Esportes

Sorte do São Caetano depende
de levar decisão à última rodada

DANIEL LIMA - 18/11/2013

O São Caetano venceu o Joinville sábado à noite no Estádio Anacleto Campanella por 3 a 2 de virada mas segue pendurado num milagre para escapar do rebaixamento à Série C do Campeonato Brasileiro. Faltam apenas duas rodadas e não existe outra saída senão vencer e rezar. Não necessariamente nessa ordem. Apenas seis das 20 equipes que disputam a competição não acenam com mudança de rumo nas últimas rodadas. Já subiram (casos de Palmeiras e Chapecoense) nem sobem nem descem (Joinville, Avaí, Paraná e Boa) ou já caiu (ASA de Arapiraca). A sorte do São Caetano está lançada: se escapar da degola na penúltima rodada que começa nesta sexta-feira, poderá sonhar com a sobrevivência na rodada final.


 


A ordem de jogos e de horários determinada pela CBF pode levar o São Caetano a entrar em campo sábado à noite ante o América de Natal no Anacleto Campanella já rebaixado à Série C. Basta que o Paysandu (39 pontos) vença em Belém do Pará o Bragantino (43 pontos). E se escapar dessa cilada, também dependerá do resultado do jogo entre Guaratinguetá (41 pontos) e Paraná, no Vale do Paraíba.


 


Queda iminente


 


O resumo da ópera-bufa em que se meteu o São Caetano um ano depois de só não ter subido à Série A por conta de critério de desempates (fez 71 pontos mas somou uma vitória a menos que o quarto colocado) é que nem Paysandu nem Guaratinguetá poderão chegar a 42 pontos. O Guaratinguetá só precisa de um empate em casa ante uma equipe (Paraná) sem pretensões na competição, para atingir essa marca. Já o Paysandu precisa vencer em casa um visitante (Bragantino) que entrou na lista de rebaixáveis, embora lateralmente.


 


O site Chance de Gol, que mede o tamanho do buraco que ameaça as equipes ao rebaixamento (e também o tamanho da tribuna reservada aos vitoriosos que ascenderão à Série A), mantém o São Caetano com um pé na cova na Série C, com 99,5% de probabilidades de queda. Com 35 pontos e nove vitórias, o São Caetano só supera o ASA (32 pontos e 10 vitórias) na competição. Atlético Goianiense (38 pontos e 10 vitórias), Paysandu (39 e 10 vitórias), Guaratinguetá (41 pontos e 11 vitórias), ABC (42 pontos e 12 vitórias), Bragantino (43 pontos e 12 vitórias), Oeste (45 pontos e 11 vitórias) e América de Natal (45 pontos e 11 vitórias) estão matematicamente ameaçados. Pelo Chance de Gol, o Atlético Goianiense é o segundo mais ameaçado de rebaixamento (80,3%), o Paysandu o terceiro (81,1%) e o Guaratinguetá o quarto (29,6%). Os demais têm números residuais.


 


A penúltima rodada começa sexta-feira com Figueirense x ASA, Oeste x Atlético Goianiense e Joinville x América de Minas e termina no sábado com Icasa x Chapecoense, Palmeiras x Ceará, Paysandu x Bragantino, Boa x Sport, ABC x Avaí, São Caetano x América de Natal e Guaratinguetá x Paraná. Não há um jogo sequer que não tenha o enfrentamento de pelo menos uma equipe com algum tipo de preocupação maior no campeonato. Ou seja: não há em princípio nenhum jogo programado que não desperte interesse pelos pontos em disputa. As sete equipes que já tiveram a sorte definida vão enfrentar quem sonha com o acesso ou procura fugir do descenso. Exceto se, como há dois dias e três horários distintos reservados aos jogos, os primeiros resultados influenciarem os seguintes.


 


Jogando no ataque


 


O São Caetano que venceu o Joinville por 3 a 2 no Anacleto Campanella foi um time completamente ofensivo. Por isso marcou pela quarta vez no campeonato três ou mais gols numa mesma partida – as outras foram 4 a 2 contra o Atlético Goianiense, 3 a 0 sobre o ASA e 3 a 1 ante o Paysandu, todos no Anacleto Campanella. O resultado tem sabor especial porque foi de virada. Mesmo com falhas coletivas, o São Caetano soube superar um adversário que também jogava tudo na competição. O empate não servia a ninguém. O Joinville perdeu e agora está fora da luta pelo acesso. Anselmo, segundo volante que evolui a cada jogo porque readquire o ritmo de jogo perdido ao se transferir para o futebol italiano, Anderson Pimenta, um atacante rápido e atrevido que quebra todo o sistema de marcação do adversário, e o centroavante Giancarlo, também em recuperação técnica, foram os destaques de um São Caetano que não se incomodou em dar espaços ao adversário. Arriscou tudo e deu certo.


 


O jogo com o Joinville mostrou, mais uma vez, que deixar no banco de reservas um atacante como Anderson Pimenta é desprezar o futebol como jogo em que a arte não pode perder espaço para o automatismo. O atacante que veio do Sampaio Correia sabe como desconcertar uma linha de defesa. Ele chama a marcação, até abusa de dribles, mas quebra a rotina de jogadas previsíveis. Pimenta participou diretamente de dois dos gols, o primeiro chamando a marcação de três adversários à direita do ataque e desbloqueando o meio da área, onde Danilo Bueno penetrou e sofreu pênalti do goleiro; e o segundo ao receber nas costas do lateral e cruzar para Gian Carlo dar a vitória ao São Caetano.


 


Mas o melhor em campo mesmo foi Anselmo: ele não só ajudou na marcação à frente da zaga como apoiou intensamente. O gol de empate de 1 a 1 foi um ritual da eficiência: dominou no meio de campo, partiu em velocidade, passou por vários adversários, tocou para Gian Carlo que devolveu à frente do zagueiro e finalizou com perfeição.


 


Resta saber se, encerrada a rodada deste novo final de semana o São Caetano vai continuar respirando. Se continuar, o milagre poderá se materializar na rodada final, quando enfrenta o ASA rebaixado, em Arapiraca.


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