Esportes

Futebol da região segue com baixo
rendimento após décima rodada

DANIEL LIMA - 27/02/2014

A rodada do meio de semana não alterou significativamente a situação do futebol da região na Série B do Campeonato Paulista. O Santo André empatou em casa de 1 a 1 com o União Barbarense e ficou um pouco mais distante da quarta colocação, última escala para quem quer subir. Já o São Caetano perdeu pela quarta vez seguida de 2 a 1, agora para o líder Capivariano, no Interior, e com isso ingressou na zona de rebaixamento, da qual estava no limite da salvação.


 


O sábado de Carnaval poderá afastar de vez o Santo André do entorno de classificação e o São Caetano meter-se mais buraco adentro nas últimas colocações. Mas também pode fornecer novas expectativas que insistem em adiamentos inquietantes. O São Caetano joga às 18h30 deste sábado de Carnaval com o Grêmio, em Barueri, e o Santo André enfrenta o Monte Azul, no Interior, 15h.


 


Juntos, Santo André e São Caetano ganharam apenas 24 dos 60 pontos disputados nas 10 rodadas já realizadas. São 40% de aproveitamento. Muito abaixo dos 60% do quarto colocado Marília, que ganhou 18 pontos em 30. O Santo André está evitando que o saldo seja pior, porque ganhou 50% dos pontos, enquanto o São Caetano não passou de 30%. O quarto lugar do Marília com 60% de aproveitamento significa que a margem para chegar à Série A do Paulista aumentou para 34 pontos. Isso quer dizer que o Santo André precisa ganhar 19 dos 27 pontos que ainda tem a disputar (70,37%).  Já a situação do São Caetano é tormentosa: precisaria de 25 dos 27 pontos, ou 92%. O melhor mesmo é fazer cálculos para não cair. O ideal é chegar a 23 pontos, atingindo 40% de aproveitamento. Ou seja: nos nove jogos que restam, é preciso ganhar 51,85% dos pontos.


 


Visitantes sem vitória


 


Nenhum time que jogou fora de casa venceu na rodada do meio de semana. No máximo, empataram. Mas cinco mandantes – o que tem sido a média da competição – fizeram o dever de casa: o Monte Azul venceu o Velo por 2 a 1, o Mirassol enfiou 3 a 0 no Grêmio Osasco, o Marilia 2 a 0 no Grêmio Barueri e o Catanduvense 1 a 0 no Batatais, além da vitória do Capivariano sobre o São Caetano. O resultado mais surpreendente da rodada foi o empate de 1 a 1 do Guarani em Campinas ante o Itapirense. Já o Red Bull de Campinas segue como único invicto, depois de empatar de 1 a 1 em Guaratinguetá. São Bento e Ferroviária empataram de zero a zero em Sorocaba e o São José, lanterninha da competição, também ficou no zero a zero diante do Rio Branco de Americana.


 


Capivariano (23 pontos), São Bento e Red Bull (22) chegaram à décima rodada com certa folga nos três primeiros lugares. A quarta vaga à Série A do Paulista do ano que vem é ocupada pelo Marília, com 18 pontos. Há uma imensidão de pretendentes a tomá-la: Mirassol, Monte Azul e Guarani têm 16 pontos, enquanto Batatais e Santo André têm 12. Parece pouco provável que os demais cheguem ao G-4: Ferroviária, Rio Branco e União Barbarense têm 15 pontos, Catanduvense, Velo, Guaratinguetá e Itapirense têm 11. O grupo dos rebaixáveis conta com São Caetano (nove pontos), Grêmio Barueri (sete), Grêmio Osasco e São José (seis).


 


Os problemas em Capivari


 


O São Caetano derrotado em Capivari comeu o pão que o diabo amassou com a confusa arbitragem de Thiago de Oliveira Rosa. Um erro crasso do árbitro, que assinalou pênalti inexistente aos 35 minutos do primeiro tempo, transformado em gol, mudou a perspectiva do jogo. O São Caetano vencia por 1 a 0 e passava a ter o controle tático porque devagar o Capivariano começava a se soltar e a oferecer o que o estreante técnico do adversário, Paulo Cesar Catanoce, tanto esperava: os contragolpes. Tanto que, antes que o pênalti fosse assinalado, o São Caetano teve duas oportunidades para ampliar o placar.


 


Quando o primeiro tempo terminou não havia dúvida de que o São Caetano poderia sair com um bom resultado do Interior, mesmo sem o volante Anselmo, contundido numa jogada duríssima de um adversário, substituído por Rodrigo Thyssen, mais defensivo. Mas uma substituição do treinador do Capivariano mudou a situação: o lateral-direito Jonathan foi trocado pelo atacante Wigor. Com isso, o Capivariano passou a ocupar as extremidades do campo com dois atacantes e o centroavante Silas centralizado.


 


A mudança do sistema básico de 4-4-2 para 3-4-3 confundiu a marcação do São Caetano, que atuava com três zagueiros, cinco meio-campistas e os atacantes Cássio e Marcelo Soares. Sem a sobra na defesa, e com o arrefecimento na marcação ante um adversário cada vez mais intenso na transposição do meio de campo com aproximações em vez de bolas longas, as dificuldades aumentaram.  Aos 20 minutos o goleiro Luiz rebateu mal um chute violentíssimo da entrada da área e o Capivariano desempatou.


 


O jogo em Capivari deixou algumas lições e recomendações a quem quer disputar a Série B com mais possibilidades de sucesso. O Capivariano é forte fisicamente, não tem pudor defensivo, com zagueiros que chutam para qualquer lado, mas a volúpia ofensiva é admirável, mesmo após um primeiro tempo em que o adversário parecia garantir que o resultado finalmente lhe seria favorável.


 


O apoio da torcida é fundamental para quem tem limitações como o Capivariano, porque pode se transforma em acovardamento da arbitragem. O que o homem enviado pela Federação Paulista de Futebol fez em Capivari distorce a equidade de tratamento que se espera de quem conduz um espetáculo. A penalidade máxima que alterou o ambiente da disputa é um desses casos escandalosos que se repetem em jogos sem cobertura televisiva, inibidora de deslizes. A Série B do Paulista é quase sempre disputa longe de olhos eletrônicos.


 


O Capivariano mostrou que, mesmo nos piores momentos do jogo, no primeiro tempo, não é um time qualquer. O foco em busca do resultado impressiona pela dedicação até exacerbada dos jogadores. No segundo tempo, mais solto e mais inteligente taticamente, provou que não está na ponta do campeonato por acaso. É menos clássico que o Red Bull, mas tem impressionante determinação à verticalização, ao aprofundamento, das jogadas pelas laterais e pelo centro.


 


O São Caetano deixou Capivari justamente contrariado com a arbitragem, com dois jogadores a menos (Eli Sabiá e Paulinho foram expulsos no final, em lances separados por alguns minutos) e também com mais luzes vermelhas no horizonte. A luta contra o rebaixamento está cada vez mais consolidada e o melhor antídoto é mesmo começar a ganhar. Preferencialmente num sábado de Carnaval. Pena que não poderá contar com o jovem e expulso Paulinho, o surpreendente melhor jogador em Capivari. Produto da base, Paulinho substituiu o veterano e eficiente Esley com maturidade e empenho. Participou inclusive da jogada do gol de Rafinha.


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