Esportes

São Caetano revive experiência
de rebaixamento após sete anos

DANIEL LIMA - 25/11/2013

Sete anos e três dias após ser rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro o São Caetano caiu mais uma vez e agora vai disputar a Série C na temporada 2014. Os resultados da penúltima rodada não combinaram com o esticamento matemático de uma queda anunciada. O mesmo time que no ano passado ficou a um empate da Série A foi surpreendido nesta temporada com sequência de maus resultados que os três treinadores contratados não estancaram.  Exatamente o contrário de 2012, quando três trocas de técnicos foram benéficas, porque o sucessor aumentou o índice de aproveitamento do antecessor.


 


Namoradinha do Brasil nos anos 2000, período no qual conquistou duas vezes o título de vice-campeão brasileiro e também de vice-campeão da Taça Libertadores da América, além de um título e um vice do Campeonato Paulista, o São Caetano foi rebaixado à Série B no Campeonato Brasileiro em 26 de novembro de 2006 ao perder em casa para o Paraná por 2 a 0. Faltava apenas uma rodada para o encerramento do campeonato. Na Série B, disputou até agora 265 jogos. Marcou 367 gols (1,38 por jogo) e sofreu 331 (1,25 por jogo). Foram 96 vitórias, 80 empates e 89 derrotas.


 


Se o rebaixamento fosse decretado por sistema mais abrangente, que, como no futebol argentino, levasse em conta o histórico de edições anteriores, o São Caetano teria se salvado. Ao longo de sete anos na Série B ganhou a média de 46,29% dos pontos em disputa – mesmo com a desastrada atuação nesta temporada, quando, até agora, soma apenas nove vitórias, nove empates e 19 derrotas.


 


A melhor campanha do São Caetano na competição foi disparadamente a do ano passado, com 71 pontos em 114 disputados. O índice de aproveitamento (62,28%) supera 90% das equipes que chegaram entre as quatro primeiras desde que a competição passou a ser disputada em turno e returno. Até o Atlético Mineiro, campeão da Série B em 2005, não fez campanha superior à do São Caetano em 2012: foram 71 pontos também em 38 jogos.


 


Dos 32 acessos registrados desde 2005, apenas Corinthians (85 pontos em 2008), Vasco da Gama (76 pontos em 2009), Portuguesa (81 pontos em 2011), Goiás (78 pontos em 2012) e Criciúma (73 pontos em 2012) somaram mais pontos que o São Caetano no ano passado --além do Palmeiras neste ano. Atlético Paranaense e Vitória totalizaram os mesmos 71 pontos do São Caetano no ano passado, mas contabilizaram 21 vitórias, ante 20 do time da região.


 


Derrota improvável


 


De todos os resultados possíveis para que o São Caetano entrasse ainda com possibilidades de sustentar-se na Série B na última rodada, o mais improvável ocorreu em Itápolis: o Oeste perdeu para o Atlético Goianiense por 4 a 2. Sem qualquer risco de rebaixamento, o time do Interior Paulista foi derrotado de forma e contexto semelhantes aos da última rodada da Série B do Campeonato Estadual deste ano, em casa e para um São Bernardo ameaçado de queda. 


 


A inesperada vitória do Atlético Goianiense imobilizou o São Caetano no jogo disputado duas horas depois no Estádio Anacleto Campanella ante o América de Natal. Já rebaixado, o time de Pintado empatou de 2 a 2 após estar perdendo por 2 a 0. É claro que se contasse com margem matemática para fugir do rebaixamento na última rodada contra o ASA, em Arapiraca, o ritmo do jogo seria outro. E provavelmente o placar também, porque o América de Natal não tinha nada a perder. Possivelmente nem mesmo o incentivo de alguma mala branca – quando um terceiro interessado no resultado promete engordar a premiação – poderia ser articulado.


 


A vitória do Atlético em Itápolis eliminou a esperança do São Caetano porque, com 41 pontos, o time de Goiânia joga em casa na última rodada com o Guaratinguetá, igualmente com 41. Qualquer que seja o resultado, um dos dois chegará ao mínimo de 42 pontos e escapará da queda. Apenas uma das duas equipes disputará a Série C do ano que vem, juntando-se ao ASA, São Caetano e muito provavelmente ao Paysandu.


 


Guaratinguetá e Paysandu perderam em casa e, até que o Atlético Goianiense virasse o jogo em Itápolis, mantiveram o São Caetano na luta contra o rebaixamento. O Guaratinguetá foi derrotado pelo Paraná por 4 a 3 e o Paysandu pelo Bragantino por 1 a 0.


 


São Caetano (36 pontos) e ASA (32) estão rebaixados e deverão ter a companhia do Paysandu (39) e do Guaratinguetá. Com 45 pontos, o Oeste abre a lista de equipes completamente fora de perigo. O Atlético depende das próprias forças para seguir na Série B. Basta vencer o Guaratinguetá. Se empatar, quem escapa é o Guaratinguetá, pelo saldo de gols. O Paysandu só continuará na Série B se vencer o Sport e Recife de goleada e se contar com empate entre Atlético Goianiense e Guaratinguetá. O time de Belém do Pará dependerá do saldo de gols, já que empataria com Guaratinguetá e Atlético Goianiense e Guaratinguetá em pontos ganhos (42) e número de vitórias (11). Nesse caso, o Paysandu tem saldo negativo de 16 gols, ante 11 gols negativos do Atlético e 10 do Guaratinguetá. Não existe saída senão vencer o Sport por cinco gols de diferença. É pouco provável que o time de Pernambuco, que se juntou ao Palmeiras e ao Chapecoense como novo integrante da Série A, seja surpreendido.


 


Três pela Série A


 


Como na luta para fugir do rebaixamento, três equipes também correm atrás da esperança de chegar à Série A: Figueirense, Icasa e Ceará, todos com 62 pontos. O Ceará está em desvantagem porque tem duas vitórias a menos (16 contra 18). Mas carrega o benefício de que jogará em casa ante o Joinville, enquanto os concorrentes vão atuar como visitantes: o Figueirense diante do Bragantino sempre indigesto e o Icasa ante o Paraná.


 


Quem conhece os meandros do futebol sabe que não será o fato de Bragantino e Paraná não correrem o risco de rebaixamento e tampouco de chegar entre os quatro primeiros que vai torná-los apáticos na última rodada. A mala branca vai estar nos três locais, incentivando os adversários dos times que concorrem à última vaga. Quem viu o Paraná vencer o Guaratinguetá no Vale do Paraíba sábado passado sabe que aquela dedicação e aquelas comemorações a cada gol marcado não foram convencionais. E o Bragantino lutou muito ante o Paysandu porque estava com a corda da ameaça de rebaixamento no pescoço.


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