São Caetano obteve a melhor colocação (oitava) no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal entre os cinco municípios da Província do Grande ABC que integram o G-20, o grupo dos 20 endereços mais importantes do Estado de São Paulo, exceto a Capital. O IFDM foi criado para acompanhar a evolução socioeconômica dos 5.355 municípios brasileiros. Na sequência classificatória dentro do G-20 Santo André ocupa o 10º lugar, São Bernardo o 15º, Mauá o 17º e Diadema o 18º. São José do Rio Preto é a melhor colocada, seguida de Barueri, Ribeirão Preto, Jundiaí, Paulínia, Campinas e Santos, sétima colocada. Entre São Caetano oitava colocada e Santo André 10º está Taubaté.
Com periodicidade anual, recorte municipal e abrangência nacional, o IFDM considera três áreas de desenvolvimento – Emprego & Renda, Educação e Saúde – e utiliza-se de estatísticas oficiais divulgadas pelos Ministérios do Trabalho, Educação e Saúde. Os dados divulgados pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro referem-se a 2010. O estudo começou em 2008 ao comparar os anos de 2005 a 2000, e permite determinar com precisão se a melhora em determinado Município foi decorrente de medidas políticas ou apenas reflexo da queda de outro Município. O índice varia de 0 (mínimo) a 1 ponto (máximo) para classificar o nível de cada localidade em quatro categorias: baixo desenvolvimento municipal (de 0 a 0,4000), regular desenvolvimento municipal (0,4001 a 0,6000), moderado desenvolvimento municipal (de 0,6001 a 0,8000) e alto desenvolvimento municipal (0,8001 a 1,000).
Todos os integrantes do G-20, selecionados de acordo com o poderio econômico e que são cotejados entre si para se aferir o grau de desenvolvimento em várias áreas, obtiveram média geral superior à média brasileira do IFDM, que atingiu 0,7899 pontos em 2010, e se enquadram na categoria de alto desenvolvimento. O Brasil apresentou crescimento de 3,9% em relação a 2009, mantendo-se na faixa de classificação de desenvolvimento moderado.
Os dados refletem não só a recuperação da economia brasileira frente à crise mundial de 2008 e 2009, mas também avanços nas áreas de Emprego & Renda e Educação. Quando a comparação é com o Estado de São Paulo, cuja média do IFDM é de 0,8940, somente os nove primeiros colocados do G-20 conseguem números superiores. Ou seja: na Província do Grande ABC, apenas São Caetano supera a média paulista.
O ranking geral do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal dos integrantes do G-20:
1. São José do Rio Preto, 0,9357
2. Barueri, 0,9258
3. Ribeirão Preto, 0,9230
4. Jundiaí, 0,9171
5. Paulínia, 0,9159
6. Campinas, 0,9117
7. Santos, 0,9108
8. São Caetano, 0,9072
9. Taubaté, 0,9047
10. Santo André, 0,8911
11. Sorocaba, 0,8865
12. Guarulhos, 0,8861
13. Osasco, 0,8743
14. Piracicaba, 0,8729
15. São Bernardo, 0,8707
16. São José dos Campos, 0,8690.
17. Mauá, 0,8647
18. Diadema, 0,8543
19. Sumaré, 0,8503
20. Mogi das Cruzes, 0,8368.
O G-20 formulado por CapitalSocial é tão importante como elemento de estudos e estatística que contribuírem para parametrizar o desenvolvimento econômico e social das duas dezenas dos principais municípios paulistas que apenas três desses endereços (Mogi das Cruzes, Sumaré e Diadema) não estão na lista nacional dos 100 primeiros colocados do IFDM. E apenas Mogi das Cruzes não está na lista dos 100 maiores índices paulistas.
Disparidades de indicadores
Num confronto entre dois indicadores metabolizados por CapitalSocial, o PIB (Produto Interno Bruto), que mede a produção de riquezas de um País, e o IFDM, observam-se posicionamentos completamente diferentes. Apenas em dois casos há sincronia entre os dois medidores -- casos de Sorocaba, 11ª colocada tanto no PIB como no IFDM, e Sumaré, 19ª posicionada nos dois. Entre os 18 demais municípios do G-20, o que se tem são situações diferenciadas: um grupo de municípios em que o PIB garante melhor posicionamento do que o IFDM e um grupo de municípios em que se dá exatamente o inverso.
Guarulhos é um dos casos emblemáticos de que produção de riqueza e consolidação de conquistas sociais e econômicas contidas no IFDM não seguem a mesma trilha: o Município da Grande São Paulo é o primeiro colocado do G-20 no quesito PIB e apenas 12º colocado no IFDM. Campinas é segundo e sexto, Osasco terceiro e 13º, São Bernardo quarto e 15º, Santos sexto e sétimo, São José dos Campos sétimo e 16º, Santo André nono e 10º, Diadema 12º e 18º e Piracicaba 13º e 14º. Por outro lado, Barueri é segundo colocado no IFDM e quinto no PIB, Jundiaí quarto e oitavo, Ribeirão Preto terceiro e 10º, São Caetano oitavo e 14º, São José do Rio Preto primeiro e 16º, Paulínia quinta e 17ª e Mauá em 17º e 20º.
O que os contrastes poderiam sugerir? Poderiam sugerir que a gestão pública dos municípios mais bem colocados no ranking da Firjan em relação ao ranking do PIB possivelmente foi mais eficiente ao longo dos anos. A aferição do nível socioeconômico das áreas de Emprego & Renda, Saúde e Educação reunidos no IFDM envolvem muito mais conteúdo do dia a dia dos municípios. Onde houver o que poderia ser chamado de empate técnico entre os dois indicadores, em situações cujas diferenças classificatórias sejam pouco contrastantes, é possível entender que exista equilíbrio entre PIB e IFDM.
Especificamente aos municípios da Província do Grande ABC, o confronto entre os dois indicadores é altamente favorável a São Caetano que, 14ª colocada no PIB, está em oitavo no IFDM. Situação bem melhor que a de São Bernardo, quarta colocada no PIB e apenas 15ª nos indicadores da Firjan. Diadema também tem situação pouco confortável, porque ao 12º lugar no PIB contrapõe-se o 18º no IFDM. Mauá e Santo André apresentam diferenças menos acentuadas.
A metodologia aplicada para a produção do IFDM é altamente sustentável, porque conta com dados oficiais de três ministérios.
Indicadores fundamentados
O IFDM – Emprego & Renda acompanha o mercado formal de trabalho, com base nos dados disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O indicador trabalha com dois subgrupos de pesos iguais. O emprego formal (postos de trabalho gerados) e renda (remuneração média mensal do trabalhador formal). Em que pese o cenário econômico favorável de 2010, quando o PIB cresceu 7,6%, apenas 152 dos 5.553 municípios brasileiros obtiveram classificação de alto desenvolvimento (IFDM acima de 0,8000 pontos) nesse quesito. O resultado, segundo estudos da Firjan, reflete a presença de mercados locais de trabalho pouco formalizados. Nada menos que 50% da força de trabalho formal no País está empregada em 1% dos municípios. Os dados mostram ainda que esse quadro pouco se alterou ao longo dos últimos 10 anos. Em 2000, mais de 95% dos municípios possuíam classificação baixa ou regular de desenvolvimento nessa área. Em 2010 esse número continuou alto: 87,8%.
O IFDM-Educação foi idealizado para captar tanto a oferta como a qualidade da Educação Infantil e do Ensino Fundamental nos municípios brasileiros, de acordo com as competências constitucionais dos municípios. O estudo leva em conta que, apesar de não ser viável ou eficiente esperar que haja uma universidade em todos os municípios brasileiros, nem mesmo Ensino Médio, de competência estadual, pode-se exigir que todo Município apresente Ensino Fundamental de qualidade. Na comparação entre 2000 e 2010 houve melhora em quase todos os municípios brasileiros (mais de 98%), o que, segundo a Firjan, reforça a existência de reais e contínuos avanços na área de educação no Brasil. No IFDM-Educação 2010, 88,2% dos municípios foram classificados como de desenvolvimento moderado e alto (acima de 0,6000), percentual mais de duas vezes superior aos 39,7% observados em 2000.
O IFDM-Saúde contempla a atenção básica, considerado pela OMS o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da comunidade com o sistema nacional de saúde, pelo qual os cuidados de saúde são levados o mais proximamente possível aos lugares onde pessoas vivem e trabalham, e constituem o primeiro elemento de um continuado processo de assistência à saúde. Por isso o indicador adotou as variáveis de Atendimento Pré-Natal, Óbitos Mal definidos e Óbitos Infantis por causas evitáveis por se constituírem fatores reconhecidamente de atenção básica.
Vamos destrinchar amanhã os três indicadores. A situação da Província do Grande ABC não é das melhores, evidentemente. Os posicionamentos mais que discretos no G-20 são preocupantes, porque é para esse grupo de alternativas que se deslocam os investimentos, força-motriz do desenvolvimento sustentado.
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