Se querem saber, vão saber: me sinto de alma lavada, lavadíssima, após tantos acontecimentos pós-ocupação das ruas. Sei que sei que na Província, como escrevi ainda ontem, as mudanças demoram a ocorrer, isso quando ocorrem. Mas pelo menos estou deixando definitivamente o gueto dos malucos em que os conservadores me enfiaram na tentativa de desclassificar-me porque, ao longo dos anos, jamais me fiei no discurso oficial de que tudo está uma maravilha. Muito pelo contrário. Felizmente, a grande maioria esteve sempre comigo. Silenciosa na maior parte do tempo, mas ao meu lado.
A relação de matérias abaixo, que sugiro à leitura, é a prova do crime continuado que cometi ao insistir na proposta de que precisamos deixar o provincianismo de lado. O que apresentamos como sugestão de leitura é apenas um fragmento do quanto já produzimos. As matérias em questão estão no compartimento destinado à “Regionalidade”. Em todos os demais é possível encontrar dezenas de outros textos de semelhante característica. O inconformismo é a marca registrado desses textos.
Por que estou a desfilar nesse momento o que supostamente um ou outro diria ser esnobismo, já que não faltam detratores e omissos a procurar explicações quando alguém se apresenta com currículo para antepor-se aos oportunistas? Estou a desfilar esse mostruário de textos porque chegou a hora de dar um tapa na cara dos vagabundos juramentados que sempre me retrataram como subversivo, quando não recalcado, quando não derrotista, quando não estúpido, quando não louco.
Loucos são os outros, diria em resposta. Benditos são todos aqueles que invadiram as ruas com propósitos democráticos para ditar a agenda que os representantes da sociedade, eleitos e sacramentados, preferiram subestimar porque seus bolsos valem mais que qualquer inciativa social.
Chegou a hora da onça da realidade beber a água pura de um legado que tenho orgulho em desfilar. Agora, mais que nunca, aqueles 48 anos de jornadas e aqueles quase 20 anos que, juntamente com companheiros jornalistas, revolucionaram a maneira de fazer jornalismo regional, precisam sim ser explicitados. Se tantos poderosos da mídia nacional não escondem seus feitos, muitos dos quais de araque, por que haveríamos nós de nos esconder por eventualmente temer ser mal interpretados?
É por essas e por outras que não perco o sono e a tranquilidade após a condenação que sofri outro dia de um juiz de Santo André, contrapondo-se como se contrapôs a uma decisão integralmente inversa de um juiz de São Bernardo. De mocinho virei bandido. Como seria maravilhoso se todos os jornalistas deste País pudessem carregar essa mancha circunstancial por ter combatido um empresário e dirigente de classe comprovadamente pecador, quando não inútil.
Entendam esse texto como um desabafo contra todos aqueles que vivem na Província do Grande ABC uma vida de inutilidades, de encenações, de malandragens. Gente sem alma e sem pudor. Gente que engana o tempo todo. Gente que ocupa funções sociais, empresariais, sindicais e públicas sob condicionante extrativista. Dar a cara para bater custa caro para quem pratica jornalismo independente. Pode até ir para a cadeia se a Justiça insistir numa injustiça.
As ruas me dão mais embalo para seguir em frente nessa luta quase solitária por um jornalismo que não se opõe apenas por se opor aos prevaricadores de plantão. O que se segue, repito, é apenas uma parcela ínfima de décadas de jornalismo louco, irresponsável, recalcado e tantos outros adjetivos que tive de ouvir e de ler de meus detratores. Vocês vão ter de me engolir, vagabundos!
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