O Fórum da Cidadania do Grande ABC recomeça a temporada de atividades de olho em novos projetos. A ampliação da base de representação, que já alcança 100 organizações, é uma das maiores preocupações do coordenador Marcos Gonçalves, presidente da Avape (Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais). Entretanto, com mandato a expirar-se no mês que vem, Marcos Gonçalves pretende também reforçar o número de integrantes, as funções e a própria denominação do Conselho Consultivo, uma instância suplementar de poder da instituição.
A explicação do coordenador para essa iniciativa que ainda está em fase de sensibilização volta-se para a própria perenidade da essência programática do Fórum da Cidadania. Com mais personalidades de diversos campos no Conselho Consultivo e novas atribuições, Marcos Gonçalves acredita que a instituição não correria qualquer risco de sofrer desvios de rota. Ele especifica uma das chamadas cláusulas pétreas do Fórum -- o consenso como instrumento de decisões -- como algo que precisa ser preservado a todo custo. Embora indispensável à atuação da entidade, de vez em quando a consensualidade precisa ser defendida a ferro e fogo contra tentativas de alterações propostas geralmente por novos associados.
O coordenador do Fórum da Cidadania não tem delineado o possível novo formato do Conselho Consultivo, nem a denominação mais apropriada para as novas atribuições que os atuais e os novos integrantes teriam. Certo mesmo é que ele pretende incluir novos participantes, recrutando-os nos mais diversos campos de atividades, da indústria ao comércio, das escolas às organizações sociais. Também um grupo com os mais antigos militantes do Fórum poderá ser convidado a participar. Mas tudo isso ainda não passa de ensaios. "Se o Fórum da Cidadania é o guardião dos interesses do Grande ABC nesse conjunto de entidades que estão trabalhando em busca de transformações, acho que é erro estratégico não contar com um grupo de pessoas que tenham como princípio ser guardiões do próprio Fórum"-- afirma Marcos Gonçalves.
Consenso á vista
Marcos Gonçalves deixará a coordenação executiva do Fórum da Cidadania em março, quando vence seu mandato. O arquiteto Sílvio Tadeu Pina, um dos mais históricos ativistas da entidade, é considerado preliminarmente o candidato mais forte à sucessão. Como nas eleições anteriores é possível que o consenso também prevaleça nas eleições, sem que outra candidatura venha a ser anunciada. O sindicalista Carlos Alberto Grana, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, afastou-se ultimamente das reuniões do Fórum, por causa da carga de atividades junto aos trabalhadores. Grana chegou a ser cogitado à coordenação-geral no ano passado.
Marcos Gonçalves não deixará a coordenação geral do Fórum sem que novidades aconteçam num dos casos mais polêmicos de toda a história da instituição -- o desabafo contra a morosidade do Judiciário. O mal-estar provocado pelas críticas de Marcos Gonçalves praticamente desapareceu. Algumas reuniões preliminares já foram realizadas para a retomada do assunto levando-se em contra aspectos construtivos e não-beligerantes. Articulam-se ações que deverão culminar com a presença de juízes de Direito em reuniões do Fórum, já que os magistrados também têm muito interesse em eliminar série de dificuldades que encontram para desempenhar funções. O apaziguamento dos ânimos antes do recesso de atividades do Fórum da Cidadania, em dezembro do ano passado, deverá ser seguido agora por mútua colaboração. A representatividade do Fórum pode contribuir para minimizar o crônico ciclo de dificuldade dos magistrados, que atingem em cheio os usuários do Judiciário.
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21/01/2025 PAULINHO, PAULINHO, ESQUEÇA ESSE LIVRO!