O Santo André vai entrar em campo na rodada final da Série B do Campeonato Paulista necessitado mesmo de um esperado complemento de milagre para chegar à Série A da próxima temporada. E o São Caetano depende de suas próprias forças para seguir na Série B do ano que vem. Não fossem adversários na rodada cheia programada para as 10h deste sábado, Santo André e São Caetano teriam expectativas complementares, não quase que exclusivamente excludentes.
O problema é que fazem o clássico regional cujo resultado final será inapelável: uma vitória do Santo André, combinada com outros pouco prováveis resultados, poderá representar o acesso, enquanto uma vitória do São Caetano garantiria a manutenção hierárquica da equipe no Campeonato Paulista.
Mas também existe a possibilidade mesmo que remota de o Santo André vencer e festejar o acesso sem criar embaraços ao São Caetano, que seguiria na Série B no ano que vem. Nesse caso, seria preciso combinar com os russos, ou seja, contar com a ajuda dos demais adversários que lutam para subir e para não cair. Como não se deve confiar em terceiros, tudo indica que o clássico de sábado será mesmo eletrizante. Pelo menos até que eventuais resultados parciais dos demais jogos, que começarão no mesmo horário, antecipem possíveis desfechos.
A competição programada para acabar sábado terá um total de oito dos 10 jogos valendo o acesso ou o descenso. Será uma roda-viva de inquietações dentro e fora de campo. Não interessará à maioria das equipes apenas o resultado do jogo em que estiver envolvida. Será inapelável que o conjunto ou parte do conjunto dos jogos programados ditará o ritmo das emoções dentro e fora de campo. Ou seja: teremos uma rodada de jogos muito além dos 90 minutos de cada confronto. Somente os embates entre União Barbarense e Velo de Rio Claro e de São José e Batatais não têm relevância alguma. O São José já caiu e os outros três times nem sobem nem descem.
Milagre persistente
O que mais interessa ao futebol da região são as possibilidades de Santo André e de São Caetano. A perspectiva de que o Santo André precisaria de um milagre para classificar-se foi esticada. Por mais que os resultados diretos da equipe tenham sido excelentes nas últimas rodadas, exceto a derrota em casa para o São Bento, a combinação com jogos envolvendo outros pretendentes ao acesso não foi nada generosa.
A rodada do final de semana é bom exemplo: o time do técnico Vilson Tadei venceu o Catanduvense por 2 a 1 no Estádio Bruno Daniel, após sair em desvantagem no placar, mas não contou com um tropeço sequer dos adversários que estão à frente na classificação. O Santo André sustenta o sexto lugar com 32 pontos, um abaixo do Mirassol e do Marília, que venceram respectivamente o Itapirense fora de casa por 3 a 0 e o Monte Azul, em Marilia, por 2 a 1. Não bastassem esses dois resultados, o Santo André também não contou com tropeço do São Bento, agora com 34 pontos, que venceu em casa o Guaratinguetá por 2 a 1.
Dos times que estão acima do Santo André na classificação apenas o líder Capivariano (37 pontos e 11 vitórias) foi derrotado, de 2 a 1 pelo Velo, em Rio Claro. O vice-líder Red Bull (37 pontos e 10 vitórias) ganhou do Grêmio Osasco, na Grande São Paulo, de 3 a 1 e se juntou ao Capivariano como novo integrante da Série A Paulista.
A situação do Santo André é dramática porque só a vitória em São Caetano daria condições de sonhar com o acesso. A equipe iria a 35 pontos, dois pontos acima do Mirassol e do Marília e um ponto acima do São Bento. Nesse caso, o Santo André precisaria contar com duas derrotas envolvendo essas equipes: o Marília enfrenta o Guaratinguetá no Vale do Paraíba, o Mirassol joga em casa com a Ferroviária e o São Bento em Catanduva. Com apenas oito vitórias (primeiro critério de desempate) na competição, o Santo André não reúne outra possibilidade de acesso senão contar com vitória em São Caetano e derrotas de duas das três equipes que estão à frente na classificação.
Rodada do São Caetano
O que estragou a perspectiva de o Santo André enfrentar uma última rodada menos dolorosa acabou por favorecer ao São Caetano. Derrotas do Grêmio Osasco para o Red Bull, do Itapirense para o Mirassol e do Rio Branco em casa para o União Barbarense, possibilitaram à equipe da região depender das próprias forças para seguir na Série B em 2015.
Para independer de qualquer resultado o São Caetano precisa da vitória no clássico com o Santo André. Se empatar e chegar a 20 pontos e cinco vitórias, ou se perder e continuar com 19 pontos e cinco vitórias, o São Caetano tem de torcer por uma combinação de três de quatro resultados: que o Grêmio Osasco não derrote o Monte Azul no Interior (porque o resultado poderá influir no saldo de gols, já que haveria empate no número de vitórias), que o Itapirense não vença o Capivariano em Capivari (porque passaria a ter mais vitórias que o São Caetano), que o Grêmio Barueri não vença o Red Bull em Campinas (porque passaria também a ter maior número de vitórias) e, alternativamente, que o Rio Branco não vença o Guarani em Campinas (porque ultrapassaria o São Caetano em número de pontos ou em saldo de gols).
Grêmio Osasco, Itapirense e Grêmio Bauru somam individualmente 17 pontos, enquanto o Rio Branco soma 18. Todos estão abaixo do São Caetano, com 19. Os demais times não sofrem qualquer ameaça de queda ou estão fora da luta pelo acesso, casos do Guaratinguetá, do Batatais, do Guarani de Campinas, do União Barbarense, do Catanduvense, do Monte Azul e da Ferroviária.
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05/08/2024 Conselho da Salvação para o Santo André