Esportes

São Caetano conta com 49 dias para
retornar forte à Série C do Brasileiro

DANIEL LIMA - 02/06/2014

Já que o estupro de ficar na zona de rebaixamento da Série C do Campeonato Brasileiro se tornou inevitável durante os 49 dias em que a Copa do Mundo vai monopolizar o calendário internacional, o melhor mesmo é o São Caetano gozar as oportunidades que a situação poderá gerar. O período deve ser propício para a equipe preparar-se melhor à retomada de uma competição na qual, em seis rodadas, venceu um jogo e perdeu as cinco seguintes. A quinta foi sábado à noite no Estádio Anacleto Campanella. A derrota de 2 a 1 para o vice-líder Juventude poderia ter sido evitada e até mesmo transformada em vitória, mas o São Caetano insiste em cometer deslizes que invariavelmente viram gols dos adversários.


 


O período que separa o sexto jogo da equipe no campeonato e o confronto com o Guaratinguetá, em 19 de julho, terá intervalo de 15 dias de descanso seguido de preparação intensa. O que fazer? O técnico Vilson Tadei provavelmente não resistirá à sequência de derrotas. Ele não reproduz no São Caetano o sucesso no Santo André na Série B do Campeonato Paulista. No Ramalhão, Vilson Tadei ganhou 72% dos pontos disputados. Uma marca superior à acumulada pelo campeão Capivariano. A chegada de Vilson Tadei ao Santo André durante o campeonato foi seguida de um acúmulo impressionante de bons resultados. No São Caetano, contratado antes do início da Série C do Brasileiro, os resultados não ajudam. Três pontos em 18 disputados é uma das piores marcas da carreira de Vilson Tadei.


 


O grande problema do treinador é definir um São Caetano que conte com jogadores nas respectivas especialidades. Sábado no Anacleto Campanella Tadei voltou a mexer no meio de campo, por causa do terceiro cartão amarelo de Esley, que cumpriu suspensão automática. Tadei fez escolhas erradas. O segundo volante Ramalho jogou de primeiro volante, o primeiro volante Rodrigo Thiesen de segundo volante e o segundo volante Anselmo jogou como meia de articulação.  O sistema 4-3-3 funcionou precariamente, com Robson, Cacá e Laércio no ataque. De fato, apenas o centroavante Laércio jogava mais adiantado. Na prática, o Santo André atuava num 4-3-2-1.


 


Controle desperdiçado


 


O Juventude dominou os primeiros 15 minutos com marcação forte mas aos poucos o São Caetano equilibrou e controlou o primeiro tempo. Para tanto, não precisou de jornada inspirada. Poderia ter ido aos vestiários com vantagem de até dois gols. A jogada mortal pela esquerda, com Cacá e o lateral Renato Peixe se aproximando permanentemente, não encontrava antídoto. Pena que tanto Laercio como Cacá desperdiçaram oportunidades letais em bolas cruzadas na pequena área.


 


Um gol logo aos quatro minutos do segundo tempo numa cobrança de falta perfeita de Rogerinho atordoou o São Caetano. Uma infração desnecessária de Renato Peixe nas proximidades da grande área, porque havia três companheiros acompanhando o lance. Não demorou para Laércio empatar num cruzamento em diagonal de Anselmo que pegou a zaga do Juventude no contrapé. Quanto tudo parecia apropriado para o São Caetano. ganhar os três pontos, porque passou a dominar o jogo, uma saída displicente de Melinho, uma retomada de bola do adversário, uma bola esticada em velocidade à direita do ataque e um cruzamento para trás que Cassiano completou para o gol destruíram a equipe.


 


Daí em diante, em desvantagem no placar, o São Caetano foi um zumbi em campo. Esforçou-se até para empatar, teve uma ou outra oportunidade menos contundente, mas já não contava com a força e a determinação necessárias. O segundo gol do Juventude colheu o São Caetano no melhor momento tático. Ramalho fora substituído no meio de campo e a entrada de Melinho permitiu que Rodrigo Thiesen recuasse à função que sabe executar, de primeiro volante, e Anselmo à especialidade de segundo volante.


 


O que talvez sirva de consolo ao São Caetano é que não falta reconhecimento, mesmo dos adversários, de que é um time recheado de bons valores. Os 49 dias de folga no calendário deveriam ser tratados como paciente numa UTI: é preciso que se organize o grupo tática e espiritualmente para evitar a catástrofe de cair para a Série D, pré-vestibular para o desaparecimento completo do calendário nacional. O Santo André já passou por isso e amarga ostracismo. A Série C é o limite máximo para quem pretende ter uma agenda completa durante toda a temporada. A Série D rebaixa ao calendário estadual quem não sobe à Série C Nacional.


 


Apenas um jogo


 


O período de 49 noites assombradas não será nada interessante porque o São Caetano pode até mesmo ser deslocado à ultima colocação, caso o Duque de Caxias vença esta noite o Guarani no Rio de Janeiro. Mas no fundo, a vitória do time carioca seria melhor, porque passaria a somar quatro pontos, contra três do São Caetano e cinco do Guarani.  Essas três equipes são as mais ameaçadas de rebaixamento até agora na competição. Guaratinguetá, Madureira e Macaé somam oito pontos e estão em posição intermediária. O G-4, formado por equipes que disputariam a fase seguinte, é ocupado por Mogi Mirim (13 pontos), Juventude (12), Caxias (11) e Tupi de Juiz de Fora (10). Todos vitoriosos na rodada de sábado: Guaratinguetá fez 4 a 1 no Macaé, Caxias 1 a 0 no Mogi Mirim e Tupi 1 a 0 no Madureira, todos jogando em casa. O único visitante vencedor da rodada do Grupo B da Série C do Brasileiro foi o Juventude.


 


No Grupo A, o Fortaleza disparou na liderança com 14 pontos ao vencer o Paysandu em Belém do Pará por 2 a 1. O Botafogo da Paraíba perdeu em casa para o Cuiabá por 4 a 1 mas segue em segundo lugar com nove pontos. Um a mais que Cuiabá, Paysandu, Salgueiro e Crac de Goiás, que venceu o visitante Águia de Marabá por 2 a 1. O Salgueiro venceu ontem à noite o ASA de Arapiraca por 1 a 0 e manteve o adversário com sete pontos ganhos. Ainda no sábado, o CRB de Alagoas venceu o Treze da Paraíba por 3 a 0 e soma cinco pontos, enquanto o adversário é o último colocado com quatro. 


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