Esportes

Uma rodada que pode definir as
pretensões da região na Série B

DANIEL LIMA - 13/02/2014

O Santo André joga em Capivari diante do líder Capivariano e o São Caetano em Campinas ante o terceiro colocado Red Bull. Eis o cardápio deste sábado da Série B do Campeonato Paulista que mais interessa à região. Às duas equipes locais, que somam individualmente nove pontos e estão a quatro do líder Capivariano, não resta saída senão pelo menos empatar no Interior. O São Caetano ganhou na noite de quarta-feira por 1 a 0 do Mirassol, no Estádio Anacleto Campanella, gol marcado aos 48 minutos do segundo tempo, e o Santo André voltou com empate de um a um de Barueri.


 


A Série B atinge neste final de semana a sétima rodada da fase única, em que as 20 equipes jogam entre si. Isso quer dizer que um terço da competição já foi consumado. A margem de 35 pontos para garantir um lugar na Série A do ano que vem está mantida. A permanecer essa projeção, São Caetano e Santo André precisarão de novos 26 pontos.


 


O São Caetano disputará 18 em casa. Como o Santo André. A diferença é que as dificuldades do São Caetano parecem maiores. Oitavo colocado na classificação geral, o São Caetano enfrentará fora de casa cinco dos seis jogos que envolvem os 10 primeiros colocados atuais, casos de Capivariano, São Bernardo, Red Bull, Monte Azul e Ferroviária. Apenas o Santo André, nono colocado, será no Estádio Anacleto Campanella. Os demais (Velo Clube, Batatais e Mirassol) já estiveram em São Caetano.  Já o Santo André enfrentará em casa dois dos seis jogos que o colocam em confronto com os atuais 10 primeiros colocados -- São Bento e Mirassol, e sai contra Capivariano, Batatais, Monte Azul e São Caetano. Os demais já foram realizados, casos de Red Bull, Velo e Ferroviária.


 


Projeções táticas


 


A ordem dos jogos, os locais e as circunstâncias classificatórias são bases a análises à projeção tática das equipes.  O diagnóstico preliminar do São Caetano é indigesto porque se a tabela favorece a equipe em jogos em casa, a necessidade de somar pontos contra adversários fortes não é uma boa notícia. Menos mal que também jogará fora de casa, além das cinco partidas com equipes que hoje estão entre as 10 primeiras, contra Grêmio Barueri (14º colocado) e São José (lanterninha). Esses seis pontos podem ser decisivos à contabilidade final.


 


O Santo André tem mais jogos fora de casa contra equipes que estão fora do G-10 até agora, mas Rio Branco de Americana e Guarani não são exatamente adversários fáceis. Apenas o Grêmio Osasco, penúltimo colocado, poderá enquadrar-se na categoria de jogos relativamente favoráveis à pontuação máxima em campo contrário.  O Itapirense (15º colocado) também pode ser cadastrado nessa categoria, a julgar pelas seis primeiras rodadas.


 


Vitória da cautela


 


O São Caetano que venceu o Mirassol por 1 a 0 nos descontos, numa falta magistralmente batida por Danilo Bueno, pode ser o São Caetano apropriado aos jogos fora de casa, quando somar pontos é o que interessa. Ganhar os três pontos foi um teste de paciência. O Mirassol jogou o tempo todo na marcação, sem dar espaço e procurando contragolpes. Mesmo ante a necessidade de vencer, o São Caetano não fez substituições que oferecessem espaços pretendidos pelo técnico Luiz Carlos Martins.


 


O jogo mostrou mais uma vez o São Caetano em evolução tática e técnica, mas ainda precisa de reparos para não passar por tantas dificuldades para ganhar três pontos em casa. Um time de viés mais destrutivo, com três meio-campistas mais marcadores (Rodrigo Thyssen, Esley e Leandro Carvalho) e apenas Kleber na armação, exige laterais que se soltem o tempo todo. O Mirassol marcou duramente a saída de bola pelas extremidades, isolou Kleber do restante da equipe com marcação individualizada em revezamento e não abdicou do gol, exigindo do São Caetano quase que uma réplica tática. As duas equipes jogaram no sistema 4-3-1-2 o tempo todo.


 


Mudanças sem risco


 


Mesmo as mudanças de Nedo Xavier não alteraram profundamente o jeito de o São Caetano jogar. Rodrigo Thyssen cedeu lugar a um Wagner Carioca mais finalizador de fora da área e provocou o recuo de Esley à função de volante. Danielzinho deu mais velocidade mas centralizou demais a movimentação ao substituir o já cansado Marcelo Soares. E Danilo Bueno só entrou aos 40 minutos do segundo tempo porque Kleber estava esgotado. Foi a salvação porque a cobrança de falta na entrada da área pela direita se confirmou a melhor alternativa para superar um time monolítico no sistema de marcação.


 


Agora o desafio do São Caetano é obter melhores resultados fora de casa. As derrotas ante o Itapirense e o Guarani mostraram o caminho da salvação, com o adensamento do meio de campo adotado no Estádio Anacleto Campanella e a escalação de um zagueiro de oficio, Eli Sabiá, em substituição ao improvisado Fabinho, volante de origem.


 


Tudo indica que a construção ofensiva poderá sofrer menos transtornos porque, fora de casa, normalmente os adversários deixam mais espaços a contragolpes. Resta saber se Nedo Xavier manterá dois atacantes de baixa mobilidade mas fortes o suficiente para encararem os zagueiros ou se Danielzinho ganhará prioridade como alternativa de velocidade. Se os laterais Samuel Santos e Rafinha tiverem liberdade para apoiar, já que contariam com o respaldo de dois volantes de ofício e um terceiro também adaptado à função, caso de Esley, provavelmente Marcelo Soares e Cássio seguiriam titulares no ataque, sempre se revezando como centroavantes e meias-atacantes em deslocamentos às extremas. 


 


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