Sociedade

Secretária vira espiã de Grana no
Defenda e tenta exibir mudanças

DANIEL LIMA - 12/06/2014

A inacreditável secretária de Desenvolvimento Econômico de Santo André, educadora Oswana Fameli, virou aprendiz do prefeito Carlos Grana. A especialidade de Grana nos tempos de PT oposicionista era vasculhar as entranhas dos adversários. Grana integrava a equipe de arapongas do presidenciável Lula da Silva, com direito a tudo que se possa imaginar. Oswana Fameli, que caiu de paraquedas como companheira de chapa de Carlos Grana, fruto de acordo do PT com a Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) virou araponga da Prefeitura no Defenda Grande ABC.


 


Vou explicar a história, mas antes, o reconhecimento de que não fosse a ação eticamente condenável, Oswana Fameli continuaria a ser apenas e exclusivamente uma secretária medíocre. Com o empurrão do Defenda Grande ABC, que a levou a tentar protagonizar a economia mais que abandonada de Santo André, transformou-se em secretária medíocre e pretensiosa.


 


À primeira chamada de participação no Defenda Grande ABC, emitida por este jornalista a um grupo de ex-conselheiros da revista LivreMercado e desta revista digital, Oswana Fameli respondeu de pronto, inscrevendo-se à empreitada. Na sequência de novas informações em circuito fechado sobre o movimento que agora está cristalizado, inclusive com definição de diretoria, Oswana Fameli se manteve em mutismo absoluto. Nesse intervalo, mais propriamente na semana seguinte ao convite, saiu na mídia regional com alguns factoides. Não tinha dúvidas, já ali, de que Oswana Fameli estava sendo instrumentalizada pelo gabinete de crises do prefeito Carlos Grana para sair à luta e mostrar serviço.


 


Gabinete pleonástico


 


Gabinete de crises da Administração Carlos Grana é pleonasmo. A Administração Carlos Grana é a condensação de crises de competência. Basta verificar o desempenho do petista no Observatório de Promessas e Lorotas. É disparadamente o pior prefeito da região. São tantas as lambanças que os leitores mais fiéis do Diário do Grande ABC não compreendem as razões de Grana ter tratamento de superstar enquanto Luiz Marinho, muito menos ineficiente, só leva pancadas.


 


Os aprendizes de araponga da Administração Carlos Grana, como Oswana Fameli, são patéticos na arte de produzir cenários que se desdobram da baixa capacidade de compreensão da situação em que vivemos, sobretudo na área econômica.


 


A recente agenda da secretária imposta pela Acisa à disputa eleitoral de Carlos Grana foi turbinada por eventos pífios e também pela reformulação do Conselho de Desenvolvimento Econômico. O que vem a ser esse tal Conselho de Desenvolvimento Econômico? Um jogo de cena mais que manjado, porque tão antigo e tão ridicularizado em tantas administrações públicas de Santo André (e também de outros municípios) que chega a ser espantoso como segue a ludibriar a boa-fé geral.


 


O que providenciou o gabinete de crises da Administração Grana ao tutelar a secretária Oswana Fameli? Resolveram os especialistas em desenvolvimento econômico que o tal Conselho comporta não apenas 18,mas 40 membros, metade dos quais diretamente ligada ao Poder Público Municipal. O Conselho de Desenvolvimento Econômico de Santo André foi formulado há mais de um ano e até agora, não fossem as últimas semanas pós-convite ao Defenda Grande ABC, não teria ocupado míseras matérias jornalísticas nas publicações locais. Basta conferir na Internet. E o fenômeno de inutilidade não se deve a qualquer tipo de boicote da mídia local contra o prefeito Carlos Grana. Muito pelo contrário, porque se tem um chefe de Executivo com franquia jornalística, este é o campeão de promessas e lorotas da região. O que há mesmo no interior do Conselho de Desenvolvimento Econômico é inapetência.


 


Mais marolas e fantasias


 


O que esperar do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Santo André agora ampliado senão mais marolas e mais fantasias? Com uma titular da pasta que possivelmente não sabe distinguir PIB de Potencial de Consumo, exceto se correr os olhos rapidamente pelos arquivos desta revista digital, acreditar em qualquer situação que não seja subproduto de inspiração no Defenda Grande ABC é assinar um atestado de ingenuidade.


 


A única vantagem de ter sido espionado em circuito fechado de mensagens dirigidas exclusivamente aos voluntários que demonstraram interesse em participar do movimento que pretende colocar o Poder Público no lugar que a democracia recomenda (atuando com transparência, muita transparência) é que Oswana Fameli pode dedicar algum tempo a uma atividade que decifre tanto quanto um analfabeto vê diante de uma obra de Marx, tanto os irmãos quanto o jornalista-economista. A gestão econômica de Santo André tem parentesco siamês com o conjunto da obra de Carlos Grana. Uma lástima, quando se sabe que o Município lidera a lista nacional de maior perdedor de riquezas nos últimos 30 anos.


 


Veja esclarecedora


 


A propósito da atuação de araponga de Carlos Grana, então sindicalista, a reportagem de Veja de 23 de outubro de 2003 é elucidativa. Sob o título “Paz, Amor e Guerra”, a revista de maior circulação no País revelou os bastidores da eleição de Lula da Silva à presidência da República. Leiam alguns trechos da reportagem:


 


 Em agosto de 2002, dias depois da estreia do horário eleitoral, o tucano José Serra exibiu em seu programa imagens de Ciro Gomes xingando um eleitor de “burro”. Ciro reagiu acusando Serra de adotar um “comportamento de marginal”. O petista Luiz Inácio Lula da Silva, então líder das pesquisas com 37% das intenções de voto, assistiu à briga de longe. Indagado sobre as desavenças dos rivais, Lula saiu-se com um gracejo cuja repercussão foi tal que se tornou marca de sua campanha. “Lulinha não quer briga. Lulinha quer paz e amor”. Foi de fato com paz e amor que Lula conduziu sua campanha presidencial e obteve uma portentosa vitória. (...).  O que não se sabia é que, nos subterrâneos de sua campanha, não havia paz nem amor – havia guerra. Guerra de defesa, com batalhões prontos para salvar Lula de ataques destruidores e, principalmente guerra de ataque, com tropas entrincheiradas para estraçalhar candidaturas adversárias. (...) Outro sindicalista, Carlos Alberto Grana, então secretário-geral da CUT, cuidava da logística do grupo – carros, celulares, passagens, dinheiro. “Há muitos imprevistos que vão aparecendo e que nem sempre a parte oficial da campanha pode enfrentar” – diz Grana. Os encarregados de colher informações que pudessem eventualmente prejudicar os candidatos rivais de Lula eram militantes da base do PT ou aliados acomodados em sindicatos ou movimentos sociais. O grupo trabalhou quase um ano, com QG num escritório da Rua Haddock Lobo, nos Jardins, em São Paulo. No campo de batalha desencavou denúncias e dossiês, promoveu blefes e acordos sigilosos e lançou petardos certeiros contra Serra, Ciro e Anthony Garotinho. (...) O advogado João Piza e seus sócios continuam advogando para Lula, o PT e a CUT. O deputado Ricardo Berzoini virou ministro da Previdência Social. O sindicalista Oswaldo Bargas ganhou o cargo de secretário de relações trabalhistas, no Ministério do Trabalho. O outro sindicalista, Carlos Alberto Grana, continua na CUT e agora representa a entidade num conselho federal que lida com verbas do Fundo de Amparo ao Trabalhador (...) – escreveu Veja há quase 11 anos. 


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