Após três rodadas e 28 jogos do primeiro turno da fase classificatória, tudo indica que as equipes que desafiarem o equilíbrio latente da Série C do Campeonato Brasileiro passarão à etapa de mata-matas para chegar à Série B. Por enquanto, o São Caetano não está na relação de viabilidade classificatória, após perder dois jogos seguidos fora de casa, o segundo no último sábado por 2 a 0 ante o Caxias, no Rio Grande do Sul. Agora o São Caetano voltará a jogar no Anacleto Campanella (sábado à tarde contra o Mogi Mirim) e pode repetir o sucesso do primeiro jogo. Um resultado indispensável porque o Grupo B da Série C, assim como o Grupo A, é um flerte constante entre o céu do G-4 e o inferno do G-2, que leva ao rebaixamento.
Se no conjunto dos dois agrupamentos geográficos em que a Confederação Brasileira de Futebol separou os 20 concorrentes da Série C é praticamente impossível listar favoritos após três rodadas, no Grupo B do qual faz parte o São Caetano a situação é ainda mais aguda. Após três rodadas e 15 jogos, foram marcados apenas 24 gols, o que dá a média de 1,6 gol por partida.
Os times da casa venceram 14 vezes, empataram cinco e perderam apenas duas nos 28 jogos dos dois grupos. No Grupo A, reservado às equipes do Centro-Oeste, Norte e Nordeste, a diferença é menos estreita, com 34 gols em 13 jogos (média de 2,61 por jogo), seis vitórias dos times mandantes, cinco empates e duas vitórias dos visitantes. No conjunto, os mandantes ganharam 50% dos jogos, houve 10 empates e os visitantes venceram apenas quatro vezes (14%).
Ganhar fora de casa é uma façanha no grupo do São Caetano. Tanto que as duas derrotas até agora registradas foram da mesma equipe – o Duque de Caxias do Rio de Janeiro. As demais não foram surpreendidas. O São Caetano que enfrenta o Mogi Mirim neste sábado não tem alternativa senão vencer porque as duas derrotas como visitante comprometeram temporariamente o plano de ficar entre os quatro primeiros. Não há referências consistentes que possam ser utilizadas para projetar classificação entre os quatro primeiros da primeira etapa de disputa, mas não erra feio quem prevê o mínimo de 36 pontos. Quem não somar pontos na condição de visitante em nível que corresponda a pelo menos quatro vitórias (12 pontos dos 27 possíveis) pode afastar-se da lista de classificáveis.
Ataque em crise?
Com apenas um gol marcado nos três jogos disputados, está claro que o técnico Vilson Tadei terá de queimar as pestanas para encaixar o São Caetano no sistema tático que sempre adota nas equipes que dirige: o 4-2-2-2, com dois volantes de contenção, dois meias de ligação e dois atacantes, um dos quais enfiado entre os zagueiros e o outro com capacidade de penetração em diagonal e em velocidade. Danielzinho e Giancarlo ainda não deslancharam. Os laterais Ângelo e Renato Peixe, o volante Ramalho e o meia Cacá vieram do Santo André como solução imediata, após o sucesso da equipe na Série B do Campeonato Paulista.
No jogo com o Caxias se repetiu com maior gravidade a deficiência na derrota no Rio de Janeiro para o Macaé: a baixa produtividade ofensiva. O São Caetano não agride com a frequência e a letalidade desejadas e também sofre defensivamente porque nem Ramalho nem Esley são primeiros volantes. Eles atuam mais como volantes auxiliares. A ausência de um volante de contenção como Rodrigo Thyssen afetaria o rendimento defensivo, sobrecarregando os zagueiros de área Eli Sabiá e Cleiton.
O Mogi Mirim se apresenta como adversário potencialmente incômodo porque lidera a competição com sete pontos ganhos. O empate em casa ante o Madureira por 1 a 1 evitou que disparasse. O Juventude também tem sete pontos, após vencer o Duque de Caxias no Rio, mas perde no critério de desempate (fez menos gols que o Mogi). Duas equipes vêm na sequência classificatória com cinco pontos (Caxias e Madureira), outras três com quatro pontos (Guarani, Macaé e Tupi), e o São Caetano na sequência com três pontos. Guaratinguetá (um ponto) e Duque de Caxias (zero) ocupam o G-2 do rebaixamento.
As três próximas rodadas provavelmente definirão com maior nitidez o futuro do São Caetano na Série C do Brasileiro: se disputará o G-4 ou se terá de recolher o trem de pouso de ambições e começar a pensar mais seriamente em fugir do rebaixamento. Como dois desses jogos serão no Estádio Anacleto Campanella, é possível pensar no melhor porque o sistema preferido de Vilson Tadei é a busca incessante de gol. Mesmo que, como nos dois últimos jogos, a prática não confirme a teoria.
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05/08/2024 Conselho da Salvação para o Santo André