Sociedade

Festeja Grande ABC opõe-se em
silêncio ao Defenda Grande ABC

DANIEL LIMA - 30/06/2014

O movimento Festeja Grande ABC é informal. O movimento Defenda Grande ABC está se formalizando. Entre o primeiro e o segundo há oceanos de diferença, mas nada os impede de tratar oficialmente de seus interesses. O Defenda Grande ABC ganha adeptos e se organiza contra todas as expectativas. Sabe que a empreitada é quase suicida. O Festeja Grande ABC atua individualmente ou em grupos de assemelhados tendo garantias de que sempre vai brilhar. O Festeja tem horror à sociedade, a qual maliciosamente diz representar em discursos, propostas e outras bobageiras.


 


A turma do Festeja Grande ABC é aparentemente mais numerosa. Uma matemática que engana. O Defenda Grande ABC expressa vontade mais abrangente e densa da coletividade. O que torna o aparente minoritário e o dissimulado majoritário são os interesses em jogo. O Festeja Grande ABC tem tudo a ganhar com as ações teatrais que produz. O Defenda Grande ABC tem tudo a arriscar ante qualquer passo que dê.


 


É melhor, portanto, integrar o Festeja Grande ABC do que bater cabeça no Defenda Grande ABC.


 


O Festeja Grande ABC está aboletado nos podres poderes públicos, faz lobby no Ministério Público, está “assim” com as forças policiais, civis e militares. Conta com a complacência, quando não com a cumplicidade, de veículos de comunicação. Também está nas entidades de classe empresarial e sindical. Esses antigos adversários, quando não inimigos, jamais estiveram tão próximos nas vantagens mútuas que defendem como fruto da aproximação incestuosa entre o Capital e o Trabalho. Bem entendido: Capital empresarial e Trabalho de cúpula sindical.


 


Ojeriza ao Defenda


 


A turma do Festeja Grande ABC tem ojeriza à turma do Defenda Grande ABC. Surpresa mesmo seria se fossem parceiros, porque são água e óleo, açúcar e sal. O Defenda conta com a possibilidade de defenestrar muitas das vantagens espúrias do Festeja. Assim determina o estatuto em fase de aprovação. Quando o dinheiro público estiver em jogo, o combate será feroz.


 


Não se tem ainda agenda definida de ações do Defenda que atingiriam a farra do Festeja. Qualquer que seja a agenda, o risco será iminente. O Festeja Grande ABC tem cromossomos de trambicagens éticas, morais e financeiras. Um aperto será suficiente para que se confessem muitos crimes. Aí será muito difícil às instâncias legais ainda permeáveis à porosidade do Festeja Grande ABC ficar em cima do muro ou agir com lentidão paquidérmica. 


 


As conexões de cúpulas mais que suspeitas de entidades de classe, empresários e os podres poderes políticos da região são o combustível do Festeja Grande ABC. A essa turma qualquer informação que ameace o brilho social e econômico seletivo da Província do Grande ABC soa ameaça à democracia.


 


A lista negra envolvendo integrantes do Defenda Grande ABC e outros representantes da sociedade é tratada informalmente pelos membros do Festeja Grande ABC. Eles, os festeiros, só não têm a coragem estúpida daquele petista que divulgou em blog a relação de jornalistas que certamente já teriam sido levados ao paredão houvesse no Brasil possibilidade de suprimir o que resta de liberdade de imprensa.


 


Marcação cerrada


 


A turma do Festeja Grande ABC age de forma diferente mas nem por isso inofensiva: os membros considerados mais perigosos do Defenda Grande ABC são observados atentamente. Mais que observados: quando podem, são atingidos de alguma forma, sem despertar suspeita. Como se tudo fosse natural. Perseguições são consumadas e cabeças são decepadas. A mente do seletivismo covarde substitui a mão do destino. 


 


Por essas e outras, muitos representantes da sociedade que gostariam de integrar as fileiras do Defenda Grande ABC preferem acompanhar tudo à distância, a salvo de retaliações. O Festeja Grande ABC é um exército silencioso e destrutivo.


 


A introdução de uma vice-prefeita e secretária municipal no movimento das tropas do Defenda Grande ABC foi uma medida programada com a finalidade inequívoca de espionagem. Oswana Fameli, educadora obscura que se tornou secretária de Desenvolvimento Econômico de uma Santo André há muito falida, fez o que franjas do Festeja Grande ABC lhe recomendaram. A guerra de guerrilhas do Festeja Grande ABC não é uma paranoia. Há inúmeros exemplos a confirmar medidas coercitivas.


 


Metades da laranja


 


Festeja Grande ABC e Defenda Grande ABC são metades da mesma laranja de um regionalismo enferrujado. A banda podre do Festeja Grande ABC quer-se passar pela banda saudável. Para tanto, se utiliza de todas as artimanhas possíveis. A conjunção de endinheirados civis com podres poderes públicos sustenta a intenção de eternizar desmandos, roubalheiras, promiscuidade e, sobretudo, a incompetência generalizada para retirar a Província do Grande ABC do atoleiro econômico em que se encontra há pelo menos duas décadas.


 


Mas quem disse que os representantes do Festeja Grande ABC estão preocupado com algo que não seja o aqui e agora, extrativistas materiais e usurpadores éticos que são?


 


O que os representantes do Defenda Grande ABC não podem perder de vista é uma realidade cristalina: o Festeja Grande ABC opõe-se de forma vigorosa a tudo que essa novidade no espectro social da região ousar instalar na pauta de mudanças há muito necessárias.


 


A certeza de que a maioria da sociedade regional comunga com os propósitos do Defenda Grande ABC deveria virar mantra do movimento, a ser repetido a todo instante por seus representantes. Repetido à exaustão, porque sempre parecerá, se não houver essa disciplina de autoconvencimento, que, dado o silêncio da população, por múltiplas razões, o Defenda Grande ABC não passaria de abstração coletiva.


 


Querem um exemplo: ainda outro dia a manchete de página interna do Diário do Grande ABC vendeu a propagação de ouvidorias das Prefeituras de Santo André, Mauá e São Caetano como a salvação da lavoura ética e moral dos gestores públicos. Ouvidorias mancomunadas com os prefeitos não são ouvidorias sérias, reformistas. São piadas de mau gosto. Mas o Diário do Grande ABC as vende como um abre-te, sésamo à representatividade social quando, de fato, operam em sentido contrário: em sugestionar a falsidade de que temos transparência e democracia nos organismos públicos. 


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