunista — e eleitoreira — do incentivo à ocupação. Prefeitos, vereadores e deputados — não todos, mas muitos — davam o material para que os migrantes construíssem barracos.


Falta de planejamento

Ao mesmo tempo, não havia políticas públicas voltadas às empresas que se instalavam onde mais lhes conviesse. Moradores de áreas urbanas tinham de conviver lado-a-lado com indústrias químicas de alta periculosidade. Até hoje somos periodicamente surpreendidos por acidentes de grandes proporções ambientais, muitas vezes com perdas de vidas, porque essa relação permanece. As liberalidades foram tantas que também foi permitido a algumas empresas que se instalassem indevidamente em áreas de preservação natural.

Havia nisso tudo um grande paradoxo: a região, que abrigava já àquela altura o maior parque industrial do País, não tinha representatividade política à altura. Os políticos locais pensavam pequeno diante da grandeza e do potencial de futuro que tinham à frente. Os cofres municipais arrecadavam muito, mas faltava visão estratégica. E havia uma ditadura militar, instalada em 1964, para atrapalhar ainda mais.

É evidente que as Prefeituras, sozinhas — e nem mesmo as mais ricas — conseguiriam dar conta de organizar a ocupação. E foi aí que a falta de representatividade política falou mais alto. O Grande ABC não tinha força para pressionar e convencer os governos federal e estadual de que uma parcela significativa do dinheiro arrecadado com impostos na região teria de voltar na forma de investimentos, principalmente em moradias, saneamento, infraestrutura viária e transportes públicos de qualidade.

A essa altura o Brasil vivia o chamado milagre econômico, período que se fundiu aos anos mais duros da ditadura militar: o governo Medici, entre 1968 e 1973. O chamado milagre foi marcado por slogans ufanistas, como “Brasil: Ame-o ou Deixe-o”. Encantados com a Seleção tricampeã mundial de futebol, e calados pela repressão pesada do regime, os brasileiros nem se davam conta de que a riqueza se concentrava cada vez mais em poucos, enquanto a pobreza e a miséria sobravam para muitos. Um milagre fantástico, não é mesmo?

Então, a segunda imagem que o Grande ABC difundiu para fora foi a de um grande dormitório/estoque de operários, uma região ainda muito rica, mas com infraestrutura precária, poluída, cheia de favelas, muita gente miserável e, com alguma freqüência, acidentes ambientais graves. Para piorar, era uma região politicamente sem voz.


Cultura só na Capital

A baixa qualidade de vida ficava ainda mais aguda com a falta de atividades culturais e de lazer. Quem queria cultura tinha de se deslocar até São Paulo para comprar bons livros, ver shows, frequentar teatros e estréias nos cinemas. A principal rota do lazer da classe média eram as praias mais próximas, da Baixada Santista, onde se praticava turismo de fim de semana de baixo custo.

Mas um dia se quebrou o vidro do sono esplêndido dos políticos do Grande ABC. Mesmo reprimidos pelos militares — e apesar de todas as ameaças e todos os medos — os sindicalistas saíram do ponto morto e botaram para fora tudo o que a ditadura havia represado. Na segunda metade dos anos 1970 eles começaram a ranger os dentes. Em 12 de maio de 1978 botaram definitivamente para quebrar: três mil trabalhadores não ligaram as máquinas na fábrica de caminhões Scania, em São Bernardo. Foi a primeira de uma sucessão de greves e confrontos com a ditadura.

A região virou uma panela de pressão — e se tornou protagonista da derrocada dos militares, que se deu definitivamente em 1985. Surgiu finalmente a voz política do Grande ABC, uma voz que não vinha das elites, dos empresários que tocavam e economia ou dos políticos locais. Era a voz radical de quem finalmente estava podendo falar. Sindicalistas ocuparam espaços com habilidade e deram projeção nacional à região. Greves e negociações trabalhistas entraram no cardápio político da Nação e na ordem do dia do Congresso Nacional. Surgiu Luiz Inácio Lula da Silva, o líder operário carismático que deixou recentemente a presidência da República com índice recorde de aprovação.

O próprio sindicalismo gerado no Grande ABC cuidou de fundar o seu partido, o PT (Partido dos Trabalhadores), em 1980. Diadema foi a cidade brasileira que elegeu o primeiro prefeito do PT, o ferramenteiro Gilson Menezes, em 1982. São Bernardo, berço do partido, só elegeria o primeiro prefeito petista em 1988, o advogado Maurício Soares. No mesmo ano, Luiza Erundina seria eleita prefeita de São Paulo. Nenhum dos três permanece no PT. Em algum momento eles capitularam às pressões e radicalismos do próprio partido que ajudaram a fundar.

Havia expectativa de que a ascensão dos sindicalistas no cenário político nacional — e a força popular comunitária que arregimentaram — pudesse trazer para o Grande ABC pelo menos parte dos investimentos que amenizariam problemas sociais e estruturais que se agravavam. Mas os sindicalistas faziam parte de um movimento mais amplo, que envolvia a esquerda em todo o País. Questões nacionais, como o combate à ditadura e a reforma agrária, eram os pratos principais do cardápio. No Grande ABC, focavam ações em negociações trabalhistas e organizações comunitárias.

A ascensão dos sindicalistas se deu em cenário mundial de grandes transformações. Na indústria, avançavam processos de automação. Velhas profissões manufatureiras davam adeus ao jogo. Novas tecnologias, que em alguns casos até dispensavam mão-de-obra, exigiam especializações técnicas que a maioria dos trabalhadores não tinha. Numa tentativa de ganhar tempo e manter empregos, os sindicatos elevaram o tom radical nas negociações, e isso gerou grandes confrontos.


Caldo de criminalidade

Foi um período em que o Grande ABC também passou a conviver com índices alarmantes de criminalidade. Havia um caldo de cultura favorável a que isso ocorresse: miséria, desemprego, falta de escola para todos, núcleos populacionais inchados, infraestrutura precária e tráfico de drogas (numa proporção infinitamente menor ao que ocorre hoje). Durante bom tempo Diadema chegou a liderar a criminalidade regional.

Simultaneamente, o mundo entrava em uma nova era de globalização, agora com velocidade ditada por avançados processos de comunicação. A economia mundial recebeu injeção reforçada de capitalismo, só que com muito mais ênfase no mercado (leia-se: especulação financeira) do que em atividades produtivas. Isso, somado aos embates trabalhistas, caos da infraestrutura, graves problemas sociais, criminalidade elevada e guerra fiscal entre Estados e Municípios brasileiros, causou grande evasão industrial no Grande ABC. Investir em novos negócios, ou mesmo dar novo impulso aos já existentes, passou a ser mais vantajoso fora da região.

Centenas de empresas partiram, então, em busca de Estados, cidades e regiões onde pudessem se tornar mais produtivas e competitivas, com custos menores de mão-de-obra e logística. Foram seduzidas por vantagens como isenções de impostos, doações de terrenos, infraestrutura para facilitar o escoamento da produção e até mesmo cursos gratuitos para a formação e especialização intensiva de mão-de-obra. Ao mesmo tempo, aproveitaram o novo cenário para se livrar das pressões, exigências e radicalismos sindicais. À medida em que iam embora, deixavam um rastro de desemprego e agravamento do problema social no Grande ABC.

As empresas que permaneceram na região tiveram que praticamente se reconstruir para continuar produtivas e competitivas. Foi um ciclo marcado pela necessidade de atualização tecnológica, introdução de novos modelos de gestão, novos sistemas de produção e enxugamento intensivo do quadro de funcionários. Nas montadoras, as demissões deram-se aos milhares. Em 1999, a Ford demitiu quase metade dos empregados da fábrica de São Bernardo. No início da década seguinte foi a vez de a Volkswagen demitir três mil funcionários.

As demissões provocaram reações fortes, mas os sindicatos também foram obrigados a se reconstruir. O radicalismo arrefeceu. As negociações abraçaram definitivamente o diálogo e tornaram-se menos conflituosas. Àquela altura, tão importante quanto manter empregos era manter as empresas na região. Todas as montadoras ameaçaram deixar o Grande ABC. A Ford, que pensou em desistir do negócio no Brasil, depois de mal sucedida fusão com a Volkswagen na holding Autolatina, quase chegou a fazer isso de fato.


Fuga de investimentos

Nesse período o Grande ABC passou a ser visto como região de custo elevado para fazer e manter investimentos. Tinha sindicatos fortes, mão-de-obra cara, infraestrutura caótica e criminalidade alarmante. A debandada das montadoras não ocorreu, mas deixou efeitos que perduram até hoje. Nenhuma nova fábrica de veículos foi construída na região. E não existe perspectiva de que isso possa ocorrer nos próximos anos, apesar de o Brasil estar consolidado como o quarto maior mercado de automóveis do mundo, e haver projeção de a produção de veículos no País atingir a marca de cinco milhões de unidades/ano em 2015 — 1,5 milhão a mais do que em 2010.

Uma pequena parte dos empregos perdidos foi recuperada a partir de 1995 com a chegada de grandes redes de varejo e a expansão de outras atividades de comércio e, principalmente, serviços — além da consolidação de polos industriais como o de cosméticos, que ganhou força nos últimos anos. O Grande ABC assistiu à ocupação de galpões industriais desativados por redes de varejo. Mas a região nunca deixou de possuir classe média com expressivo padrão de renda e de estar entre os três ou quatro maiores mercados consumidores do Brasil.

Um fato relevante é que o Grande ABC não ficou de braços cruzados durante o período mais intenso da evasão industrial. É verdade que não atingiu os resultados esperados, mas a sociedade se mobilizou. As Prefeituras se uniram no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. Também surgiram o Fórum da Cidadania, a Câmara Regional do Grande ABC e a Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC. O Consórcio e a Agência continuam atuantes, apesar de ser discutível o foco de suas ações, e também por ainda não constituírem força à altura do que a região representa. O Fórum da Cidadania e a Câmara do Grande ABC, que poderiam ter sido expressão máxima da sociedade civil, se dissolveram porque seus membros não conseguiram compatibilizar interesses num ambiente acirrado por confrontos de egos, diferenças ideológicas e jogos políticos.

E assim chegamos aos dias atuais. A região não se recuperou e talvez não se recupere nunca das perdas com a evasão industrial. Mas o cenário já permite visão otimista de futuro — o Grande ABC está estabilizado, bem melhor que o de 10 anos atrás. O parque industrial voltou a ser produtivo e competitivo. As montadoras têm investido em novos produtos, em centros de desenvolvimento e em laboratórios de última geração. O polo petroquímico segue na mesma direção. E o mercado imobiliário, importante indicador de desenvolvimento econômico, avança com seguidos lançamentos de condomínios residenciais de alto padrão.


Menos crime, menos migrantes

Duas notícias positivas são que a criminalidade caiu bastante nos últimos anos e foi estancado o fluxo migratório. O último censo do IBGE indicou fluxo migratório negativo em Santo André, São Bernardo e Diadema. Mas é claro que problemas crônicos permanecem e precisam ser atacados. O caos habitacional é um deles — há muita gente morando em áreas de alto risco e de preservação de mananciais. As redes de ensino e saúde precisam de melhorias contínuas para atender com qualidade. A região necessita de mais pré-escolas e ambulatórios médicos para consultas e exames rápidos. Também é preciso investir muito em saneamento básico, porque os mananciais estão seriamente comprometidos.

A malha viária interna é um sério gargalo nessa fase de recuperação econômica. É verdade que ocorreram melhoras com a conclusão do trecho sul do Rodoanel Mário Covas e a Avenida Jacu-Pêssego, que deram desafogada no trânsito e mais agilidade no acesso ao Porto de Santos, Baixada Santista e Zona Leste de São Paulo — rota de passagem para o aeroporto de Guarulhos, maior terminal aéreo de cargas do Brasil, e o Rio de Janeiro. Mas é preciso mais para que as indústrias da região possam cumprir com pontualidade os prazos de produção e entrega de produtos — e para que sistemas avançados de fornecimento just-in-time funcionem efetivamente.

Com a economia brasileira em franco crescimento, e a possibilidade de o País vir a ser a quarta maior economia do mundo em 2050 — o que ninguém conseguiria imaginar 10 anos atrás — o Grande ABC é percebido hoje como uma região onde o pior já passou. Continua rica e tem pela frente novos desafios. A indústria automobilística terá crescimento expressivo nos próximos anos — e terá de enfrentar cada vez mais a concorrência chinesa, tendência que surgiu com força no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, realizado em outubro de 2010. O mercado dos carros populares passará por verdadeira revolução, e virá nova onda de produtos ainda mais baratos, voltados a milhares de brasileiros que irão emergir para a Classe C.

A indústria petroquímica regional está diante de grande oportunidade. Logo vai começar a exploração do petróleo do pré-sal e serão firmados contratos milionários para processar o óleo que promete jorrar em grandes quantidades. O Grande ABC é bastante próximo da Bacia de Santos e vizinho da Região Metropolitana da Baixada Santista, que a cada dia avança mais nos preparativos para receber essa nova riqueza. Seria muito importante que o Grande ABC fizesse o mesmo, preocupando-se desde já com a formação de profissionais e técnicos especializados em exploração e processamento de petróleo, sem contar tudo o mais que virá em cadeia, como planejamentos logísticos e rede hoteleira. É importante que além de elevar o consumo interno de derivados de petróleo, a região também participe das exportações.


Crescimento por osmose

É preciso considerar que o Grande ABC também será beneficiado direta ou indiretamente pelas obras que serão realizadas no Estado de São Paulo para abrigar a Copa do Mundo de 2014. O governo federal já anunciou que irá reformar sete portos brasileiros, entre os quais o de Santos onde, no período da Copa, deverão ficar atracados navios que irão operar como hotéis — experiência bem sucedida na Copa da Espanha. O governo de São Paulo já anunciou obras importantes na ampliação e modernização do transporte público, além da redução nos volumes de trânsito nas principais vias da Capital. Para que tudo isso funcione a favor do Grande ABC, é preciso que a região se integre mais com a Capital e a Baixada — um processo cujo pontapé inicial pode ser uma integração interna que nunca houve entre as sete cidades. Por exemplo: na unificação dos transportes públicos.

Não há dúvida de que o Grande ABC tem futuro promissor pela frente — e que certamente haverá novo ciclo de desenvolvimento econômico por osmose, impulsionado sem que se mova um dedo pelo crescimento da economia brasileira. Por isso mesmo a região não pode baixar a guarda. Muito pelo contrário, tem que jogar no ataque, avançando sempre em suas políticas internas. A Universidade Federal do Grande ABC, que hoje é uma realidade, só fará sentido quando superar a arrogância acadêmica e adequar a grade curricular (grade lembra prisão, não é mesmo?) às vocações regionais. Precisa, sim, produzir estudos e pesquisas para o parque industrial da região, em parceria com empresas, como devem ser feitas as coisas num mundo moderno.

O Grande ABC também precisa atrair cada vez mais investimentos de empresas e laboratórios de tecnologia avançada, para que se faça contraponto com a atividade manufatureira da cadeia automobilística que, por mais que se modernize e avance, com suas linhas de montagem ergométricas e automatizadas, será sempre um referencial do mundo antigo. E, por fim, que a região deixe de ver o automóvel apenas como produto que simboliza o ganha-pão dos habitantes. Que as autoridades batalhem para atrair investidores que construam e operem um parque, uma Disney dos automóveis no Grande ABC. Afinal, poucas coisas expressam tão bem a liberdade, estilo, sexo, poder e movimento além dos automóveis.

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