Esportes

São Caetano busca meta de 50%
a partir do jogo em Belo Horizonte

DANIEL LIMA - 12/08/2013

O São Caetano que enfrenta o América de Minas nesta terça-feira no Estádio Independência, em Belo Horizonte, busca mais que novos três pontos para tentar embalar de vez na Série B do Campeonato Brasileiro. Depois da vitória de 2 a 1 sábado no Estádio Anacleto Campanella ante o Sport Recife, um dos primeiros colocados na competição, o São Caetano mira o índice de rendimento para sonhar com a Série A. Chegar a 50% de aproveitamento é condição essencial para que o acesso não seja apenas uma miragem e o risco de rebaixamento um exercício de pessimismo exagerado.


 


Tudo indica que o campeonato desta temporada voltará ao leito de normalidade surpreendentemente usurpado no ano passado quando, mesmo com 71 pontos ganhos (62,68% de aproveitamento), o São Caetano não chegou à Série A. O Azulão empatou em quarto lugar com o Vitória da Bahia e perdeu no primeiro critério de desempate – número de vitórias. Jamais, até então, uma equipe deixou de subir ao somar índice de rendimento tão alto. E a maioria que chegou à Série A jamais alcançou a pontuação do São Caetano.


 


Passadas 14 rodadas desta temporada, ou 37% dos jogos previstos, o Paraná é o quarto colocado com 23 pontos em 42 disputados, o que dá 54,76% de aproveitamento. Uma média dentro do histórico regular da competição. O São Caetano ganhou 16 pontos em 42, tem índice de 38% e precisa chegar ao menos a 50% nas próximas 14 rodadas para, então, nas últimas 10 rodadas, dar um salto final em direção ao acesso.


 


Essa projeção está acondicionada numa proposta que não exige milagres. Ou seja: o São Caetano precisa encarar o jogo desta terça-feira ante o América de Minas como a abertura de uma segunda fase do campeonato, de novos 14 jogos. E esse novo ciclo exige que, para chegar a 50% de aproveitamento, terá de conquistar novos 26 pontos. Se alcançar o objetivo, ao chegar à 28ª rodada da competição terá o total de 42 pontos, ou 50% de aproveitamento. Muito próximo da zona de corte ao acesso registrado ao final da 14ª rodada realizada no final de semana e, nestas condições, habilitado a dar um sprint final. Fora isso, terá dificuldades em voltar à Série A após sete anos seguidos na Série B.


 


É claro que a tabela de jogos, a tábua de classificação e as circunstâncias podem estimular outras equações, mas o exercício matemático ou aritmético transposto à memória histórica da competição sugere planejamento sobre bases factuais. Chegar a pelo menos 50% de aproveitamento nos próximos 14 jogos é fundamental para o São Caetano repetir o sucesso do ano passado --, mesmo que sem o mesmo brilho mas possivelmente com outro desfecho, agora mais favorável.


 


Vitória motivadora


 


Nesse sentido, a vitória ante o Sport por 2 a 1 sábado no Anacleto Campanella deve servir de motivação. Mesmo longe de apresentar futebol de pretenso integrante do G-4 do acesso, o São Caetano mostrou evolução em relação aos jogos pós-parada técnica exigida da Copa das Confederações.


 


Primeiro por que não jogou apenas um tempo, como nos confrontos anteriores que culminaram em derrotas de virada. Segundo porque não rifou demais a bola. Terceiro porque teve mais personalidade para, após estabelecer vantagem de dois gols, não entrar em parafuso tático e entregar a rapadura ao adversário. Quarto porque demonstrou mais equilíbrio emocional. Quinto porque as substituições no segundo tempo, quando a equipe precisava respirar e utilizar o contragolpe como arma, deram certo. Jael e Siloé recuperaram a força e a agressividade que Giancarlo e Geovane já não repetiam no segundo tempo.


 


Mas há muitos espinhos no desempenho do São Caetano e que não podem ser subestimados, sob pena de voltar a sofrer a ameaça de ingressar na zona de rebaixamento, da qual está separado apenas um ponto nessa competição que parece mais equilibrada que todas as edições anteriores.


 


Há desarranjos à frente dos zagueiros a proporcionar liberdade aos meias e volantes adversários que decidem avançar. Moradei, Pirão, Danilo Bueno e Wagner Carioca ainda não dão a estabilidade defensiva e também sofrem nas arrumações ofensivas que têm Geovane e Giancarlo como pontos terminais. Há falhas de posicionamento que permitem infiltrações dos adversários, assim como desperdício exagerado de passes e lançamentos por precipitação. Sem contar que ainda é deficiente a valorização objetiva de posse de bola, embora a irregularidade tenha sido amenizada ante o Sport.


 


Mais marcação


 


O São Caetano segue também a sofrer de instabilidade de rendimento, embora a vitória ante o Sport não tenha sido um tormento. Depois de dominar os primeiros 20 minutos, quando fez 1 a 0 com Wagner Carioca logo no primeiro ataque, o São Caetano sofreu forte assédio do adversário. E as dificuldades se acentuaram na medida em que a marcação do São Caetano se retraia demais, concentrando-se no campo de defesa e empurrando os zagueiros em direção à linha de fundo. Quando o primeiro tempo terminou , o lucro estava assegurado.


 


No segundo tempo o time de Marcelo Veiga passou a marcar mais adiantado, mesmo sem muita intensidade, e com isso tornou o jogo menos problemático e até sob controle tático. Quando o zagueiro Fred fez o segundo gol em batida de falta, tudo parecia mais tranquilo. Mas o São Caetano voltou a recuar demais, a dar liberdade de arrumação lateral e central do Sport, sofreu um gol e teve de readquirir forças para impedir novo tropeço. Aí as mudanças de Marcelo Veiga fizeram efeito.


 


A meta de acumular pelo menos 50% de aproveitamento ao final das próximas 14 rodadas está condicionada a vários pontos coletivos. Sem intensidade na marcação que os primeiros colocados exibem provavelmente sobrará frustração ao São Caetano. Deixar o time adversário organizar-se desde a defesa, saindo com os laterais e inclusive com os volantes soltos, é suicídio.


 


O São Caetano não exerce marcação permanente durante a maior parte do tempo. Chega a desprezar esses cuidados. Foi o caso da substituição de Danilo Bueno por Renato Ribeiro. O primeiro saiu porque rendia pouco tecnicamente mas se posicionava bem defensivamente. O segundo foi melhor individualmente, mas negligenciou a ocupação defensiva, comprometendo o conjunto.


 


Sair com uma vitória nesta terça-feira de Belo Horizonte ante um adversário que está a apenas um ponto da zona de classificação não é nada fácil. Mas é indispensável para quem tem de botar na cabeça do elenco que sem pelo menos 50% de aproveitamento até a 28ª rodada, a Série A será um objetivo muito difícil de alcançar. Por outro lado, se mantiver o índice acumulado dos primeiros 14 jogos, o rebaixamento é a alternativa a ser combatida.


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