Esportes

Uma grande dúvida: Brasileiro da
Série C vai ser mesmo equilibrado?

DANIEL LIMA - 05/05/2014

Depois de duas rodadas de gols escassos (média de 1,7 gol por jogo), a Série C do Campeonato Brasileiro, da qual participa o São Caetano, remete a uma dúvida: será essa uma competição tão equilibrada a ponto de colocar as equipes em permanente oscilação, entre o céu da classificação à etapa seguinte e o inferno do rebaixamento à Série D? Quem se meter a responder de imediato à questão corre o risco de desmoralização.


 


Certo mesmo é que o São Caetano poderia estar comemorando um começo mais que satisfatório se, após vencer o Guarani na estreia no Estádio Anacleto Campanella, não sofresse o gol da derrota de 1 a 0 sábado para o Macaé, litoral do Rio de Janeiro, aos 47 minutos do segundo tempo. O resultado foi ruim porque já se contabiliza novo ponto ganho. Não existe desempenho mais comemorado para quem quer subir que empatar fora de casa e ganhar em casa, até porque ganhar todas é impossível. Neste final de semana o São Caetano joga outra vez como visitante, agora no Rio Grande do Sul, contra o Caxias. Voltar com três pontos compensaria o ponto perdido no Rio.


 


O São Caetano integra o Grupo B do Campeonato Brasileiro da Série C. São 10 equipes em cada agrupamento. Apenas o Mogi Mirim somou seis pontos em duas rodadas, como o Fortaleza no Grupo A. Madureira e Macaé, do Rio, estão em segundo e em terceiro lugar com quatro pontos. O Juventude também tem quatro pontos e está em quarto. Um a mais que o São Caetano. Caxias vem a seguir com dois pontos, contra um de Guaratinguetá, Guarani e Tupi de Minas. O Duque de Caxias é a única equipe a não somar ponto até agora. Os quatro primeiros colocados disputarão a fase de mata-matas com os quatro primeiros do Grupo A, que reúnem equipes do Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Os dois últimos colocados de cada grupo caem automaticamente para a Série D.


 


Diferenças regionais


 


Não fosse por conta dos gastos com transporte e alimentação, a Série C seria disputada nos mesmos recortes da Série A e da Série B, com os 20 participantes jogando entre si em turno e returno. Ou seja: a essência de campeonato, de todos contra todos, seria de fato exercida. A separação geográfica dos 20 participantes da Série C favorece um lado e prejudica o outro. Reconhecidamente o Sul/Sudeste mais rico economicamente conta potencialmente com equipes mais fortes.


 


Na Série A apenas três equipes fogem do eixo Sul/Sudeste -- as nordestinas Vitória, Bahia e Sport, além do Goiás, do Centro/Oeste. Na Série B estão 10 equipes do Centro/Oeste, Norte e Nordeste: Icasa e Ceará, do Ceará; Náutico e Santa Cruz de Pernambuco; Sampaio Correia do Maranhão; ABC e América do Rio Grande do Norte; Atlético e Vila Nova de Goiás e Luverdense do Mato Grosso, já como consequência da filtragem regional da Série C bem como da forma de disputa.


 


Quem projetar o desempenho das equipes nesta primeira fase, pelo menos até que mais que meia dúzia de rodadas seja disputada, está arriscado a quebrar a cara. Há muita movimentação envolvendo as equipes. O São Caetano se reforçou com um pacote dos melhores do Santo André, mas a iniciativa ganhou radicalidade no Guaratinguetá, que absorveu todo o time do Audax, integrante da Série A Paulista.  O presidente do Macaé ocupou o microfone de uma emissora de rádio que transmitiu o jogo de sábado para anunciar mais dois reforços de peso.


 


Como se não bastassem as articulações dos clubes em busca de reforços, também pesa à definição de juízo de valor sobre as equipes a ausência quase generalizada de câmeras de TV na transmissão de jogos. Apenas a TV Brasil e o Sportv reservam espaços a algumas partidas. Bem diferente da Série B do Brasileiro, que tem todos os jogos transmitidos ao vivo.


 


Da crítica ao elogio


 


Confiar no que os olhos não veem é um requisito a ser exercitado com cautela. Durante o jogo do São Caetano no Rio de Janeiro uma emissora carioca criticou duramente o técnico do Macaé por substituir um atacante por outro, supostamente menos contundente. Mas o gol exatamente do atacante criticado mudou inteiramente a análise: o técnico chegou a ser considerado o melhor do jogo, como se jogador fosse.


 


Certo mesmo é que o São Caetano fez um primeiro tempo forte, poderia ter ido para o intervalo com vantagem no placar, mas caiu de produção. O Macaé foi mais ofensivo no segundo tempo diante de um adversário que preferiu manter o esquema tático 4-2-2-2- que tanto sucesso fez no Santo André. Mas que, também no Santo André, permitiu gols desagradáveis nos últimos minutos.


 


O time escalado por Vilson Tadei foi o mesmo do jogo de estreia contra o Guarani. E as substituições durante o segundo tempo também: Robson no lugar de Danielzinho, Kleber no lugar de Melinho e Cássio no lugar de Giancarlo. Nenhuma novidade nem surpresa. O técnico Vilson Tadei tem convicções táticas. 


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