Esportes

Santo André precisa de milagre para
subir; São Caetano só cai se exagerar

DANIEL LIMA - 10/03/2014

Ao faltarem sete rodadas para o encerramento da Série B do Campeonato Paulista, o Santo André só voltará à Série A se contar com um milagre, enquanto o São Caetano só será rebaixado à Série C se exagerar na dose de desperdiçar pontos em casa. O empate em Batatais de 1 a 1 poucas horas depois de o São Caetano empatar de 1 a 1 no Estádio Anacleto Campanella com o Catanduvense praticamente enterrou as possibilidades de o Santo André chegar pelo menos em quarto lugar. Já o São Caetano precisa de sete pontos em 21 para fugir do rebaixamento.


 


Apenas dois dos 10 mandantes dos jogos de sábado e domingo da Série B somaram três pontos. Talvez seja resultado de maior rigidez dos árbitros mais fiscalizados pela Federação Paulista de Futebol. Houve afastamento de vários deles após exagerarem na dose de erros nas primeiras rodadas. A surpresa da rodada foi a derrota do então invicto Red Bull em casa, em Campinas, de 2 a 0, para o Capivariano, novamente líder do campeonato. O resultado levou o Red Bull ao quarto lugar. O Marilia assumiu a segunda posição (24 pontos, dois atrás do Capivariano) ao vencer o Itapirense fora de casa por um a zero. O São Bento, que também tem 24 pontos, empatou em casa com o Guarani de zero a zero. O time de Campinas agora é o sexto colocado com 20 pontos. O Monte Azul, sétimo com os mesmos 20 pontos mas em desvantagem no critério de desempate, venceu de virada o União Barbarense, em Santa Bárbara, por 3 a 2. Completando a rodada, Ferroviária e São José empataram de zero a zero em Araraquara, Grêmio Osasco e Rio Branco empataram de zero a zero na Grande São Paulo, o Velo venceu em casa o Grêmio Barueri por 2 a 0 e o Mirassol manteve o quinto lugar ao derrotar o visitante Guaratinguetá por 3 a 1.


 


Grupos diferentes


 


Considerando-se as projeções matemáticas, a Série B do Campeonato Paulista apresenta lista de sete equipes que concorrem mais diretamente às quatro vagas da Série A do ano que vem (Capivariano, Marília, São Bento, Red Bull, Mirassol, Guarani e Monte Azul), quatro que estão praticamente fora do acesso mas também estão longe de ameaça de rebaixamento (Batatais e Santo André com 17 pontos, Ferroviária com 16 e Velo Clube com 15) e nove que jogam para fugir da queda à Série C (Itapirense e Rio Branco com 14, São Caetano e Catanduvense com 13, União Barbarense com 12, Guaratinguetá com 11, Grêmio Barueri, Grêmio Osasco e São José com sete pontos).


 


O limite de pontos para ficar em quarto lugar na classificação e com isso disputar a Série A do ano que vem subiu com os resultados do final de semana. O Red Bull é o quarto colocado com 23 pontos dos 36 disputados, o que significa 63,88% de aproveitamento. Esse quociente redunda, caso seja mantido, em um total de 36 pontos como espaço de classificação em quarto lugar. O Santo André precisa de aproveitamento de 90,47% (19 pontos em 21) caso a margem de classificação seja mantida. Ou seja: os seis pontos que separam o Santo André do Red Bull são mais complexos do que imaginam os simplórios. Sem contar que entre as duas equipes na classificação existem outras quatro: Batatais, Monte Azul, Guarani e Mirassol.


 


A rodada deste final de semana terá três confrontos diretos entre equipes que disputam as quatro vagas de acesso: Guarani e Red Bull se enfrentam no Estádio Brinco de Ouro, o Marília recebe o São Bento e o Mirassol jogará com o visitante Monte Azul. Também haverá dois confrontos diretos entre equipes ameaçadas de rebaixamento: o Grêmio Barueri recebe o Itapirense e o São Caetano joga no Anacleto Campanella com o União Barbarense. Os demais confrontos reúnem equipes que lutam para subir e equipes que jogam para não cair ou mesmo equipes que estão em zona neutra: o Santo André recebe o São José, o Capivariano o Grêmio Osasco, o Catanduvense o Velo, o Guaratinguetá o Batatais e o Rio Branco a Ferroviária.  


 


Em time que ganha se mexe


 


O São Caetano levou a sério demais o dogma de que não se mexe em time que ganha. A vitória da semana anterior em Barueri induziu o técnico Paulo Cézar Catanoce a manter o sistema tático com apenas uma mudança individual, Samuel Santos tomou o lugar de Rafinha na lateral-direita. O São Caetano jogou num 4-2-1-3 de viés ofensivo, é verdade, mas sem velocidade ao escalar dois atacantes centrais de baixa mobilidade (Cássio e Marcelo Soares) juntamente com o meia-atacante Caleb. Um time com dificuldades de contragolpear por falta de velocidade e com problemas para pressionar, pela falta de infiltrações centrais e também laterais combinadas.


 


O Catanduvense, então com a melhor defesa do campeonato, pediu para perder o jogo porque não imprimiu marcação mais pesada nas laterais, embora fizesse do volante Gilberto um terceiro zagueiro quando a posse de bola era do São Caetano. Lento, sem imaginação, disperso nas laterais, principalmente com Samuel Santos, o São Caetano dominava num ritmo moroso, sem aquecimento.


 


Bastou o Catanduvense ter o controle do jogo durante os primeiros 10 minutos do segundo tempo para abrir o placar, após cobrança de escanteio. O São Caetano fez mudanças que o tornaram mais ofensivo mas igualmente pouco produtivo, empatou o jogo após pênalti do goleiro no atacante Danielzinho e depois tentou o desempate com excesso de bolas alçadas na área, longe da linha de fundo.


 


As mudanças do técnico Catanoce fizeram pouco efeito: Anselmo entrou para dar mais qualidade no passe ao meio de campo, mas Marcelo Soares foi sacrificado.  Caleb saiu indevidamente para a entrada de Danielzinho, quando ambos poderiam estar juntos no ataque.  O zagueiro William saiu para a entrada do centroavante Paulão, quando o substituído poderia ser Fabinho, recuado à função de zagueiro mas já sem pernas para acompanhar adversários em raros contragolpes.


 


O São Caetano vai jogar quatro das sete partidas finais em casa. Nada mais apropriado (como poderia ter sido o jogo de sábado) para entrar com dois atacantes velozes ocupando as laterais do campo e as diagonais, além de um centroavante entre os zagueiros que também seja qualificado para abrir espaços a um meio de campo que mais uma vez não teve Kleber como titular. Danilo Bueno não tem a mesma qualidade de organização de jogo, mas ambos poderiam jogar juntos até determinadas situações, principalmente ante equipes mais modestas, tendo atrás apenas um volante fortemente marcador. Está na hora de o São Caetano assumir postura mais incisivamente ofensiva em jogos contra adversários modestos como o Catanduvense.


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