O São Caetano que procura fugir do rebaixamento na Série B do Campeonato Brasileiro vai disputar 18 pontos na próxima rodada que começa sexta-feira com três jogos, prossegue no sábado com seis e só termina na terça-feira que vem com um. Seis dos 10 jogos programados estão diretamente relacionados ao destino do time de Pintado. Os pontos mais difíceis de ganhar serão justamente os três que o São Caetano disputará no Pacaembu com um Palmeiras que pretende fazer a festa do retorno à Série A. Sem os três pontos contra o líder do campeonato, a contabilidade circunstancial não tem razão de ser. Se empatar, pode até somar pontos práticos. Se vencer, então, poderá repetir a dose da última rodada, quando ganhou 15 pontos em disputa.
A probabilidade de somar pontos na próxima rodada é muito baixa. O São Caetano faz uma campanha sofrível fora de casa. Venceu apenas um dos 15 jogos que disputou, contra o Oeste, em Itápolis. Além disso, o Palmeiras é uma coleção de sucesso. Ganhou 68 pontos em 93 disputados, o que lhe confere o direito de sonhar com a melhor campanha desde que a Série B é realizada em pontos corridos. Para isso precisar somar os mesmos 85 pontos do Corinthians, em 2008, porque venceria no critério de vitórias. O ataque do Palmeiras marcou 60 gols contra 39 do São Caetano e a defesa sofreu 24, ante 49 do visitante. São diferenças demais.
Se os três pontos em confronto direto com o Palmeiras são uma meta quase inatingível pelo retrospecto no campeonato, restaria ao São Caetano torcer para que perca o mínimo de pontos nos confrontos que opõem concorrentes à fuga do rebaixamento. Ou seja: se realmente for derrotado pelo Palmeiras, restará ao São Caetano ficar na torcida para que Atlético Goianiense (em casa contra o Chapecoense), ASA (em Recife contra o Sport), América de Natal (em casa contra o Ceará) e o Paysandu (em Belo Horizonte, terça-feira, ante o América local) sejam derrotados. Sem contar que um empate entre Oeste e ABC de Natal, em Itápolis, poderá segurar as duas equipes na parte de baixo da tabela mais comprometida com a sobrevivência na Série B.
Resultados compensatórios
Se enfrentar o Palmeiras pronto para festejar a Série A é uma dura ameaça da tabela, os demais jogos aos quais o São Caetano volta os olhos são animadores como compensação a eventual tropeço. Todas as equipes ameaçadas enfrentarão concorrentes a três das quatro vagas que darão direito à disputa da Série A no ano que vem. Só o Palmeiras está garantido na elite do futebol brasileiro. Chapecoense (58 pontos e um jogo a menos), Sport (50), Avaí (50 e um jogo a menos), Paraná (49 e um jogo a menos), América de Minas (48), Ceará (47), Joinville (46) e Figueirense (45 e um jogo a menos) correm atrás de uma vaga. O Chapecoense está praticamente classificado (99,6% segundo o site Chance de Gol, que mede as probabilidades de acesso e rebaixamento) mas, mesmo assim, ainda restariam duas vagas.
Com rigor, dos 20 participantes da Série B apenas três equipes não teriam possibilidades de acesso nem correriam risco de rebaixamento ao faltarem sete rodadas para o encerramento da competição. Boa Esporte (43 pontos), Bragantino (39) e Guaratinguetá (39) estão no meio do caminho. A se confirmar nas próximas rodadas a possibilidade de estarem definitivamente desgarrados do bloco da frente e do bloco de retardatários, quem enfrentá-los nas rodadas finais possivelmente não terá tantas dificuldades. Mesmo se reconhecendo que possivelmente não faltarão agentes da chamada mala branca, que consiste em premiar uma equipe sem ambições na competição em caso de vitória contra um concorrente ao acesso ou ao descenso.
Milagre persiste
O São Caetano só não pode perder a perspectiva de que escapar do rebaixamento será uma tarefa milagrosa. E que transforme esse desafio em motivação especial. É preciso ganhar 15 dos 21 pontos em disputa, caso se confirme a tendência de que com 45 pontos se rompe a ameaça de queda. Alcançar 71,43% de aproveitamento em sete jogos quando, em 31 anteriores, não se ultrapassou a 32,26%, seria uma façanha e tanto. Mas está exatamente no curto prazo dos jogos a fazer a vantagem sobre o longo prazo dos jogos já realizados.
A vitória de 2 a 1 ante o Icasa sábado à noite no Estádio Anacleto Campanella mostrou um São Caetano que, visto por um desavisado que estivesse alheio à competição, jamais seria correlacionado ao rebaixamento. Três dos sete jogos que restam ao São Caetano serão no Anacleto Campanella (América de Minas, Joinville e América de Natal), e outros quatro fora (Palmeiras, Sport, Boa e ASA, na última rodada). Tudo indica que medirá forças com cinco equipes em busca do acesso e duas (América de Natal e ASA) dispostas a fugir da queda. Talvez o ASA jogue já rebaixado na última rodada. Mas provavelmente lubrificado pela mala branca, caso o São Caetano esteja na luta para se manter na Série B.
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