Esportes

O que poderá mudar com troca de
Guedes por Pintado no São Caetano?

DANIEL LIMA - 10/10/2013

O São Caetano acaba de trocar o ex-goleiro Sérgio Guedes pelo ex-volante Pintado para comandar um time que precisa sair da zona de rebaixamento da Série B do Campeonato Brasileiro. É o terceiro treinador a dirigir a equipe. O ex-lateral Marcelo Veiga voltou ao Bragantino, mas, como Sérgio Guedes, deixou o São Caetano em situação difícil. O São Caetano está na penúltima colocação com 27 pontos ganhos em 28 jogos. Dá 32,14% de aproveitamento. Desse índice, Sérgio Guedes colaborou com 30,55%, contra 35,55% de Marcelo Veiga, que dirigiu a equipe em 15 jogos e ganhou 16 pontos. O outro jogo foi dirigido por um interino.



 


O que vai mudar no São Caetano? Provavelmente será um time mais pragmático, que vai valorizar mais eventuais resultados positivos durante os jogos de modo a que sejam resultados definitivos. Sérgio Guedes cultiva a técnica, o espetáculo. Pintado prefere o combate forte, a marcação mais cerrada, a bola para o mato que o jogo é de campeonato.



 


O São Caetano trocou um técnico de qualidade mas com dificuldades para superar uma fase de estresse emocional provocada pela persistente permanência na zona de rebaixamento por um técnico que reproduz os tempos em que esbanjava dedicação à frente dos zagueiros do São Paulo e de tantos outros times em que atuou.



 


É muito provável que Pintado não precise ser lembrado que os 10 jogos que restam para o São Caetano encerrar participação na Série B nesta temporada serão 10 batalhas. Com Sérgio Guedes a tendência era de que não passariam de 10 jogos importantes.



 


Saída está no meio



 


O que o São Caetano procura com Pintado é o meio termo que faltou aos dois treinadores que o antecederam. Com Marcelo Veiga o São Caetano foi econômico demais nos gols marcados e satisfatório nos gols sofridos. Era uma equipe sem complementaridade. Marcou a média de 1,125 gol por partida e sofreu 1,000. Com Sérgio Guedes e depois de 12 jogos, a média de gols marcados foi de 1,58 por jogo, mas o sistema defensivo desandou: 2,0 gols por jogo. Se os dois treinadores contrastaram efetividades e ineficiências de gols, o conjunto da obra foi semelhante: o São Caetano não vence fora de casa e encontra enormes dificuldades para vencer no Anacleto Campanella.



 


A possibilidade de Pintado retomar os números mais que razoáveis de produção defensiva de Marcelo Veiga, combinando-os com o rendimento ofensivo de Sérgio Guedes não pode ser descartada. O time que Pintado recebe de herança é mais forte que o time deixado por Marcelo Veiga. As contratações dos atacantes Anderson Pimenta e Bruno Veiga acrescentaram velocidade, habilidade e letalidade a um sistema ofensivo que dependia praticamente das investidas do centroavante Jael. Com os dois atacantes pelas extremidades, deslocando-se em diagonal, as defesas adversárias costumam deixar mais espaços a Jael. Não é a toa que a média de gols aumentou nos últimos jogos.



 


Como se acredita que Pintado arrumará imediatamente o sistema defensivo, porque essa é sua especialidade, o São Caetano não enxergará a reta de chegada da Série B como um fantasma rumo ao rebaixamento. Por enquanto há apenas seis equipes a fugir mais diretamente das quatro baixas à Série C. As próximas rodadas podem estreitar a margem de ameaçados ou quem sabe aumentar.



 


A contratação de Sérgio Guedes seria a bala de prata para o São Caetano chegar à Série A da próxima temporada, mas acabou se convertendo em imprevisível transtorno. Pintado chega para interromper um processo de aniquilamento da equipe na tábua de classificação. O jogo deste sábado ante o Figueirense, no Estádio Anacleto Campanella, deverá colocar em campo um São Caetano mais devorador de espaços defensivos e mais veloz nos arranjos ofensivos. Pintado reproduz aos comandados a simplicidade de antigo volante que não se importava muito em como tomar a bola e fazer um passe, desde que a bola e o passe lhe pertencessem.



 


O São Caetano fez uma troca de técnicos porque parece ter descoberto que jogar e competir, para quem está na zona de rebaixamento, são movimentos coletivos completamente diferentes.



 


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São Caetano não aprende que jogar é uma coisa e competir é bem diferente


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